22 de abril de 2010

Mas onde é que está o socialismo do PS?! – Parte II

Não te espantarás, não te espantarás nunca, digo sempre de mim para mim! Mas o facto é que ainda me consigo surpreender, por estes dias! É que é sempre, mas sempre, possível ir mais além! A surpresa desta vez vem pela voz de Daniel Bessa, que foi Ministro da Economia de António Guterres. Há já bastante tempo que acompanho alguma da intervenção pública de Daniel Bessa, designadamente as crónicas no Expresso e sempre me tenho questionado perante o que leio e oiço como é que este homem foi alguma vez ministro socialista?! Mas desta vez conseguiu mesmo o notável feito de ultrapassar a 200 à hora pela direita o PP e o PSD ?! É que nunca ouvi isto dito desta maneira nem pelos mais encartados liberais do PSD e do PP?! O homem participava na 16.ª edição dos Encontros Millennium, uma iniciativa deste banco, do DN, da TSF e do JN (ver aqui e aqui). Depois de repetir alguns lugares-comuns e algumas receitas mais ou menos sensatas, defendeu apenas isto: a privatização de escolas e dos hospitais como forma de reduzir a despesa pública?!?! E para sustentar a sua posição, lançou o temor, sublinhando: ou é isto ou o é o despedimento de funcionários públicos/redução de salários?!?! Assim mesmo, com esta limpeza…
O que eu, que não sou economista, pergunto é se Daniel Bessa conhece quanto custam as parcerias público-privadas nos hospitais – nos célebres hospitais-empresas – e quanto custam os contratos que o Ministério da Educação celebra com os estabelecimentos de ensino privados?! E quanto custaria celebrar contratos com todas as empresas titulares das novéis escolas privatizadas para prestar o serviço universal da educação? O mínimo que se pediria é que alguém lhe tivesse perguntado estes números?

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11 de abril de 2010

Diga lá Excelência!

De quando em vez surgem na televisão com grande destaque umas notícias ou umas não-notícias que nos dão a conhecer actos administrativos caricatos praticados por organismos públicos. Por exemplo, despesas hospitalares ou pagamentos de taxas ou impostos de uns míseros cêntimos ou euros que seguramente não pagam as despesas postais e/ou as despesas de emissão dos documentos. Com isto pretende-se dizer que o Estado é incompetente, ineficaz e ineficiente. Alimentando esta tendência, inculcando-a na opinião pública, prepara-se o terreno para a privatização de todas as funções do Estado. Não escapando a este vórtice mesmo as áreas do último reduto, como por exemplo, as ligadas à segurança. Embora hoje esses expedientes sejam cada vez menos necessários, pois o que resta da soberania do Estado é já muito pouco. Aliás é para formar essa opinião que alguns grandes empresários apostam em projectos de comunicação social. Não tenho sobre isso grandes dúvidas.
Por contraponto, no sector privado tudo corre sempre no melhor dos mundos e o nível de serviço é um oásis de excelência. Nunca por nunca ocorrem situações daquelas. Tanto que não me lembro de ver nenhuma reportagem com um caso desses. O que trago aqui é, pois, seguramente um exemplo único e irrepetível... Já que, como todos sabemos, os serviços públicos são maus e os privados excelentes...
Sou cliente desde há alguns anos do Barclays Bank onde até ao ano passado tive um empréstimo para crédito à habitação ao qual estava associado um seguro de vida. Do referido seguro não paguei um cêntimo em 2009 mas mesmo assim, no início de 2010, e para efeitos fiscais, chegou-me a declaração que mostro, dizendo que paguei 0€! É verdade, 0€! E enviaram-me essa declaração para efeitos fiscais?!?!?!? Imagino que se isto se passasse com as Finanças, com um Hospital, com uma Câmara Municipal não faltassem as reportagens e as notícias… Mas não passou. Passou-se com um serviço de excelência, o do Barclays Bank, prestado por um sector de excelência: a banca...

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