Contra a corrente - O cão que mordeu o homem
«Para mim, o único grande vencedor socialista da noite de domingo foi Armindo Abreu, que em Amarante resistiu à investida do demagogo (é o minímo que se lhe pode chamar) Ferreira Torres. É um resultado que, pelo seu significado cívico, não deixaria de agradar a Teixeira de Pascoaes».
As palavras são de António Mega Ferreira, na Visão (n.º 658) desta semana.
Valem o que valem e têm de ser lidas à luz do seu «aggiornamento» político. Se se lhe tirasse a palavra socialista, a «coisa» até teria mais força e um outro significado. Sem qualquer dúvida.
Mas deixando isso. O que elas, porém, me lembraram foi a velha e estafada estória de ser notícia o «homem que mordeu o cão» e não ser notícia o «cão que mordeu o homem».
E, de facto, o que recordamos da noite eleitoral são as palavras de Ferreira Torres e não as de Armindo Abreu, do qual o Pólis&etc. nem se recorda sequer do rosto... Por isso aqui fica a cara do homem e bem assim o desejo de que, nos nossos «media», para o «bem geral da Nação», pelo menos ao lado do «homem que mordeu o cão» apareça também o «cão que mordeu o homem»... É que o Pólis&etc., no grande circo da Pólis, além dos palhaços, também gosta de ver os números sérios...
Foto - Site da Câmara Municipal de Amarante
2 Comments:
A palavra "socialista" tem o peso relativo resultante do alinhamento de quem a profere. Como todas as opiniões dos colunistas e "opinion makers" da Pólis. Não vale mais ou menos por isso, naturalmente. Tal como as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, Pacheco Pereira ou Lobo Xavier, comentadores e "opinion makers" consagrados e respeitados com outras cores políticas.
No caso concreto, o facto de Avelino Ferreira Torres ter sido derrotado é uma vitória da democracia (usando a expressão do politicamente correcto) e, principalmente, uma vitória de Portugal.
Mais uma luz ao fundo do túnel na Pólis.
Concorda-se, concorda-se. Aqui o Pólis, por sinal, até gosta bastante do homem e da sua prosa. Dai tê-lo citado, já por 2 vezes, aqui neste fórum. O retirar do «socialista» dava era outra amplitude à afirmação. Mas não foi esse o caminho do escrito do Mega Ferreira. Quanto à vitória da democracia, no caso de FTorres, é mais uma luz ao fundo dos túneis da Pólis, isso sem dúvida alguma...
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