Razões de um voto
«No próximo domingo, vou levantar-me e cumprir a minha rotina matinal. Depois, hei-de vestir-me com fingida causalidade, como se votar não fosse (para mim, continua a ser) um ritual investido de uma solenidade profunda e autêntica, e irei depositar o meu voto num candidato que não me entusiasma, para evitar que outro, de que não gosto, continue a fingor que governa esta desgovernada cidade de Lisboa. Chamem-lhe «sentimento de pertença» (a uma família, a uma cumplicidade, a uma ideia), que é mais forte que tudo o que a razão nos aconselha.»
António Mega Ferreira, Visão, de 6-10-2005
Curiosas e contraditórias são as razões profundas que nos levam a votar em determinado sentido. A todos nós. Mesmo aos nossos melhores, às nossas elites. Muitas delas são do domínio do intangível, dos afectos, das emoções, como este sentimento de «pertença a uma família». A provar que no sentir profundo da nossa dimensão política todos nos aproximamos e nesta vivência «clubística» do voto a razão por vezes manda mesmo muito pouco. Confesso que tenho pouco deste espírito e tenho pena. Pena de ser tão céptico e tão incréu...
Imagem - Site Lisboa Antiga, design e concepção de Pedro Barroca
1 Comments:
O que é trágico é este resultado: arguidos, 3 - sensatos, 1
Enviar um comentário
<< Home