A «velha» Europa e o Estado de Direito
É incompreensível o modo como a nossa diplomacia e o nosso Presidente da República lidam com certos países. A velha e civilizada Europa acha-se moralmente superior aos demais. E vai daí trata (sobretudo) os países africanos e sul-americanos do alto dos seus pergaminhos. Esquecendo que é exactamente por ostentar esses pergaminhos, designadamente ser o berço da democracia e do Estado de Direito que deverá tratar os outros exactamente nos mesmos termos e do mesmo modo como gostaria de ser tratada. Vem isto a propósito da intercessão feita na recente Cimeira Ibero-Americana de Salamanca, por Jorge Sampaio, junto seu homólogo venezuelano, Hugo Chávez, pela libertação do piloto português, Luís Santos. Claro que levou, e bem, «sopa» e uma rotunda «nega». E bem poderíamos ser poupados e esta pequena «humilhação» pública. A mesma «sopa» e a mesma «nega» que Jorge Sampaio certamente daria a Hugo Chávez se se tratasse de um piloto venezuelano a aguardar julgamento entre nós. A independência dos poderes executivo e judicial é um dos fundamentos do Estado de Direito, de todos os Estados de Direito. Mesmo das democracias recentes como a venezuelana. Há que não esquecer que a Venezuela não é o Dubai...
P.S. - No entrementes, Luís Santos continua em prisão domiciliária há quase um ano. O julgamento já foi adiado mais de 20 vezes e ainda não passou da leitura da sentença. A juíza saiu do processo por razões pessoais. Não se sabe quando será nomeado um juiz substituto. Nada de muito diferente, pois, do que por cá se passa...
Foto - Site da PR
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