Haverá solidão maior?
Há um bom par de anos atrás na zona onde à época morava (um subúrbio inóspito da capital), morreram duas idosas esmagadas por um camião. O caso foi localmente bastante falado devido ao facto de o passeio se encontrar sobrelevado em relação à estrada, necessitando-se, por isso, de subir e depois descer os respectivos lances de escadas. A maioria das pessoas - ademais idosas com dificuldades de locomoção - optava por caminhar na própria estrada. Mais do que a brutalidade do ocorrido, impressionou-me o facto de as idosas terem estado cerca de 15 dias na morgue até que os familiares reivindicassem os corpos. O que dá bem a medida da solidão nas cidades.
Há dias soube de um caso que também me impressionou. A minha mãe assistiu no cemitério à passagem de um funeral em que além do padre e dos cangalheiros só estava a viúva já muito velha... Não consigo vislumbrar, confesso, um momento de maior solidão...
Etiquetas: Morte
1 Comments:
Cara Luar. Muito lhe agradeço os elogios ao «meu» novo visual, pelo que deixo passar o veneno final com que os rega...
Sobre a parte final do seu comentário, que é o que interessa mas só aparece em último (primeiro o «curare», é claro) só posso concordar consigo... Imagino, porém, que nos possamos encontrar por aqui na senectude! Não?! É que apesar da diferença etária que nos separa, e atendendo à esperança de vida do «reino do estrógeneo» por com comparação com a do «reino da testosterona» verá que levo vantagem mínima... Alegre-se, pois! Tb por aqui se vêem as vantagens das mulheres ;-)
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