Crédito Peseiro, esgotado o plafond
O Sporting foi eliminado pelo Halmstads, uma equipa sueca muito fraca táctica e tecnicamente. E o mal é que foi bem eliminado. Peseiro disse há dois dias que tem crédito e não débito no Sporting. A afirmação é no mínimo arrogante. Peseiro ganha – e bem – para fazer o seu trabalho. É um profissional de alto nível. Não há, pois, colunas de «Deve» e de «Haver» mesmo que tivesse ganho tudo. E não ganhou nada. O Sporting não lhe deve nada e ele não deve nada ao Sporting. Embora a notoriedade pública de Peseiro fique a dever-se ao facto de treinar o Sporting. Deviam perguntar-lhe, agora, se ele não acha que já esgotou o plafond…
E não digo isto pelo jogo de ontem…
Peseiro é, sem dúvida, um treinador bem intencionado, tecnicamente preparado e com alguma cultura táctica. Mas isso não chega para treinar o Sporting. Não tem, nem nunca teve um modelo de jogo definido e uma estrutura-base. Na retaguarda, é tacticamente instável, fazendo alterações constantes no figurino da equipa. Em campo, não tem leitura de jogo e as substituições são muitas vezes incompreensíveis. Em campo ainda, não tem atitude. Gesticula de forma histriónica e transmite mais nervosismo do que serenidade. Fora de campo também lhe falta atitude, pelo menos para uma equipa como o Sporting. Nas conferências de imprensa, as palavras por norma pesam-lhe. A reacção ao caso recente de Liedson é o exemplo acabado disso mesmo. Confrontado, adoptou a pior atitude. Negou o que todos viram e atirou a culpa para as televisões que - segundo ele - vêem sempre essas declarações nos jogadores do Sporting. Devia ter dito, não ouvi mas se assim for, o jogador será punido. Ou então, ouvi e o jogador vai ser punido por isso. Apenas isto. E propunha à SAD um castigo pecuniário e quiçá também desportivo. Atenção que a ordem é esta. Primeiro, ir-lhe ao bolso. Além de que não me parece ter a capacidade de liderança nem o carisma suficientes para treinar uma equipa como o Sporting. Falta-lhe músculo e nervo para domar o balneário. Apetecia-me, porém, aplicar outra palavra...
E ontem… Ontem, mais uma vez ensaiou um esquema táctico novo (mais um): um 4-3-3, com Wender, Douala e Deivid na frente. Os dois primeiros encostados às linhas, e alternando nas alas, e o terceiro no centro. A ideia era boa mas não para ser experimentada num jogo destes. E sobretudo não para ser experimentada ao mesmo tempo que mexia na defesa, desfazendo a dupla Polga e Tonel, e colocando Paíto na esquerda. Curiosamente, no eixo retira Tonel, que tem cumprido, por vezes com brilho, metendo Beto, que vem de uma lesão. Claro: Tonel não tem cartel, nem influência, daí que seja a opção de saída mais fácil. Com as mudanças, Peseiro mexeu, mais uma vez, em toda a estrutura da equipa.
Mas o problema, ontem, não foi o treinador. Se calhar até, e em relação apenas ao jogo de ontem, foi o menos culpado. E, caso raro, até acertou nas substituições: de Luís Loureiro por Custódio que organizou, como podia, o jogo do Sporting e melhorou a transposição defesa-ataque; de Deivid, fatigado, por Pinilla, embora esta pudesse ter acontecido mais cedo.
E não digo isto pelo jogo de ontem…
Peseiro é, sem dúvida, um treinador bem intencionado, tecnicamente preparado e com alguma cultura táctica. Mas isso não chega para treinar o Sporting. Não tem, nem nunca teve um modelo de jogo definido e uma estrutura-base. Na retaguarda, é tacticamente instável, fazendo alterações constantes no figurino da equipa. Em campo, não tem leitura de jogo e as substituições são muitas vezes incompreensíveis. Em campo ainda, não tem atitude. Gesticula de forma histriónica e transmite mais nervosismo do que serenidade. Fora de campo também lhe falta atitude, pelo menos para uma equipa como o Sporting. Nas conferências de imprensa, as palavras por norma pesam-lhe. A reacção ao caso recente de Liedson é o exemplo acabado disso mesmo. Confrontado, adoptou a pior atitude. Negou o que todos viram e atirou a culpa para as televisões que - segundo ele - vêem sempre essas declarações nos jogadores do Sporting. Devia ter dito, não ouvi mas se assim for, o jogador será punido. Ou então, ouvi e o jogador vai ser punido por isso. Apenas isto. E propunha à SAD um castigo pecuniário e quiçá também desportivo. Atenção que a ordem é esta. Primeiro, ir-lhe ao bolso. Além de que não me parece ter a capacidade de liderança nem o carisma suficientes para treinar uma equipa como o Sporting. Falta-lhe músculo e nervo para domar o balneário. Apetecia-me, porém, aplicar outra palavra...
E ontem… Ontem, mais uma vez ensaiou um esquema táctico novo (mais um): um 4-3-3, com Wender, Douala e Deivid na frente. Os dois primeiros encostados às linhas, e alternando nas alas, e o terceiro no centro. A ideia era boa mas não para ser experimentada num jogo destes. E sobretudo não para ser experimentada ao mesmo tempo que mexia na defesa, desfazendo a dupla Polga e Tonel, e colocando Paíto na esquerda. Curiosamente, no eixo retira Tonel, que tem cumprido, por vezes com brilho, metendo Beto, que vem de uma lesão. Claro: Tonel não tem cartel, nem influência, daí que seja a opção de saída mais fácil. Com as mudanças, Peseiro mexeu, mais uma vez, em toda a estrutura da equipa.
Mas o problema, ontem, não foi o treinador. Se calhar até, e em relação apenas ao jogo de ontem, foi o menos culpado. E, caso raro, até acertou nas substituições: de Luís Loureiro por Custódio que organizou, como podia, o jogo do Sporting e melhorou a transposição defesa-ataque; de Deivid, fatigado, por Pinilla, embora esta pudesse ter acontecido mais cedo.
Ontem, o problema foi sobretudo a equipa: jogou com uma lentidão incompreensível, sem organização, sem colectivo. Muitos jogadores em sub-rendimento, sem forma física (outro problema mal explicado), a jogar contra as possantes torres nórdicas. Além disso, o Sporting, depois da saída de Rochemback, não tem um playmaker, um distribuidor, um organizador de jogo a meio-campo. Pedir isso ao jovem João Moutinho é demais, no momento.
O Sporting perdeu bem um jogo decisivo que tinha obrigação de ganhar e que, sobretudo pela forma como foi eliminado, vai condicionar psicologicamente toda a época. Espera-se que isto não seja o princípio do fim de uma época que ainda agora começou...
Viva o Sporting Clube da Pólis.
O Sporting perdeu bem um jogo decisivo que tinha obrigação de ganhar e que, sobretudo pela forma como foi eliminado, vai condicionar psicologicamente toda a época. Espera-se que isto não seja o princípio do fim de uma época que ainda agora começou...
Viva o Sporting Clube da Pólis.
Imagem - Site do SCP
Etiquetas: Futebol
4 Comments:
Eu não diria melhor. Mas é curioso que me queixo do mesmo em relação ao Koeman...
Mas acho que o Peseiro esgotou o prazo de validade. Ainda hoje na Bancada Central pediam tempo para ele. Ora, ao fim dum ano?
Só um pormenor: presumo que se queria referir ao Luís Loureiro, certo? O João é o filho do Major...
Os "parcos" leitores do Pólis estão atentos, sim senhor. Gracias pela correcção. Já se alterou. Não sei de onde vem a confusão: dos muitos loureiros, dos BAN, do Boavista, da discussão sobre o João Pinto no Krónikas Tugas...
Sim, quem diz João diz Loureiro, até parece que o João é afilhado do Loureiro... ;-)
Mas o João Pinto é como a pátria: não se discute (esta é um bocado fraca, não é?)
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