Fenómenos e epifenómenos da Casa Pia

Posteriormente à diligência judicial, José Maria Martins, advogado de Carlos Silvino e um dos mais recentes «fenómenos» da Polis – atenção que as aspas são para ser lidas – deslocou-se à tal empresa a fim de arrolar testemunhas. O diálogo não terá corrido bem e ele terá sido convidado a sair. E aí começa o caso e a cena indecorosa. O «nosso homem» é corrido até à porta e então posta-se nela, chamando os jornalistas e dizendo-lhes «filmem isto, filmem isto». Durante uns segundos resiste aos empurrões, a fim de possibilitar a recolha de imagens, até que é empurrado com alguma violência e alguns impropérios e rola pelo chão fronteiro à dita casa. As câmaras filmam. Completado o seu número, o «nosso artista», o «fenómeno», presta declarações à imprensa. O «nosso homem» conhece bem o número, está bem amestrado. Sabe as reacções que provoca, os truques todos, o que pode perder, o que pode ganhar. O «fenómeno» criou um «epifenómeno». Nenhum deles ajuda à Justiça. Não esquecer que antes de ser advogado o «nosso homem» foi polícia. Ontem não foi nem uma coisa nem outra. Mais um artista deste grande circo de habilidades e truques que é Justiça em Portugal. Se repararem, no processo Casa Pia, está lá tudo; está lá o circo todo, o Palhaço Rico e o Palhaço Pobre. Quase me apetece dizer que quem pode pagar tem o Palhaço Rico, e quem não pode tem o Palhaço Pobre…
Numa sequela de «O Exorcista», a dada altura, um oficial nazi ordena a um padre que escolha de um grupo de judeus aqueles que irão morrer. Se o padre não escolhesse, o oficial matava-os a todos. Para o convencer tem a seu lado uma criança sobre a qual dispara um tiro à queima-roupa enquanto diz: «Hoje Deus não está aqui, Padre».
Manifestamente, ONTEM E ANTE-ONTEM A JUSTIÇA NÃO ESTEVE AQUI, NA PÓLIS…
Quo vadis Polis Iustitia
Imagem - Correio da Manhã, on-line
Etiquetas: Justiça, Personagens
4 Comments:
Se tivesse sabido a tempo que a tenda do circo tinha sido montada na Av. das Forças Armadas, teria comprado uns amendoins para ir dar ao urso amestrado (leia-se José Maria Martins), pois quem sabe ele não faria um bis? Ursos tão bem amestrados são difíceis de encontrar, o que me leva a pensar que a cobertura dos media, foi só por essa razão. Agora como será de esperar, repetirão as imagens até o povo ter uma lavagem cerebral, que a justiça em Portugal é cumprida a qualquer preço…
Esse José Maria Martins tem lugar de honra naquilo que se poderia chamar "o país dos chicos-espertos".
E que tal eliminar estes comentários-lixo que estão a poluir este espaço?
Por que nao:)
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