3 de outubro de 2005

Peseiro, depois do crédito, aplicações mal feitas

Mais uma derrota do Sporting, desta vez por 3-0, frente ao Paços de Ferreira. Há uma clara falta de confiança da equipa. Há falta liderança dentro e fora do campo. A sensação que se tem é que com alguém a organizar o jogo lá dentro e com alguém lúcido e sereno cá fora, a equipa se reencontra. Infelizmente, para o Sporting, nem uma nem outra se verificam, hoje. Não há um organizador de jogo no meio campo do Sporting, desde a saída de Rochemback – lembram-se da quebra de rendimento da equipa no ano passado quando ele esteve lesionado – que juntamente com Custódio, à frente da defesa, organizem o processo defesa-ataque. E isso notou-se uma vez mais.
Quanto à liderança fora do campo. Bom, essa, manifestamente não existe. Depois do «crédito» de José Peseiro, temos agora «aplicações financeiras mal feitas». Numa equipa vinda de uma derrota humilhante e a «caminhar sobre brasas», José Peseiro mais uma vez «inventa». Coloca o central Polga a lateral-esquerdo. Inacreditável. Polga andou a «nadar» no lugar durante toda a primeira parte, nunca acertou com a posição, o Sporting sofreu o segundo golo por esse flanco e as ofensivas do Paços de Ferreira por esse lado fizeram razia. Acresce que à frente de Polga estava Douala que não é um jogador de marcação. Conclusão, o flanco esquerdo abriu. E Peseiro, com esta adaptação disparatada, ainda corre o risco de «queimar» um jogador como Polga. No meio campo, também inventou. Deixou de fora Wender que, com Douala, podia abrir as alas, uma boa solução dada a ausência do tal organizador de jogo a meio-campo. Só na segunda parte corrigiu estas situações com a entrada de Paíto para o lado esquerdo da defesa e de Wender para o meio-campo. A equipa melhorou e teve 15 minutos de futebol ligado e agradável, com algumas oportunidades que não concretizou. Mas já era tarde. O esquema táctico, quase um 4-2-4, era de risco para a defesa que acabou naturalmente castigada com vários «amarelos» e um «vermelho» para Miguel Garcia e com mais um golo em lance de contra-ataque nos últimos segundos do tempo de compensação. Mas não havia outra hipótese face ao resultado.
O Pólis&etc. termina com o velho estribilho com que acabou o post Crédito Peseiro, esgotado o plafond: Espera-se que isto não seja o princípio do fim de uma época que ainda agora começou...
E sempre, mas sempre, diz:
Viva o Sporting Clube da Pólis.
Imagem (logotipo animado) - Site do SCP

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4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O negócio de Rochemback, que na altura até me pareceu ser bom (e o Jorge Gabriel acha que foi "um excelente negócio), pode afinal vir a revelar-se um desastre em termos desportivos. Esse é o grande problema: encontrar o equilíbrio entre as vantagens financeiras e as desportivas. Por isso acho que o Benfica esteve bem ao não vender o Simão, porque se o tivesse feito também seria "um excelente negócio" (e financeiramente falando era) mas podia ser ruinoso em termos desportivos. Nem sempre é fácil optar, mas sem jogadores não há vitórias e sem vitórias não há dinheiro... para comprar bons jogadores. A não ser que todos os anos saia um Ronaldo, um Quaresma, um Hugo Viana... A questão é: que benefícios tirou o Sporting da venda desses jogadores, e agora do Rochemback? Pelo que se está a ver, nenhuns.
Quanto ao resto, são as invenções do costume, com os resultados do costume.

segunda-feira, outubro 03, 2005 2:07:00 da manhã  
Blogger Politikos said...

Tb acho que desportivamente o Benfica fez bem em não vender o Simão. Quanto ao Roca, ele estava só emprestado e no final da presente temporada ir-se-ia irremediavelmente embora. O mal foi ter-se dispensado simultaneamente o Roca e o Hugo Viana, sem pensar em alternativas. O João Alves não tem as características de distribuidor de jogo. Não pensaria que tivesse de dizer isto mas, neste cenário, não seria mau que ainda por lá estivesse o Pedro Barbosa...
De todo o modo, acho que com esta pausa de 15 dias, o SCP vai recuperar parte do estaleiro e vai necessaraimente melhorar de produção... Porém, isso apenas disfarçará a falta de um modelo de jogo e de liderança... Oxalá me engane.

segunda-feira, outubro 03, 2005 2:10:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Ainda quanto ao Simão, o Benfica não o vendeu, não tanto por uma estratégia desportiva clara, mas apenas porque as inscrições estavam no limite e já não podia ir ao «mercado» comprar um substituto... Para já fez bem, como ainda ontem se notou. E já no ano passado, Simão foi o grande «abono» do Benfica e, para mim, dentro de campo, o principal responsável pelo título ganho. O Benfica é, em muitos jogos, Simão e mais 10... Ele marca a diferença... É um bom capitão... Põe a equipa a jogar... É rápido... É tecnicamente muito evoluído... Desequilibra no um para um... É exímio nas bolas paradas... É porventura o único craque do Benfica. Será preciso dizer mais?!

terça-feira, outubro 04, 2005 10:46:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Eu não diria melhor!
Mas os outros também não são assim tão maus...

terça-feira, outubro 04, 2005 10:55:00 da tarde  

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