3 de dezembro de 2005

A nossa cara Aspirina…

Não há como as mais triviais compras do dia-a-dia para melhor compreendermos o que se vê, ouve e lê, «à distância», nos «media», através das palavras dos jornalistas e dos decisores políticos. Vem isto a propósito de uma simples compra, de uma também simples embalagem de Aspirina. Sim, isso mesmo, a «velha» Aspirina, do «velhinho», de décadas, ácido acetilsalicílico, que tantos e tão bons serviços nos tem prestado. Produzido, comprimido e embalado pela Bayer, em embalagem verde e branca (valha-nos isso!). É que essa embalagem, de apenas 10 comprimidos, custou-me a módica quantia de €3,45.
O que me leva a colocar algumas questões:
A produção da Aspirina ainda envolve despesas de investigação?
Quantas vezes já estarão pagas as despesas de investigação que estiveram na base da sua produção?
Qual a razão pela qual se mantém um dos mais simples medicamentos ao preço em que está?
Percebo melhor agora, através deste gesto tão simples, o porquê dos lucros «faraónicos» das multinacionais farmacêuticas e, no outro extremo, o porquê dos custos cada vez maiores dos sistemas de saúde.

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Cá por mim, devo confessar que a Aspirina nunca me fez bem nenhum. Se calhar é por causa da embalagem verde e branca...

sábado, dezembro 03, 2005 3:00:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Já calculava que você não tinha estomâgo para o verde?

sábado, dezembro 03, 2005 3:20:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Verdade, verdade, cara Graciete. Fez bem em lembrar que neste «bolo» também se incluem os distribuidores e as farmácias. Por acaso não conheço as % relativas mas imagino que devem ser grandes. Se forem como nos livros é obsceno... O autor fica com menos de 5% e os restantes intermediários levam o resto. Mas não me parece que o mesmo aconteça nos medicamentos. Nesta matéria, o «excipiente» não deve ser das multinacionais... E assim deve ser, já que são elas que investem na investigação...
Sobre o lóbi dos medicamentos, concretamente sobre a ANF e as farmácias, o Pólis também já escreveu por aqui («postes» de 6 Out. - «aportuguesou-se» a palavra à espera das reacções do Kroniketas) :-)

domingo, dezembro 04, 2005 2:15:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Para o Kroniketas um poste é daqueles de electricidade. E também há os postes das balizas e do basquetebol.
Quanto ao outro, só quando vier no dicionário oficial do Pólis&etc. :-)
Até porque se escrever "artigo" também serve e não é preciso aportuguesar nada.

domingo, dezembro 04, 2005 5:11:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Bem, caro Kroniketas, para além desses, há também os postes telefónicos e os «postes» do basquetebol.
Ainda não há dicionário oficial do Pólis, mas é uma ideia, é uma ideia ;-)
Quanto ao «artigo», a palavra não substitui o «post» à inglesa. Artigo pressupõe um texto mais longo e elaborado. A palavra «poste», com mais este sentido, é para considerar na próxima edição do Dicionário da Academia... Vou informar o Malaca :-)

domingo, dezembro 04, 2005 10:12:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Saúda-se mais um cidadão da Pólis interveniente neste blogue. Cidadão exigente, este, que já me obrigou a ir consultar a Constituição da Pólis, embora tivesse «tirado» pelo contexto que o referido artigo se referia ao direito à saúde. Bom, continuo a achar que as multinacionais ganham mais do que o suficiente para a investigação que fazem. E penso que no caso de uma pandemia, o dinheiro para a produção das vacinas e dos medicamentos apareceria, pelo menos nos países ricos… Infelizmente nos outros… E essa é a verdadeira tragédia, o mesmo mundo, a mesma «Pólis Global» e duas realidades muito diferentes... Essa é a grande tragédia dos nossos dias...

domingo, dezembro 04, 2005 10:25:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Acho bem, mas pela minha parte "kroniketa" serve...
O "post" à inglesa está contido no "post office". Dá pra muita coisa.

segunda-feira, dezembro 05, 2005 10:59:00 da tarde  

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