28 de outubro de 2006

Não «Sá de Baixo»...

Não costumamos dar aqui conta do que vamos bebendo, sobretudo porque há blogues especializados e conhecedores da arte, coisa que nós não somos. Por norma seguimos-lhes o rasto, não vale a pena inventar. Porém, não queremos ficar só para nós com esta informação. Dentro da classe do que os nossos caríssimos confrades das Krónikas Vinícolas, enófilos mais do que esclarecidos, chamam vinhos de combate (peço de empréstimo esta expressão), para o dia-a-dia, descobrimos este ano na Feira de Vinhos do Jumbo, o Sá de Baixo. Confesso que pelo nome não o comprava. Porém, a região, o Douro, o preço tentador (€2,99), e o selo da Revista de Vinhos, como Melhor Compra de 2006, fizeram-nos adquirir duas garrafitas. À cautela, não fosse o conteúdo não justificar e porque o espaço também não é muito. E foi pena não termos comprado mais: nem sempre temos sido bem sucedidos com as compras distinguidas pela Revista de Vinhos, mas desta vez foi um tiro na mouche. É que aquele néctar, não fora o pouco corpo que apresenta, era bem capaz de se bater de igual para igual com vinhos de classes superiores. Trata-se de um vinho produzido pela Encostas do Douro - Sociedade Vinícola, S.A., sedeada em Sedielos (duas belas palavras para estarem juntas, sim senhor), em Peso da Régua, a partir das castas Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Barroca. Trata-se de um Douro de 2003, com cerca de 13.º, de cor ruby, aveludado na boca, fácil de beber - sentem-se pouco os taninos - mas com umas notas de baunilha que lhe dão um final de boca muito agradável. Um vinho verdadeiramente equilibrado entre cor, aromas, sabores e preço. Se o vir, compre-o logo. Em termos de preço-qualidade, não encontra garantidamente melhor. E, já agora, se nos é permitido o arrojo, aconselhamos a prova e porque não a sua inclusão na lista de escolhas dos nossos confrades enófilos das KV. Não vai destoar, de certeza...

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9 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Caro Politikos, talvez devesse então alterar o título do «post» para «Sim, Sá de Baixo». É verdade que o que faz um bom vinho é, em grande medida, o momento, a ocasião em que se toma, o ambiente, as circunstâncias actuais ou próximas, a(s) pessoa(s) que nos acompanha(m)… E é também verdade que o título de um «post» se quer sugestivo… :-)

sábado, outubro 28, 2006 3:31:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Adquiriu-se umagarrafita nas feiras de vinhos e está em espera para provar quando for oportuno. Quanto à relação preço-qualidade, bom, aí já é mais duvidoso, porque nessa gama há muitos, muitos, que lhe podem fazer concorrência. Na nossa lista de sugestões há uns quantos que poderiam reclamar a mesma menção de que "pelo mesmo preço não há melhor", pelo que reservamos a nossa apreciação para quando o vinho for provado.

domingo, outubro 29, 2006 2:24:00 da manhã  
Blogger maloud said...

Vá a Sedielos. Tem uma das grandes paisagens do Douro.
Quanto ao Sá de Baixo, comprei no Continente das Antas várias garrafas de "combate" e para "combate". Obviamente fui aconselhada por alguém do Douro.

terça-feira, outubro 31, 2006 7:52:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Bem, quanto ao comentário do Kroniketas, eu nem me atrevo sequer a contestar. Quando um mestre fala, os aprendizes baixam as orelhas... Ponto final. Mas aguardamos com curiosidade a apreciação para ver se coincidimos. Dê depois nota da prova, meu caro.

quarta-feira, novembro 01, 2006 12:22:00 da manhã  
Blogger Politikos said...

Cara Maloud. Seja bem re(aparecida) por aqui. Já havíamos sentido a sua falta. Como vê, as coisas do Norte são por aqui devidamente apreciadas... Ainda bem que concorda com a escolha. Eu fiquei agradavelmente surpreendido com aquele vinho e, como referi, nem sempre as escolhas da revista de Vinhos me convencem. O melhor de 2005, por exemplo, era um tinto de que já não recordo o nome, da região de Palmela, o qual não tinha - na minha modesta opinião - nada que o distinguisse.
Tomo boa nota do que me diz sobre Sedielos.

quarta-feira, novembro 01, 2006 12:28:00 da manhã  
Blogger Politikos said...

Cara Luar
Fica para o fim, mas por mero esquecimento. O «Não, Sá de Baixo» pretende apenas dizer que não se sai debaixo do Sá de Baixo...
Quanto ao momento, tem razão, de facto, mas isso apenas ajuda não define, mas pode ser aquele «je-ne-sais-quoi», para usar aqui um galicismo em época de anglicismos, que faz a diferença... ;-)

quarta-feira, novembro 01, 2006 12:35:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Minha cara Maloud, aproveitando este «espaço de liberdade», não quero deixar de lhe manifestar o enorme prazer que tenho em a «rever». :-)

quinta-feira, novembro 02, 2006 7:19:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Disse bem, cara Lua, um «espaço de liberdade»! Preza-se bastante esse valor por aqui, direi mesmo que porventura acima de todos os outros...

quinta-feira, novembro 02, 2006 11:28:00 da tarde  
Blogger maloud said...

Plagiando {parece que está na moda} "este espaço de liberdade" tive muita pena que tivesse fechado o Raio de Lua, caríssima Luar. Gostava tanto de a ler. E li-a sempre.

sexta-feira, novembro 03, 2006 7:33:00 da tarde  

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