2 de dezembro de 2006

No lo creo...

«[...] o que quer dizer que 'ninguém lê' quando se publica em Portugal uma média de 10 livros por hora?»
João Pedro Aido (editorial da revista Palavras, n.º 30, Outono de 2006)
Confesso que me aborrece ver afirmações destas sem indicação da fonte. Certamente que ela existe. Isto não foi, por certo, escrito, sem confirmação. Seja como for, eu duvido muito do número apresentado. A ser verdade, temos 240 livros por dia, 7300 livros por mês, 87 600 livros por ano... Só para terem uma ideia, esse número de livros «encheria» duas bibliotecas como a do Palácio/Convento de Mafra...
By the way, estive há dias no encontro Out of the Box, organizado pela EMC, e lá se disse, também sem indicação da fonte, que a informação no mundo duplica a cada oito meses que passam. Apesar de absurdo, este valor parece-me, apesar de tudo, bem mais plausível do que o número de livros publicados entre nós. Informação é tudo. E basta olharmos para a internet para percebermos que o seu crescimento é exponencial. Mas continuava a gostar de saber que estudo está por detrás dele. Um estudo americano, disse-se, atirando-se a nacionalidade como chancela de qualidade.
De qualquer modo e ainda que os números pequem por excesso, eles acabam por nos fazer perceber como realmente estamos em pleno na tão glosada Sociedade da Informação e do Conhecimento. Porém, nem sempre com o rigor necessário para se dizer onde se beberam os sound bites debitados...

Etiquetas: ,

9 Comments:

Blogger q.b. said...

Caro Politikos, a questão é mesmo essa, do «rigor». Veja-se o caso das enciclopédias «on-line», a que qualquer um pode dar umas achegas. Esta «democratização» tem o efeito negativo de tornar a informação que nos é mais acessível pouco precisa, quando não incorrecta. Li, há tempos, não sei em que jornal ou revista, que os artigos da wikipédia (salvo erro) relativos a alguns políticos estão carregados de erros. «In the meantime» seria interessante que a nossa taxa horária de publicação de livros fosse, de facto, dez. Os livros ainda são a fonte de informação mais segura que temos.

domingo, dezembro 03, 2006 7:54:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Meu caro Politikos, noto, com satisfação, como - para além do francês, que domina - começa a aventurar-se, destemidamente, no inglês e no espanhol! ;-D

domingo, dezembro 03, 2006 8:00:00 da tarde  
Blogger maloud said...

A maior parte dos livros que se publicam em Portugal são atentados ecológicos. Basta correr os hipermercados, para ver as "maravilhas" expostas. Quanto à Fnac e à Bertrand vendem até dizer chega os esoterismos, a marca registada, o que anda por aí, etc.,etc.
Do meu modesto ponto de vista a Wikipedia é bastante interessante. Todos podemos corrigir os erros que lá detectamos. Ainda esta semana aconteceu termos de corrigir um brasileiro que tinha feito um acrescento idiota ao Sauternes.

segunda-feira, dezembro 04, 2006 7:27:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Cara q.b.
O problema não é o meio, são as pessoas. O rigor ou se tem ou não se tem. E tanto se deve ter «virtualmente» como em «papel». Veja que os exemplos que refiro: um é em papel (numa revista científica credenciada) e o outro é presencial (num encontro técnico).
O caso da Wikipédia é para mim um caso notável e de sucesso. Eu uso-a com frequência. Além disso é feita de forma graciosa, o que nos tempos que correm, em que «não há almoços grátis», é ainda mais notável. Saberá porventura a quantidade de erros que existem também nas enciclopédias em papel? Olhe que também são imensos. Acredite. E nos dicionários, idem. Experimente, por exemplo, comparar vários dicionários e verá como se copiam acriticamente uns aos outros e até repetem os erros uns dos outros.
Mas concordo consigo quando refere que apesar de tudo os livros são a fonte de informação mais segura que temos.

terça-feira, dezembro 05, 2006 11:47:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Caríssima Luar
Apesar de muito me lisonjear os seus elogios à minha faceta de poliglota, faço notar-lhe que, como sabe, e infelizmente, a língua de Shakespeare não é propriamente a minha segunda língua e no «espanholito» - há-de convir - todos lá vamos... Veja os casos de sucesso dos nossos futebolistas em terras de «nuestros hermanos»... É um regalo ouvi-los «por supuesto» :-)

terça-feira, dezembro 05, 2006 11:53:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Cara Maloud
Subscrevo inteiramente o que refere sobre a Wikipédia. E o conceito de «work in progress» que lhe está subjacente, aberto a todos que queiram colaborar, é uma ideia notável.
Quanto aos livros, todos, e apesar dos «esoterismos» e das pobres árvores abatidas para os fazer, ainda bem que existem. O mundo é eclético e há lugar para tudo nele. E o esoterismo pode bem ser uma via para se chegar a outros lados. Se soubesse o que eu devorei na adolescência e na juventude... ;-)

quarta-feira, dezembro 06, 2006 12:01:00 da manhã  
Blogger Politikos said...

[Lá me dei conta que utilizei um anglicismo no último comentário. Não tarda nada, está a Luar a «gozar» com as tristes «camisas lavadas» dos «pobres»].

quarta-feira, dezembro 06, 2006 12:04:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Dear Politikos, I believe you are getting slightly snobbish… :-D

sexta-feira, dezembro 08, 2006 1:42:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

I don't think so, dear Luar, I don't think so at all.

sexta-feira, dezembro 08, 2006 8:06:00 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home

Hits
cidadãos visitaram a Pólis desde 22 Set. 2005
cidadão(s) da Pólis online