Divisões à mão…
Tenho, desde há algum tempo, um jovem licenciado a trabalhar comigo. Digo jovem, mas já tem 29 anos. As novas gerações começam genericamente a trabalhar mais tarde. E quando começam é geralmente em formas de trabalho precário e indiferenciado, do tipo call centers e afins.
Diz-se sempre isto e aquilo da preparação dos jovens. Quem o faz são aqueles que tiveram uma formação, digamos, mais clássica. Tendem geralmente a desprezar e a criticar o conhecimento das novas gerações. Há como que um certo snobismo intelectual que lhes é conferido por uma certa cultura humanista, uma certa erudição, quantas vezes vã!
Não sei, aliás, se o conhecimento das novas gerações é pior ou melhor. Sei, de certeza, que é outro. Porventura até mais adaptado aos tempos. Tem pontos fracos, certamente, mas também tem pontos fortes. Por exemplo um muito melhor Inglês e um muito melhor domínio da tecnologia.
O curioso é que o dito jovem confessou-me, aqui há umas semanas, numa segunda-feira, que tinha passado o fim-de-semana a fazer operações aritméticas, designadamente divisões, à mão… e que estava feliz por ter percebido as operações e por tê-lo conseguido…
Diz-se sempre isto e aquilo da preparação dos jovens. Quem o faz são aqueles que tiveram uma formação, digamos, mais clássica. Tendem geralmente a desprezar e a criticar o conhecimento das novas gerações. Há como que um certo snobismo intelectual que lhes é conferido por uma certa cultura humanista, uma certa erudição, quantas vezes vã!
Não sei, aliás, se o conhecimento das novas gerações é pior ou melhor. Sei, de certeza, que é outro. Porventura até mais adaptado aos tempos. Tem pontos fracos, certamente, mas também tem pontos fortes. Por exemplo um muito melhor Inglês e um muito melhor domínio da tecnologia.
O curioso é que o dito jovem confessou-me, aqui há umas semanas, numa segunda-feira, que tinha passado o fim-de-semana a fazer operações aritméticas, designadamente divisões, à mão… e que estava feliz por ter percebido as operações e por tê-lo conseguido…
Etiquetas: Educação
2 Comments:
Meu caro Politikos, esta sua história lembrou-me o facto de, há uns anos, se calhar na idade do seu colega, também me entreter, às vezes, a fazer raízes quadradas. A explicação da diferente escolha de operações é simples, penso eu. No meu tempo, fazíamos todas as contas «à mão», era proibido usar máquinas de calcular, pelo que a grande dificuldade não era a «básica» divisão, mas a mais complexa raiz quadrada. Hoje, com a utilização generalizada (e autorizada nas escolas) das máquinas de calcular, a compreensão do raciocínio subjacente à divisão deve ter passado a constituir o desafio. :-)
P.S.: Confesso, ainda assim, que nunca cheguei aos extremos de abnegação de investir fins-de-semana no aprofundamento de lógicas matemáticas. ;-D
Minha cara Luísa, esse seu há uns anos lembrou-me as histórias infantis que começam por «era uma vez»... não interessando muito se a tal vez foi há 50, se há 100 anos… era uma vez e pronto!
Pois no meu tempo, em que já havia calculadoras de bolso, mas em que creio que só os modelos mais sofisticados faziam directamente raízes quadradas, também havia essas proibições... de onde, à mão nos exames ou «pontos», como então se chamavam, ou com calculadora em casa, se chegava lá com mais ou menos trabalho... E embora as operações aritméticas feitas manualmente não devam ser negligenciadas na aprendizagem, não lhes atribuo nenhum cariz decisivo... é um pouco como se com os tractores de hoje, se exigisse que os agricultores fizessem um teste de enxada...
E embora as minhas aptidões matemáticas sejam rudimentares - posso dizer-lhe que me tenho «governado» com as operações aritméticas básicas e a regra de três simples - ainda não há muito tempo passei um árduo fim-de-semana a preparar as contas do condomínio graças ao amigo e fiel Excel... que me permitiu numa assembleia de condóminos onde há pelo menos um engenheiro, um gestor e um economista escutar alguns encómios à excelência da apresentação das ditas contas... certamente mais para me cativarem debalde para uma nova administração do que pelo mérito das ditas... que, não obstante, foram feitas com grande desvelo, tendo no final ficado mais ou menos como aquele jovem aprendiz que por lá tenho, maravilhado com as minhas capacidades em arrumar bonitinho e batendo certo umas pobres contas de merceeiro em colunas de deve e haver...
Enviar um comentário
<< Home