O espelho nunca vem só…
O nosso processo de envelhecimento é inexorável. Há etapas físicas e etapas mentais que vamos cumprindo. Espelho, corpo e mesmo a mente já me tinham avisado disso. Não o tinha, porém, ainda sentido, na atitude dos outros para comigo. Foi agora a vez!
No ano passado, tive de interagir, durante um ano, dois dias por semana, com um grupo de 15 pessoas em que, tirando um caso, eram todos mais novos do que eu. Gente na casa dos vinte e muitos ou trinta e poucos. A dada altura, teve de se organizar um evento colectivo e coube-me a mim, de forma espontânea, a liderança de todo processo. Ninguém me disse nada, ninguém sequer me tentou meter aquilo em cima, mas eu intuí-o. Era aquele comportamento que se esperava de mim naquele momento. Fi-lo, mas não deixei de reflectir.
Há uma semana, tive de interagir durante oito dias com um grupo, em que, não sendo o mais velho, e estando inclusive a meio da tabela etária dos convivas, fui, a dado passo, chamado a assumir um determinado processo.
Um representante do grupo dos mais novos abordou-me de forma bastante formal para solicitar a minha opinião sobre um assunto que envolvia o colectivo. Dei-lha, foi aceite e depois pediu-me para falar individualmente com cada uma das 30 pessoas. Li-lhe mesmo um certo desconforto pela abordagem e a passagem imediata para mim de um determinado tipo de ascendente e de uma autoridade que nunca pedi, nem quis, nem equacionei que pudesse suscitar nos mais novos…
Sendo eu estruturalmente um tímido, fujo bastante de ser o centro do que quer que seja. Ao longo do tempo, porém, como acontece com quase todos, fui sendo escolhido pelos meus pares para isto ou para aquilo e empurrado para diversos papéis de representação que fui (vou) desempenhando com mais ou menos custo e mais ou menos sucesso. Foi esta, porém, a primeira vez que isso me aconteceu não interpares ou pelos mais velhos, mas por decisão dos mais novos, uma ou duas gerações abaixo da minha… E essa é mais uma etapa do processo de envelhecimento, à qual me vou ter também de ir habituando…
No ano passado, tive de interagir, durante um ano, dois dias por semana, com um grupo de 15 pessoas em que, tirando um caso, eram todos mais novos do que eu. Gente na casa dos vinte e muitos ou trinta e poucos. A dada altura, teve de se organizar um evento colectivo e coube-me a mim, de forma espontânea, a liderança de todo processo. Ninguém me disse nada, ninguém sequer me tentou meter aquilo em cima, mas eu intuí-o. Era aquele comportamento que se esperava de mim naquele momento. Fi-lo, mas não deixei de reflectir.
Há uma semana, tive de interagir durante oito dias com um grupo, em que, não sendo o mais velho, e estando inclusive a meio da tabela etária dos convivas, fui, a dado passo, chamado a assumir um determinado processo.
Um representante do grupo dos mais novos abordou-me de forma bastante formal para solicitar a minha opinião sobre um assunto que envolvia o colectivo. Dei-lha, foi aceite e depois pediu-me para falar individualmente com cada uma das 30 pessoas. Li-lhe mesmo um certo desconforto pela abordagem e a passagem imediata para mim de um determinado tipo de ascendente e de uma autoridade que nunca pedi, nem quis, nem equacionei que pudesse suscitar nos mais novos…
Sendo eu estruturalmente um tímido, fujo bastante de ser o centro do que quer que seja. Ao longo do tempo, porém, como acontece com quase todos, fui sendo escolhido pelos meus pares para isto ou para aquilo e empurrado para diversos papéis de representação que fui (vou) desempenhando com mais ou menos custo e mais ou menos sucesso. Foi esta, porém, a primeira vez que isso me aconteceu não interpares ou pelos mais velhos, mas por decisão dos mais novos, uma ou duas gerações abaixo da minha… E essa é mais uma etapa do processo de envelhecimento, à qual me vou ter também de ir habituando…
Etiquetas: Envelhecimento, Pessoais
12 Comments:
Este caso que descreve, meu caro Politikos, não foi certamente um caso de idade, mas de confiança, uma vez que não era o mais velho e até estava a meio da tabela etária. Mas é verdade que o espelho nunca vem só; traz sempre consigo um pequeníssimo complexo. :-)
Cara Luísa
Concordo e discordo de si.
Discordo que não seja uma questão de idade. Os jovens em questão eram muitíssimo desembaraçados e capazes de por si só resolverem aquilo. No caso, queriam claramente alguém de outro patamar etário que conferisse, por essa via, maior força à posição e fizesse a «ponte» com os mais velhos.
Concordo quanto ao complexo. Na verdade, sinto o avanço da idade. Deve ser a crise da meia-idade, minha cara. Satisfeita?! Acho que sim! Acho até que lhe consigo ver o sorriso do outro lado do fio! Como vê, minha cara, ponho-me logo a jeito.
;-)
:-D
;)
ass: JOVEM jota
Acho que, ao escrever com maiúsculas, talvez tenha involuntariamente acertado na «mouche» Jovem Jota. É que se calhar o Jovem é mesmo é nome próprio...
;-)
nesse sentido engana-se caro politikos, o nome que se costuma escrever em maiusculas é o apelido... mas acho que qualquer um dos dois me vai bem! ;)
Cara Jovem Jota
Tem me dizer onde é que já viu alguém assinar o apelido com maiúsculas?!
Quanto ao ir bem, se o Natal é quando o homem quiser, o ser-se jovem, sem prova de BI, é também quando a mulher quiser...
;-)
caro politikos,
ninguem falou em assinaturas, mas se vamos por ai, também nunca vi ninguém assinar com maiusculas. posso dizer-lhe que dois paises depois do nosso o apelido escreve-se em maiusculas! ;)
e relembro que ja é a segunda vez que, subtilmente, me pergunta pelo b.i... ora foi o politikos que começou a tratar-me por jovem... mas ja nao deve lembrar-se... estou a ver que a idade nao perdoa mesmo ;)
Cara jovem jota do pontinho
Tenha cuidado com a esclerose precoce:
1.º Diz que «ninguém falou em assinaturas», quando dois comentários antes havia escrito: «ass: JOVEM jota»; está lá «ASSIN.» caso não tenha reparado;
2.º Diz: «nunca vi ninguém assinar com maiusculas» para, logo depois, dizer que «dois países depois do nosso - resta saber se para norte, se para sul, se para este, se para oeste - apelido escreve-se em maiúsculas!»; a idade tb traz problemas de localização no espaço;
3.º Sobre o B.I., não é pergunta nenhuma, nem sequer subtil, até porque tenho uma noção bastante aproximada da sua idade, procura-se apenas demonstrar que só com o B.I. é que se prova a idade.
Mas, deixe lá jovem jota, já estou muito habituado a que as senhoras já cotas adorem ser tratadas por «meninas»... Tenho mesmo uma amiga que fora dos círculos mais próximos já decretou só fazer anos de dois em dois! Fraquezas!
;-)
caro politikos,
a assinatura era apenas uma "provocação" para diferenciar a j. ou jotita ou jota do pontinho, do JOVEM jota, como muitas vezes se refere a mim ;)
se insite nas assinaturas, eu assino com maiusculas e minusculas, mas aqui, dois paises depois do nosso, os apelidos escrevem-se muitas vezes(ou quase sempre) em maiusculas
se tem uma visao aproximada da minha idade é porque a sua não lhe perdoa. depois de, varias vezes, ter subtimente feito essa pergunta (insisto) por volta do mês de maio acabei por responder-lhe sem rodeios, nao me diga que nao se lembra!?
quanto a mim, uns dias chamam-me mme outros mlle de acordo com o olhar de cada um, mas mais por causa dos estado civil... no que respeita à idade, gosto muito de fazer anos, nem que seja apenas pelos presentes ;)
Cara Mme Jota ou Mlle Jotita (escolher a que mais lhe agradar) Parece-me que Vexa revela algum «mau perder» na argumentação... ;-)
Apesar de tudo, penso que podemos concluir que:
1.º Vexa afinal sempre «assinou»;
2.º O país «dois países depois do nosso» é para Norte ou Nordeste;
3.º A assinatura dos apelidos com maiúsculas em França aparece afinal modalizada; agora é só «muitas vezes»: não estará Vexa a olhar demasiado para os catálogos da sua biblioteca?! ;-) Assentando nisto, vamos à idade: não me lembro - confesso - da tal resposta directa sobre a sua idade: é possível que não tenha visto a sua resposta já que nem sempre acompanho o desenrolar dos comentários dos postes em que comento, mas tb pode ser da arterioesclerose, claro.
P.S. - Acrescem, porém, como já viu, mais duas formas de tratamento à sua lista: parece que a arterioesclerose ataca mais a memória do que a imaginação ;-)
Não é nada mau ser assim nomeado.
A velhice (risos) por vezes sabe bem:)
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