10 de junho de 2010

Economês

Uma notícia do Expresso deste fim-de-semana dava conta de que o Banco de Portugal caçou a licença ao braço-direito de João Rendeiro no BPP, Paul Guichard, nome que não tem estado na berlinda e de que raramente se ouve falar. É um erro achar que casos como o BPP ou o BPN se deveram exclusivamente a João Rendeiro e Oliveira e Costa. Não é possível, nos dias de hoje, a um só homem montar colossais embustes, como por exemplo o do BPN.
A dada altura, diz o Expresso:
«Paul Guichard promoveu a criação de 12 offshores, sobretudo, “com objectivos de alisamento ou window dressing de resultados e parqueamento de investimentos em veículos de private equity».
A frase é notável. Veja-se a quantidade de termos ingleses e o nível de metáfora de termos ingleses e portugueses. O que reflecte muito do que é hoje a linguagem económica. Ao contrário de outros, vejo com agrado a importação, com ou sem aportuguesamento, de termos e sobretudo os níveis de metáfora que me parecem intelectualmente bastante estimulantes. Agora o que acho é que a linguagem jurídica ou o eduquês, por exemplo, onde a importação de termos e os níveis de metáfora são bastante mais baixos, têm sido bastante mais maltratados do que o economês. Talvez porque não estejam na moda...
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1 Comments:

Blogger Luísa A. said...

Também acho muita graça a essa linguagem, Politikos, (como acho à metáfora futebolística, ou taurina, ou vinícola...), embora nunca fique segura de a ter interpretado correctamente. Mas talvez o problema não esteja na linguagem e antes na minha ignorância dos mecanismos económico-financeiros. :-)

terça-feira, junho 22, 2010 1:19:00 da tarde  

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