11 de abril de 2010

Diga lá Excelência!

De quando em vez surgem na televisão com grande destaque umas notícias ou umas não-notícias que nos dão a conhecer actos administrativos caricatos praticados por organismos públicos. Por exemplo, despesas hospitalares ou pagamentos de taxas ou impostos de uns míseros cêntimos ou euros que seguramente não pagam as despesas postais e/ou as despesas de emissão dos documentos. Com isto pretende-se dizer que o Estado é incompetente, ineficaz e ineficiente. Alimentando esta tendência, inculcando-a na opinião pública, prepara-se o terreno para a privatização de todas as funções do Estado. Não escapando a este vórtice mesmo as áreas do último reduto, como por exemplo, as ligadas à segurança. Embora hoje esses expedientes sejam cada vez menos necessários, pois o que resta da soberania do Estado é já muito pouco. Aliás é para formar essa opinião que alguns grandes empresários apostam em projectos de comunicação social. Não tenho sobre isso grandes dúvidas.
Por contraponto, no sector privado tudo corre sempre no melhor dos mundos e o nível de serviço é um oásis de excelência. Nunca por nunca ocorrem situações daquelas. Tanto que não me lembro de ver nenhuma reportagem com um caso desses. O que trago aqui é, pois, seguramente um exemplo único e irrepetível... Já que, como todos sabemos, os serviços públicos são maus e os privados excelentes...
Sou cliente desde há alguns anos do Barclays Bank onde até ao ano passado tive um empréstimo para crédito à habitação ao qual estava associado um seguro de vida. Do referido seguro não paguei um cêntimo em 2009 mas mesmo assim, no início de 2010, e para efeitos fiscais, chegou-me a declaração que mostro, dizendo que paguei 0€! É verdade, 0€! E enviaram-me essa declaração para efeitos fiscais?!?!?!? Imagino que se isto se passasse com as Finanças, com um Hospital, com uma Câmara Municipal não faltassem as reportagens e as notícias… Mas não passou. Passou-se com um serviço de excelência, o do Barclays Bank, prestado por um sector de excelência: a banca...

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2 Comments:

Blogger Luísa A. said...

Se bem compreendi a questão, Politikos, julgo preferível, tratando-se do fisco, apresentar os «dossiers» completos. Se o seu crédito à habitação tivesse sido saldado há alguns anos, essa declaração não faria nenhum sentido. Mas tendo sido só no ano passado, é possível que faça, pelo menos para a instituição fiscal que, como sabe, se rege por princípios muito próprios, em que a caça ao pequeno erro formal ou à insignificante falha documental tem um papel decisivo. No que toca a declarações ao fisco, é sempre melhor pecar por excesso do que por defeito. :-)

terça-feira, abril 13, 2010 5:02:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

É espantoso como a Luísa consegue torcer as coisas! Então acha que o problema é do fisco?!?!?!? Ó Luísa, nunca comprou casa?!?! Não tem amigos que tenham comprado?! Não sabe que aquelas declarações são para efeitos de dedução fiscal?! E que se não há valor pago, não há dedução?!
Vamos ser claros, a declaração é cretina e não faz nenhum sentido.

terça-feira, abril 13, 2010 8:00:00 da tarde  

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