29 de setembro de 2010

Nesta noite 2

No que foi anunciado esta noite, reduzem-se os salários dos trabalhadores da Administração Pública superiores a €1500, mas não se reduzem as reformas superiores a esse valor. Isto quando se sabe que mais facilmente um reformado com mais de €1500, que muito provavelmente já não terá, por exemplo, grande parte do rendimento hipotecado à compra de casa, encaixa uma quebra dessas.
Para quem está no activo e trabalha na Administração Pública, o ano que aí vem poderá mesmo ser o da tempestade perfeita. É que internamente, perde substancialmente rendimento por via do efeito conjugado de vencimento/caixa geral de aposentações/ADSE/benefícios fiscais e IVA, e externamente, se a economia melhorar, o que não é difícil, sobem as taxas de juro, trazendo consigo o aumento da prestação da casa.
E, em abono da coerência da acção do Governo, ontem foram negociadas promoções na PSP! Há uns meses soubemos que o mundo mudava em 15 dias, agora o País mudou de um dia para o outro!

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4 Comments:

Blogger Joao said...

Com o aumento brutal dos imnpostos sobre as pensões se calhar os reformados preferiam perder 3.5% ou mais. Ainda por cima este aumento vai atingir as pensões muito abaixo de 1 500 €. O socas não dorme...

domingo, outubro 03, 2010 7:32:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Não sei ainda qual será o «brutal imposto» que recai sobre as reformas! Apenas sei que as pensões ficarão congeladas e que se fará - já estava previsto no PEC - a convergência da tributação dos rendimentos provenientes das reformas com os rendimentos provenientes do trabalho. O João certamente não desconhece a enorme disparidade existente! Posso dizer-lhe que pago mensalmente 36,5% em IRS e um pensionista com idêntico rendimento paga 15%. É disto que falamos!
O modelo de os activos pagarem para os reformados faliu. Agora, os reformados têm tb de pagar para os próximos reformados.
Embora se possa discutir a questão do financiamento do modelo: se deverá apenas ser suportado pelos rendimentos do trabalho e eu acho que nao deve! Mas, claro, para esse peditório infelizmente os nossos políticos não dão!

domingo, outubro 03, 2010 8:27:00 da tarde  
Blogger Joao said...

36,5% não é possivel, a menos que seja administrador de uma empresa publica e das que pagam bem!
As reformas, com exclusão da função publica, como certamente saberá são muito inferiores ao que auferem os que estão no activo e se os pensionistas têm, ou tinham, algum benificio fiscal deve-se, no fim de contas, à politica social do Cavaco que, quando aprovou o IRS, de certa maneira protegeu um pouco as reformas do regime geral, a grande maioria.
Estamos a falar em tributar e diminuir reformas congeladas de 600 € numa altura destas!
Só mostra que ao lado do neoliberal socas o Cavaco era um social democrata.

domingo, outubro 03, 2010 10:05:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

1.º Não sou administrador de nenhuma empresa pública: acharia interessante perceber o porquê do «públicas»?!
2.º Confirmei na nota de liquidação que recebi este ano; atendendo não ao rendimento global - minha conta anterior - mas ao colectável são 34%;
3.º As reformas da função pública estão neste momento a convergir com as da segurança social, o que acontecerá em 2013;
4.º As reformas do privado são inferiores ao salário, obviamente, mas «não muito inferiores», como diz;
5.º Quanto aos benefícios fiscais dos reformados, é-me indiferente de quem é a sua autoria, neste momento não me parece socialmente justo mantê-los;
6.º As reformas da CGA correspondem a descontos efectivamente realizados; já as reformas dos privados?!?!? Conhece certamente os «esquemas» de quem passava a descontar muito mais nos últimos anos, os que efectivamente contavam para o cálculo, ou não?!
7.º As reformas do privado são a grande maioria em número de beneficiários e tb em montante despendido;
8.º Reformas de €600 não são tributadas; apenas as com cerca de €700 o são e em menos de 1%;
9.º Convém comparar os homens e as suas circunstâncias e não apenas os homens e as suas medidas: o período do Cavaco não é comparável a este em que vivemos.

segunda-feira, outubro 04, 2010 1:37:00 da manhã  

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