Alçapões e «falsos amigos» - hoje e sempre
Vem esta «conversa» - diríamos da «treta», se fosse outro a escrevê-la - a propósito de um documento que hoje nos chegou à mão trazido por um colega.
Trata-se da cópia da factura que um mestre-de-obras apresentou, em 1853, pela reparação que efectuou na Capela do Bom Jesus de Braga. É uma transcrição, com grafia actualizada, de um documento existente na Torre do Tombo.
«Por corrigir os 10 mandamentos, embelezar o Sumo Sacerdote e pôr-lhe fitas - 70 réis
Um galo novo para S. Pedro e pintar-lhe a crista - 80 réis
Dourar e pôr penas novas na asa esquerda do Anjo da Guarda - 120 réis
Lavar o Sumo Sacerdote e pintar-lhe as suíças - 160 réis
Tirar as nódoas do filho de Tobias - 95 réis
Uns brincos novos para a filha de Abraão – 245 réis
Avivar as chamas do Inferno, pôr um rabo novo ao diabo e fazer vários consertos aos condenados - 185 réis
Fazer um menino ao colo de Nossa Senhora – 210 réis
Renovar o céu, arranjar as estrelas e lavar a Lua – 130 réis
Compor o fato e a cabeleira de Herodes – 35 réis
Retocar o Purgatório e pôr-lhe almas novas – 335 réis
Meter uma pedra na funda de David, engrossar a cabeleira de Saúl e alargar as pernas a Tobias - 93 réis
Adornar a arca de Noé, compor a barriga do filho pródigo e limpar a orelha esquerda de S. Tinoco – 135 réis
Pregar uma estrela que caiu do coro – 25 réis
Uma botas novas para S. Miguel e limpar-lhe a espada – 225 réis
Limpar as unhas e pôr cornos ao diabo – 185 réis
Total 2 328 réis»
1 Comments:
Perante tamanho trabalho dá-me vontade de dizer, como dizia o Jorge Perestrelo: minha nossa senhora!!!
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