Inteligência ou esforço
Hoje estive com um velho amigo. Trabalhámos 8 ou 9 anos juntos. Apesar de nos separarem mais de trinta anos de diferença, fizemos uma amizade que perdura. É das pessoas mais íntegras que conheci. Inflexível e rígido em questões de princípio, mas de uma honestidade e rectidão de carácter como raramente encontrei. Fica a homenagem. Saúdo-o, meu caro! Ele nem lê blogues e sabe vagamente que tenho um. Penso mesmo que apenas terá uma vaga ideia do que isso é.
Hoje foi um almoço de Natal. Encontramo-nos geralmente para almoçar umas quantas vezes por ano. A dado passo, fala-me da neta mais nova, com orgulho: «Noto-lhe disciplina e esforço». Vaticinei-lhe logo um futuro radioso. E disse-lhe que ainda bem que me dizia isso e que era preferível isso a dizer-me, como vejo muito, «é inteligente».
Isto porque valorizo mais o esforço e o trabalho do que a inteligência. O sucesso – seja lá o que isso for – tem mais a ver com esforço e com trabalho do que com inteligência. O mundo está cheio de inteligentes falhados - seja lá também o que isso for - e igualmente cheio de medianos de sucesso.
Hoje foi um almoço de Natal. Encontramo-nos geralmente para almoçar umas quantas vezes por ano. A dado passo, fala-me da neta mais nova, com orgulho: «Noto-lhe disciplina e esforço». Vaticinei-lhe logo um futuro radioso. E disse-lhe que ainda bem que me dizia isso e que era preferível isso a dizer-me, como vejo muito, «é inteligente».
Isto porque valorizo mais o esforço e o trabalho do que a inteligência. O sucesso – seja lá o que isso for – tem mais a ver com esforço e com trabalho do que com inteligência. O mundo está cheio de inteligentes falhados - seja lá também o que isso for - e igualmente cheio de medianos de sucesso.
Etiquetas: Pessoais
7 Comments:
Caro Politikos, também tenho dificuldade em definir um conceito de inteligência. Mas não estou, tão-pouco, certa do que deva entender-se por sucesso. Julgo que há muitas inteligências, ou inteligências específicas, e que todos os que se esforçam e trabalham e têm sucesso – seja ele o que for – revelam inteligência, ou seja, capacidade de se adaptar e responder às exigências da vida.
É verdade, caro Politikos, que a inteligência, enquanto capacidade de desenvolver raciocínios abstractos e lógicos, anda, por vezes, associada a alguma falta de pragmatismo. Os melhores estudantes nem sempre são os que, mais tarde, no exercício da profissão, obtêm os melhores resultados – quer dizer, enriquecem. Resta saber se, como refere a q.b., será esta - a riqueza - o sucesso que procuram na vida.
Queria apenas acrescentar, caro Politikos, que o esforço é importante. Mas o esforço tem de produzir resultados, sem o que é absolutamente inglório e a antítese do sucesso. Confesso que, às vezes, me irritam um pouco as pessoas que «se esforçam imenso», mas não conseguem fazer nada de jeito.
Sem dúvida, cara q.b. Pretendemos apenas chamar a atenção para a prevalência do esforço e do trabalho sobre a inteligência. Mas é óbvio que tem de haver um mínimo de inteligência para se ter sucesso. Pensamos, porém, que o esforço, o trabalho e a disciplina são o mais importante.
Por acaso não me estava a referir a essa espécie de inteligência «autista», do «génio sábio», perdido nas «provetas» e com pouca noção da realidade, mas apenas, como já disse à q.b., ao maior valor que dou ao trabalho e ao esforço, por comparação com a inteligência. Um pouco como o que em tempos ouvi dizer ser o protótipo do «homem SONAE»: 99% de suor, 1% de inspiração.
Fala tb na «inteligência prática» por oposição à «inteligência pura», com o que também concordo.
Excluo, é claro, o «esforço» sem inteligência que aborda no último comentário...
O esforço e o trabalho têm de assentar obviamente nalguma inteligência... O que me parece difícil é a inteligência de «per se» fazer o que quer que seja...
Caro Politikos, o «homem Sonae» é, precisamente, o protótipo do homem que interessa a organizações autoritárias, onde o chefe se julga omnisciente e pretende que os seus trabalhadores façam, mas não pensem. Estas organizações são, aliás, a referência na gestão «à portuguesa». Julgo que o modelo ideal equilibra um pouco mais as percentagens.
Não me parece, cara Luar, o «homem Sonae» é, nas suas percentagens, apenas «caricatural». Não é literal. O que se pretende com ele é a valorização do esforço e da disciplina. O que não é incompatível com o «brainstorming» e a participação individual...
Saiba que o lema do meu «projecto de ex-libris» é: «Labor omnia vincit improbus». Não coloco tradução, convicto de que os seus amplos predicados linguísticos cheguem não apenas ao Inglês, mas tb ao Latim... ;-)
Um Bom Natal para si.
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