8 de julho de 2008

Charivari

Pasmo com a chusma de comentadores que, a propósito do castigo a Pinto da Costa e ao Boavista, batem sem dó nem piedade na chamada justiça desportiva. Usam e abusam dos adjectivos e dos substantivos fortes. É de pasmar porque a justiça desportiva tem tido a vantagem de, por norma, produzir decisões em tempo útil e apesar de tudo, nos últimos tempos, com algum bom-senso e tentando fazer justiça. Enquanto a outra não faz nem uma coisa nem outra...
Como, aliás, sobre esta mesma matéria, o desporto, ficámos a saber a semana passada, a propósito do chamado Caso da Fruta. Após a sábia decisão do Tribunal de Matosinhos, ouvi uma discussão sobre este tema numa das televisões da Pólis. Aquilo terá durado para aí uns 10 a 15 minutos. E os comentadores de serviço apenas se limitaram a perorar sobre a parte instrumental. Ele era se as escutas eram admissíveis ou não, se o crime era de corrupção na forma consumada ou na forma tentada, se a moldura penal era X ou Y... Segundo percebi, se for na forma tentada a moldura penal é mais baixa e em crimes com essa a moldura não são admissíveis escutas... E, nem por uma vez, alguém alvitrou nada em relação ao teor da escutas, ao comportamento do Futebol Clube do Porto e do seu presidente... Se eu fosse de outro planeta e tivesse aterrado na Pólis não saberia sequer do que aqueles três estavam a falar...
Pelo menos na justiça desportiva, ainda se vê alguma coisa: porventura pouco em relação ao que está em causa, mas ainda assim alguma coisa, enquanto na outra só se vê formalismo e processo, muita lei e nenhuma justiça… Aliás, em relação ao futebol, prefiro vê-lo jogado do que falado e em relação a casos destes nem sequer me apetece falar deles, porque se falo e penso muito neles, deixo de ver futebol e isso eu não quero...

Etiquetas: ,

Hits
cidadãos visitaram a Pólis desde 22 Set. 2005
cidadão(s) da Pólis online