5 de janeiro de 2007

O que se passará?

Tive – e neste momento volto a ter – uma necessidade ingente de pessoas com competências profissionais específicas. Olho para o lado e vejo algumas dezenas de pessoas e nessas encontro algumas – muito poucas - com capacidade para as desenvolver. Me se calhar nenhuma com ambição para tal. Já em tempos desafiei alguém que desempenha funções menores na organização mas a quem adivinho algum potencial para funções de nível superior. E nada. Rejeitou a oferta. Claro que não iria ganhar mais no imediato. Isso não está nas minhas mãos resolver. Mas poderia ser – seria certamente - um investimento com retorno a médio prazo. Aceitar o repto, poderia levar a uma reclassificação profissional na qual eu próprio me empenharia ao fim de algum tempo de boas provas e bem assim aos respectivos proventos. Não quis. E prefere arrastar-se fazendo pouco o dia todo e sobretudo tarefas indiferenciadas. Ainda hoje a vi, primeiro a fazer um trabalho mecânico e depois a folhear a Maria, e pensei nisso. Não sei mesmo o que se passa com algumas pessoas. Não sei o que pode arrancar certas pessoas da apagada e vil tristeza de um quotidiano medíocre. Não lhes vislumbro qualquer tipo de ambição pessoal ou mesmo de empenho profissional no que fazem. Quanto mais algum espírito de sacrifício ou de dádiva pela organização e pelo país. Cada um de nós tem a obrigação de fazer o melhor, não só por nós próprios, mas também pelo colectivo em que nos integramos. E é essa atitude que a escola também deve ensinar...

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12 Comments:

Blogger q.b. said...

Caro Politikos, não espere espírito de sacrifício pelo bem comum. Espere, quando muito, algum brio e algum desejo de, por motivos de satisfação pessoal, alterar uma rotina, procurar algo de novo para fazer. E esse brio e esse desejo, só os encontrará, ainda assim, em gente que não esteja muito causticada pela contínua frustração de tarefas que não realizam, nem proporcionam qualquer voo, ou de chefias que asfixiam com a sua incompetência ou a sua prepotência. Quem nunca teve um trabalho que lhe interessasse, não sabe o que isso é, nem, provavelmente, acredita que exista.

domingo, janeiro 07, 2007 12:57:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Penso que retira aí bastante campo ao «livre-arbítrio» individual, cara q.b. Como diria o JFK, «não perguntes o que o teu país pode fazer por ti, mas o que tu podes fazer pelo país»... É tb disso que frequentemente nos esquecemos; no caso vertente ainda é mais grave já que não é sequer pelo país, mas por ela própria...

domingo, janeiro 07, 2007 3:07:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Acho que a q.b. tem, infelizmente, alguma razão.
O tema, em abstracto, situa-se no âmbito do ser e do dever ser...
Quanto ao caso concreto, só conhecendo as razões da pessoa em causa.

domingo, janeiro 07, 2007 6:52:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Pois, cara Atenas, faço minhas as suas palavras: tem, infelizmente, tb alguma razão. É óbvio que o tema se situa filosoficamente no âmbito do «ser» e do «dever ser»; é óbvio tb que alguns nasceram para cavalos de tracção e outros para cavalos de tiro. O que é pena é que alguns que podem chegar a cavalos de tiro permaneçam conscientemente como cavalos de tracção...

domingo, janeiro 07, 2007 8:59:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Boa imagem equídea, essa. Mas infelizmente parece ser essa a mentalidade reinante. E quando se ouvem críticas à função pública, deve ser a esse tipo de pessoas que elas se dirigem e não a quem trabalha com algum empenho e tenta dar o seu melhor. E devia ser sobre essas pessoas que incidiria a sanha governativa de mandar embora funcionários custe o que custar. No trabalho da minha mulher não há gente a mais, há gente a menos. E se calhar o excesso de funcionários públicos é a nível dos pouco qualificados e sobretudo dos que não querem fazer nada. Porque qualificados, desses, ao que me dizem, parece que há cada vez menos. O problema é que os senhores doutores que estão nos seus gabinetes a ditar ordens desconhcem (quase sempre) a realidade do país. Basta ver a barraca resultante das alterções nos transportes da STCP.

segunda-feira, janeiro 08, 2007 6:16:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Ah, e desde que um amigo me disse que o grande sonho da irmã, que é professora, era reformar-se, fiquei esclarecido. Como é que o grande sonho de alguém pode ser ficar a viver à conta do dinheiro do Estado sem fazer nada? Não é isto uma mentalidadezinha medíocre?

segunda-feira, janeiro 08, 2007 6:18:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

É isso, Kroniketas. Há poucos qualificados e muitos pouco qualificados que muitas vezes não sabem ou não querem fazer melhor.
Parece-me é que a tal «sanha governativa» vai, para já, incidir em quem não deve: os avençados, que são muitas vezes parte da nata da Administração.

terça-feira, janeiro 09, 2007 11:33:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Nem pergunto qual é a idade da irmã, meu caro?! É a completa antítese do que deve ser o «espírito de cidadania»! Eu mandava-a frequentar um curso intensivo de Cidadania da Pólis...

terça-feira, janeiro 09, 2007 11:35:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Anda na casa dos 50 e poucos, creio. Portanto, como objectivo de vida não está mal...

quarta-feira, janeiro 10, 2007 5:05:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Caro Politikos, em relação às suas palavras das 11:33:13 de ontem, aguarda-se a factura. Por favor, não siga o exemplo do dentista! :-D

quarta-feira, janeiro 10, 2007 7:48:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Pois, Kroniketas, apesar de suficientemente mau, pensei que o caso ainda fosse pior... É que há gente de 40 e de 30 com o mesmo fito...

quarta-feira, janeiro 10, 2007 10:21:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Ó minha cara Luar, essa é uma possibilidade, como bem sabe, mas, como tb sabe, há sempre forma de não meter certas «facturas» nas contas... E sempre lhe digo - sentidamente, acredite - que espero que seja esse o caso em relação a alguns casos que conheço, como tb sabe...

quarta-feira, janeiro 10, 2007 10:28:00 da tarde  

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