Quando for grande… – Parte II
Entrei o ano novo com prejuízo. No dia 1 parti um dente. Culpa do dito que estava frágil, acumulada com culpa da minha consorte que em lugar de azevias com creme de amêndoa, fez azevias com creme de amêndoa... e cascas. Benditas azevias com creme de batata doce, já que a casca deste tubérculo é mole. Ainda por cima era um pré-molar que me orla o sorriso. Está-se, pois, a ver que o prejuízo foi duplo.
Apesar da passagem do tempo, o nosso dentista continua na mesma, com o seu ar asséptico, em que hoje notei uns vagos laivos de paternalismo: «vou-lhe fazer uma maldadezinha», disse-me a dado passo. E como os cães se costumam parecer com os donos. A empregada da recepção também me disse: «quer a sua continha, não é assim?» e no final ainda me lançou um: «aqui tem o seu recibozinho». Ora, não há como os diminutivos para dulcificar a conta. Ah, pois, a conta! Que desta vez aumentou de 60 para 65 aérios. Foram só mais cinco aérios, ou seja, mais quase 10%, pela restauração de um dente, no caso o 14 V, sejamos precisos (parece um modelo de avião mas não é).
Indo às velhas máximas do PREC, «os doentes que paguem a crise»…
Mas sem dúvida nenhuma que quando for grande...
Etiquetas: Pessoais
4 Comments:
Cruzes, credo! Saio da pátria com o dentista e quando volto cá está ele de novo.
Para o creme de amêndoas, bem melhor que o de batata, permita-me uma sugestão. A marca francesa Vahiné, à venda no Continente, tem amêndoas em pó, raladas, fatiadas,...sem cascas. Também tem outras coisas que cá não há, mas para isso faço sempre um détour em França de lista na mão. Abasteci-me para uns meses.
O que quer, cara Maloud! É o homem e as suas circunstâncias! Além disso, vale para este blogue a máxima usada para os escritores, a de que escrevem sempre o mesmo livro... :-)
As amêndoas com casca foram dadas, de onde há que aproveitar os «frutos», mesmo com prejuízo dos dentes da Pólis...
Um bom ano para si
Meu caro Politikos, permita-me uma sugestão, talvez importante: experimente, para o ano, dar um descanso à sua mulher e fazer as azevias. Aos seus olhos um nadinha míopes, mas, por isso mesmo, atentíssimos ao detalhe, não escapará decerto um vestígio de uma casca, salvaguardando, assim, os interesses da sua boca e da sua bolsa.
Permito-lhe tudo, cara Luar, inclusive processos de intenção. Assume desde logo que eu não faça nada e que a outra parte faz tudo. Saiba que enquanto as azevias estavam a ser feitas, eu cuidava de outros assuntos igualmente domésticos: escolha de vinhos, embrulho de prendas, compra de bolo-rei, de sonhos (cito de memória). Vejo ainda que, com o seu saber jurídico, usa os argumentos no sentido que lhe convém. Acha os meus olhos incapazes de detectar, ao perto, «nuances» de olhar, mas já capazes de detectar as «casquinhas» das amêndoas. Além do mais, algumas cascas eram equivalentes a 1/4 de amêndoa.
Se não soubesse a sua idade, diria que tb andou a queimar «soutiens» em tempos idos... ;-)
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