25 de abril de 2006

Iluminados no DN

Realmente há erros e erros. Por norma, sou bastante tolerante em relação aos erros ortográficos e mesmo em relação aos erros sintácticos que aparecem nos órgãos de comunicação social. Quem os não dá?! Se um texto estiver formalmente bem escrito mas tiver um erro ortográfico ou um erro sintáctico, o que importa isso! É a planta doente no meio de um jardim bem tratado. Não belisca ou belisca pouco o efeito geral. Ninguém escreve de forma gramaticalmente pura. E é fácil encontrar erros mesmo naqueles que os apontam aos outros. Sou, porém, menos tolerante em relação aos erros que denotam ignorância, pouco compatível com a função e a responsabilidade social que é escrever num jornal. Mesmo se estivermos a falar de secções menores, como a da programação da televisão, provavelmente entregues a estagiários recém-formados e mal pagos. Dir-se-á que erros por ignorância também acontecem. É verdade. Porém, num jornal não deveriam acontecer. Onde estão os copidesques e os revisores? Ou será que os textos não passam por duas mãos - prova e contraprova - confiando-se cegamente nos correctores automáticos? É que estes correctores, por muito aperfeiçoados que possam ser, têm severas limitações na análise do contexto presente na escrita. E isto porque, hoje de manhã, ao ler o Diário de Notícias, dou conta de que na apresentação do filme O Nome da Rosa (p. 46), que por acaso na mesma página se refere passar às 15H00, na Grelha do canal 1, e às 21H30, nos Destaques. Tirando isso: lapso comum. Diz-se, a dada altura, «no local vivem-se dias de grande agitação devido à estranha morte de um jovem iluminista». O que se queria dizer era «iluminador», ou seja, aquele que faz iluminuras, e não «iluminista», ou seja, adepto do iluminismo. Não sei que «iluminado» - permita-se-me o jogo de palavras já que estamos a falar das Luzes - escreveu isto, mas de facto é o tipo de erro que não deve passar em claro. Além do mais, o erro ainda acumula o facto de se tratar de um anacronismo, pois na Idade Média - o filme passa-se no séc. XIV - não existiam iluministas, cujo movimento, como se sabe, só surgiu no séc. XVIII. Iluminem-se, pois, os escribas do DN, pede-se...

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Eu acho que eles só devem ter umas luzes, mas apagadas...

quarta-feira, abril 26, 2006 3:15:00 da manhã  
Blogger Curiosa said...

Eu não diria apagadas, mas sim fundidas... :-)

quarta-feira, abril 26, 2006 9:15:00 da manhã  
Blogger Politikos said...

Mas quem disse que era o erro mais grave, cara Luar?

quarta-feira, abril 26, 2006 6:47:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Humm, vejo aí uma saída pela chamada «esquerda baixa» da discussão?! A final ainda a consigo apanhar à esquerda, cara Luar :-)

quarta-feira, abril 26, 2006 10:30:00 da tarde  

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