2 de maio de 2006

Afinal vale mais parecê-lo do que sê-lo...

Sou um céptico. Porém, um céptico optimista. Contradição?! Talvez sim! Talvez não! Expliquemo-nos, então. Deslumbro-me sempre que vejo acções altruístas, corajosas e dignas por parte dos demais entes que connosco habitam este planeta. Isso alegra-me e faz-me acreditar no género humano. Fico sempre interiormente satisfeito quando as noto ainda que não se passem comigo e/ou que não me afectem. O problema é quando acontece o contrário e isso acontece muitas vezes. Às vezes em coisas ínfimas, bagatelas, a bem dizer. Aconteceu comigo de uma forma muito palpável no sábado passado, em que detectei – e acho que sou bastante sensível às variações da temperatura socioemocional – um tratamento diferente, mais atencioso, mais afectuoso, direi mesmo no limite do untuoso por parte de 3 ou 4 pessoas num determinado contexto que agora não vem ao caso. Neste nosso planeta, somos cada vez mais o que parecemos: o lugar que socialmente ocupamos, o estatuto profissional que detemos e cada vez menos o que intrinsecamente somos. E isso entristece-me. E aqueles que no sábado usaram aquele tratamento para comigo, não os desprezo, porque socialmente sempre se habituaram a estar curvados na vida… O mal é que sei que aquilo é contagiante… E os outros, os que não estão sempre curvados na vida, curvam-se, e bem, sempre que lhes for conveniente. Fá-lo-ão apenas de uma forma mais camuflada. Não se curvam, inclinam-se: o que faz toda a diferença, como se sabe… E a esses, interiormente, desprezo-os… A contrario sensu… Há que viver por cá… Espero que não pensem que sou um puro, porque desses só os havanos, ou já nem esses...

15 Comments:

Blogger Politikos said...

O contexto, nos seus pormenores e detalhes, não interessa nada, cara Luar. O que interessa reter aqui é que todos - independentemente do estatuto social (se é que isso existe) - se curvam com o mesmo ângulo... E o meu desprezo aumenta na razão directa do estatuto social de quem se curva... Mas note que isto é tudo em pequena escala, cara Luar...
Aliás, este poste foi apenas um pequeno apontamento em jeito de catarse... Que estas coisas têm de ser como o sabão, ou seja, diluir-se depressa na água da nossa vida... Nem convém conservar as águas putrefactas...

quarta-feira, maio 03, 2006 1:28:00 da manhã  
Blogger Politikos said...

Acho bem, cara Luar, até porque este não é sítio para lavar «roupa suja»... «Barrelas» não é por aqui... E agora lembrei-me do sabão-macaco com que se lavavam as escadas há 20 anos... Assim é o cérebro humano, de associação em associação. Estou a ficar velho, é o que é... Alguém com menos de 40 anos sabe o que é o sabão-macaco? Duvido!

quarta-feira, maio 03, 2006 7:09:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Bem que desconfiava que tinha menos de 40, cara Luar! Agora tenho a certeza! Satisfeita :-)

quarta-feira, maio 03, 2006 7:44:00 da tarde  
Blogger Curiosa said...

Francamente... Sabão-macaco é o sabão azul e branco... :) e Caro Politikos, só tenho 30 anos...

quarta-feira, maio 03, 2006 7:52:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Tem razão, cara Curiosa, tem razão... Eu estava a confundir o sabão-macaco com o sabão amarelo. Com esse é que se lavavam escadas! Tb conhece, apesar da sua tenra idade?

quarta-feira, maio 03, 2006 8:15:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Então esse amarelo não é o famoso sabão Clarim?

quinta-feira, maio 04, 2006 1:56:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Não há nada como chegar a qualquer lado apresentando-se como Dr. Eng. ou Arq. qualquer coisa. É assim mesmo. No Brasil quem é importante ou é Doutor ou Coroné!

quinta-feira, maio 04, 2006 1:58:00 da manhã  
Blogger Politikos said...

Já vi que de amarelo só conhece o sorriso, não é, cara Luar?
Este poste é muito intimista, pelo que não precisa de fotografia. Além disso quando o rei vai nu, ninguém o aponta, porque ele é o rei... Capicce ;-)

quinta-feira, maio 04, 2006 10:55:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Nada disso, Kroniketas. O sabão Clarim é para lavar a roupa, o sabão amarelo era mesmo amarelo, de um amarelo denso e não com a transparência do Clarim. E vendia-se nas drogarias. Já vi que v. é como a Luar tb tem 20 e tal anos ;-)
Mas que porra, só eu é que conheço o sabão amarelo, querem ver?! Só a Curiosa, que a mais velha de todos nós, me pode valer! :-D

quinta-feira, maio 04, 2006 10:59:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Bom, lá na minha aldeia havia disso com certeza, só que já não me lembro. Afinal, já lá vão mais de 30 anos...

sexta-feira, maio 05, 2006 1:29:00 da manhã  
Blogger Curiosa said...

Pelos vistos a mais velha e a mais citadina... Sem dúvida que me lembro das ditas barras de sabão, das quais se cortava o que se desejava conforme a necessidade do cliente...e como se foi perdendo as tradições, o sabão clarim que era usado para colocar a roupa a corar e tirar as nódoas, sendo mesmo imbatível no tratamento da roupa, volta agora em tudo o que é detergente de roupa para a máquina, em forma de sabão natural...Mas nada de saudosismos estranhos, o sabão clarim ainda se vende :)
O dito sabão macaco ( o iniciador de confronto idades, cidade vs aldeia, é que há muito que deixei de ver… mas nada que uma pequena pesquisa não diga o que se passou com tão famoso sabão :)

sábado, maio 06, 2006 10:03:00 da manhã  
Blogger Politikos said...

Falou e disse, a Curiosa. Além disso sabe o que é «roupa a corar». Tomem lá que é para aprenderem :-)

sábado, maio 06, 2006 9:16:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Agora me recordo de que na loja do meu avô se vendia desse sabão, que era cortado por uma espécie de guilhotina do género da que ainda se vê para cortar bacalhau.

domingo, maio 07, 2006 2:18:00 da manhã  
Blogger maria antunes said...

Esse sabão macaco também havia em cor-de-rosa e branco, o meu pai vendia isso na loja dele.

sexta-feira, julho 28, 2006 11:35:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Disso já não tenho memória, mas fica para «memória futura»... :-)

terça-feira, agosto 01, 2006 12:21:00 da manhã  

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