A Biblioteca da Torre do Tombo!
Há lapsos indesculpáveis. Há informação básica de cidadania que ninguém, e sobretudo um jornalista, pode desconhecer. Ontem à noite, a «fava» calhou a Luís Costa Ribas, durante anos correspondente da SIC em Washington. Profissional competente e de «low profile, ontem escorregou de forma clamorosa. Escalado para entrevistar a vencedora do escalão mais jovem do Campeonato Nacional da Língua Portuguesa, parece-me ter encarado aquilo com a ligeireza de quem vai entrevistar uma adolescente vencedora de uma prova menor e um bocado bizarra, ligada a essas «coisas» da Língua. Ou seja, sem preparação, sem guião e sem fazer o «trabalho-de-casa». De onde - estava-se mesmo a ver - saiu grossa asneira. Descontando o tom paternalista e condescendente da entrevista, a dado passo, referindo-se ao prémio mais importante, a viagem à Biblioteca de Alexandria, disse, e cito de memória, «sempre é melhor ir à Biblioteca de Alexandria do que ir à Biblioteca da Torre do Tombo!». Alguém explique ao Luís Costa Ribas a diferença entre um arquivo e uma biblioteca, entre um documento e um livro e, já agora, entre o Arquivo Nacional e a Biblioteca Nacional. Pede-se…
A SIC também não fica isenta de culpas no «cartório» – que não o da Torre do Tombo. Porque raio não nomeou um jornalista ligado à área cultural para fazer aquele trabalho? Pois, para quê, se se tratava apenas - segue o estribilho - de entrevistar uma adolescente vencedora de uma prova menor e um bocado bizarra, ligada a essas «coisas» da Língua...
A SIC também não fica isenta de culpas no «cartório» – que não o da Torre do Tombo. Porque raio não nomeou um jornalista ligado à área cultural para fazer aquele trabalho? Pois, para quê, se se tratava apenas - segue o estribilho - de entrevistar uma adolescente vencedora de uma prova menor e um bocado bizarra, ligada a essas «coisas» da Língua...
12 Comments:
Ó cara Luar, desafia-me, já vi?! Nada disso, já me chegam, como sabe, as cartas que tenho de fazer por outros motivos...
Bem sei que escrevo umas «cartitas», mas tb não exagere?!?!?
Pois é, de facto há lapsos indesculpáveis, uns mais outros menos. Acontece a todos. Como este, por exemplo: o concurso foi na SIC e o Luís Costa Ribas foi correspondente da SIC nos EUA!!!
Bem podem escrever à RTP a protestar, mas não ia adiantar nada! :-)
É como diz, Kroniketas, é sempre possível apontar lapsos, mesmo os inexistentes, como por exemplo afirmar-se que o «concurso» - por acaso chama-se «campeonato» - foi na SIC quando em nenhum lado se diz que não foi. Quanto ao facto de se referir que o LCR foi correspondente da RTP é, de facto, um lapso que já se vai emendar e cuja correcção se agradece. Aliás foi tb correspondente da TSF.
Vamos lá ver se nos entendemos: então ao referir que o repórter Luís Costa Ribas foi correspondente da RTP e que "a RTP não fica isenta de culpas no cartório", o que é que está implícito? Que o concurso foi na SIC? Claro que não se diz que não foi, mas então porque raio é que um repórter da RTP iria entrevistar o vencedor do concurso dum canal concorrente? Todo o texto está construído com base na RTP, portanto não adianta agora retorquir que "não é dito que não foi na SIC". Aliás, se reparar bem, às 11:06 deste dia 11 de Maio, ainda lá está o parágrafo que diz que "a RTP não fica isenta de culpas no cartório". Porque será? Por o concurso ter sido na SIC? ;-)
Eu vi a parte final do campeonato, a que chama «concurso»; vi lá o Balsemão, proprietário da SIC; sei que os testes sairam no Expresso, propriedade do Balsemão, tb proprietário da SIC; sei que foi a Bárbara Guimarães, da SIC, a conduzir o campeonato, a que chama «concurso»; pus no texto o link do campeonato, a que chama «concurso, que é o link do Expresso, propriedade de Balsemão, tb proprietário da SIC. Ok. A RTP continua referida em baixo e mal - e já vamos retirar -, por uma espécie de «lapsus linguae» ou de «erro de simpatia», em que se afirmou uma vez RTP por engano e assim se continuou... Não tenho, nem nunca tive, qualquer dúvida que o concurso foi patrocinado pelo Grupo Impresa, que detém o Expresso e a SIC, e que «passou» na SIC. Ok.
Nunca é dito em nenhum lado que o concurso foi na SIC... Sejamos claros.
P.S. - Tb não precisa de afirmar a hora em que algo está no blogue, porque eu não limpo as caixas dos comentários que não me são favoráveis ou nos quais faço erros... Perfeito é exactamente aquilo que eu não acho que seja...
E uso de ironia mas não uso de sofisma nos comentários. Ou seja, nunca compararia um erro de ignorância como o da Biblioteca da Torre do Tombo com uma simples troca entre a RTP e a SIC...
O que não significa que tb não dê «erros de ignorância», que tb os dou. Só para que conste.
Eu levo isso à laia de distracção. O que é irónico é presicamente isso: onde se faz uma crítica ao erro do jornalista, que trocou biblioteca com arquivo, trocando o canal desse mesmo jornalista...
PS: Quanto ao PS do comentário anterior, se também é ironia ou indirecta, a mim passa-me completamente ao lado. Eu também não limpo os comentários, embora o proprietário do blog goze dessa prerrogativa se lhe apetecer.
Está enganado: num caso há um lapso, como diz. No outro há mais do que um lapso: há uma confusão de conceitos que resulta da ignorância. Uma coisa é eu dizer que x foi presidente da república, tendo sido primeiro-ministro. Outra, e bem diferente, é dizer que a Presidência da República é o Governo ou que o Governo é a Presidência da República. Ou seja, eu dizer que o Eanes foi primeiro-ministro, tendo sido presidente da república, é um lapso aceitável. Já eu falar, por exemplo, do «Governo da Presidência da República» ou da «Presidência da República do Governo» é um lapso inaceitável. Pelo menos para mim...
Começa-se por contestar que tivesse sequer havido um lapso por não ter sido dito que o concurso não foi na SIC; depois admite-se que também não é dito que foi e é apenas feita referência à RTP; por fim já se admite que há um lapso, mas que tem menos importância que o do jornalista. E agora tenta-se demonstrar que há lapsos aceitáveis e ignorância, fazendo um jogo de palavras com a "presidência do governo da república" e o "governo da presidência da república", que não faz muito sentido. Chamar ao Eanes PM em vez de PR só poderia ser um lapso devido a ignorância, porque qualquer pessoa tem obrigação de saber que ele foi PR. Mas tanto pode haver um lapso de linguagem num caso como noutro.
Custa-lhe tanto a aceitar que meteu água?
Factos (objectivos):
1.º Nunca afirmei em lado nenhum que o concurso foi na SIC;
2.º Sempre reconheci o lapso entre a SIC e a RTP.
Opinião (subjectiva)
1.º Há lapsos aceitáveis - o meu - e lapsos inaceitáveis, o do jornalista;
2.º Tanto aceito bem que meti água que até agradeci a correcção;
3.º Aceito pior a ironia feita com sofisma quando se tenta comparar lapsos de natureza diferente e portanto incomparáveis.
Really amazing! Useful information. All the best.
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Caros "Comentadores"
DEvemos falar sempre dql q sabemos e não dql q se diz por aí.
LCR é um dos maiores jornalistas que conheci pessoalmente até hoje. Mas é evidente que não se pode agradar a gregos e troianos.
FG
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