6 de maio de 2006

A importância de me chamar Freitas...

Andamos todos a clamar incessantemente contra o politicamente correcto, contra as declarações pré-cozinhadas dos políticos, bebidas nos programas dos partidos e/ou estudadas até ao pormenor por gabinetes de imagem e assessores de comunicação. Mas assim que um político adopta uma postura mais solta e mais espontânea, confessando em jeito corredio, numa entrevista, ao referir-se ao seu dia-a-dia no MNE, que tem de trabalhar 12 horas por dia e que tem problemas de coluna, aqui d’El-Rei e logo se pede a sua cabeça. Ora quando se faz uma exegese destas às declarações de alguém – note-se que estamos numa entrevista e não num artigo de opinião – isso só incentiva às declarações insonsas e milimetricamente estudadas. Vamos – é claro! – continuar a ter sempre mais do mesmo. Espero que o(s) jornalista(s) que fizeram a manchete de O Expresso nunca confessem que sofrem de dores nas costas e que, por isso, as respectiva(s) cabeças não sejam pedidas a Balsemão…
Cá para mim, porém, este é apenas mais um episódio da tragicomédia, há meses em cena, da peça A importância de me chamar Freitas…

1 Comments:

Blogger Politikos said...

Talvez haja - aqui e ali - algum desbocamento do personagem mas os últimos casos são sobretudo resultado da «má imprensa» e de um estereótipo que se formou do homem. E, como se sabe, é difícil lutar contra os estereótipos... Uma vez instalados, sempre instalados... Convirá que chamar à 1.ª página daquele que é - supostamente - o grande jornal de referência do país o cansaço do MNE é no minímo «má imprensa».
O título do poste só pretendeu, dentro de uma certa lógica de trocadilhos, glosar a obra do Wilde...

domingo, maio 07, 2006 1:41:00 da tarde  

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