1 de dezembro de 2008

Porque non te callas?

Na entrevista ao programa Discurso Directo da TSF, publicada ontem no Diário de Notícias, a Procuradora Cândida Almeida, directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), afirmou, a propósito do caso BPN, que «um inquérito parlamentar é negativo», sublinhando que «gostaria que a opinião pública dissesse se prefere saber essas, digamos, fofoquices, entre aspas, e peço desculpa pela palavra, ou se gostaria de ver a justiça feita e os criminosos condenados e os inocentes inocentados». Pessoalmente e fazendo parte da opinião pública, eu gostaria que a Justiça me desse uma resposta em tempo útil e com total transparência. Como nunca dá, que venha a comissão de inquérito que pelo menos é pública e é célere. E mesmo que a Justiça desse essa resposta, eu prefiro, enquanto opinião pública, sempre a transparência e o escrutínio públicos de uma comissão parlamentar a processos obscuros investigados anos a fio, onde se torram milhões, e que no final apenas resultam em acordãos pastosos e palavrosos, quase sempre inconsequentes. Como opinião pública, eu gostaria que Cândida Almeida investigasse o que pudesse e soubesse e que não desse entrevistas. Ainda como opinião pública, eu gostaria de ouvir as posições do MP ditas por porta-vozes que me evitassem o desprazer de ter de ouvir um representante do terceiro poder, não sufragado, referir-se deste modo aos dois primeiros. Se um deputado ou um ministro se referisse aos tribunais deste modo desrespeitoso, eu gostaria de ver o que diriam as corporações judiciais e a de Cândida Almeida em particular?! Anote-se ainda que – palavras do jornalista na peça - parece que esta senhora foi a primeira mulher magistrada do MP e tem um vasto currículo…

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