22 de março de 2009

A Taça da Vergonha

Normalmente não pactuo com actos de indisciplina, nem individuais, nem colectivos. E ao serviço de uma instituição ainda menos. Porque ao serviço de uma instituição, somos sempre mais do que nós próprios, representamos a instituição, a sua história, o seu passado e todos os que a ela pertencem ou pertenceram. Devemos, assim, protestar, sempre, pelos meios adequados, mas não através de actos de indisciplina. Esta é a regra.
Há porém aqui, como em tudo na vida, excepções. E uma excepção para mim foi o que aconteceu ontem, na final da Taça da Liga. O atirar da medalha para longe por parte do jogador do Sporting, Pedro Silva, sendo aparentemente um acto de indisciplina, foi, a meu ver, e apesar de algumas nuances mais de forma do que de substância, um acto justificado. Discordo da peitada ao árbitro, discordo de lhe ter chamado ladrão, discordo mesmo de ter atirado a medalha para longe, mas concordo inteiramente com o facto de não ter deixado colocarem-lhe a medalha ao peito. Eu recebê-la-ia e deixá-la-ia lá, aos pés de Hermínio Loureiro. E ficaria satisfeito se a direcção e toda a equipa lá tivessem deixado as medalhas.
Perante o que aconteceu, onde aconteceu e como aconteceu, eu acho que Pedro Silva com o que fez honrou mais a instituição que serve do que a denegriu. Há alturas em que um certo tipo de
indisciplina se torna justificado. Foi ontem.

Etiquetas:

Hits
cidadãos visitaram a Pólis desde 22 Set. 2005
cidadão(s) da Pólis online