8 de outubro de 2009

Fregueses... e munícipes...

Escrevo isto hoje, quinta-feira. Quando, para a minha junta de freguesia, apenas me chegaram dois panfletos de duas forças políticas. Um, o do PS, é medíocre; outro, o da CDU, é satisfatório. Daquela gente, que integra as listas, conheço um elemento de cada uma delas. Da lista do PS, conheço quem me convidou para a integrar e que nem sequer mora na freguesia. Ou numa limítrofe, ou ao menos no concelho de Lisboa! Da lista da CDU, conheço uma colega de profissão que se apresenta como Professora Universitária, quando essa não é a sua profissão principal. Pequenas vaidades, decerto! Professor universitário tem por certo outro sainete! Acresce que quando avalio os folhetos, falo apenas da qualidade das propostas, e não do grafismo ou da correcção linguística! Dos outros partidos, não sei que propostas têm, nem quem são as pessoas. E querem, assim, que eu vá votar?!
Vale a pena, já agora, num tempo em que as autarquias ganharam uma maior dignidade, com candidatos nacionais a concorrerem a muitos municípios. E, num tempo em que ganhou foros de absoluta normalidade o facto de alguns desses candidatos nacionais, já instalados noutra sede qualquer, como por exemplo em Estrasburgo, concorrerem despudoradamente a autarquias onde, se perderem, nunca vão assumir pelouro nenhum. Pedindo o voto e tendo ainda por cima apoios de peso, recordar um episódio passado na última vez que votei em eleições autárquicas, há para aí uns 15 anos...
Nasci em Lisboa e vivi na cidade perto de 30 anos. Acabei a contragosto por ir parar aos arrabaldes onde vegetei durante 10. Sempre havia votado em Lisboa, pelo que estava habituado a que quem concorria, ganhasse ou perdesse, assumia um pelouro, fazendo o seu melhor pela cidade e honrando quem nele depositou confiança. Fui, porém, parar aos subúrbios no exacto momento em que os tais candidatos nacionais começaram a concorrer a câmaras municipais, primeiro para fazer o frete ao partido e depois, quando as câmaras ganharam maior dignidade, por protagonismo.
Colocando-se a questão de votar, numa zona onde não conhecia ninguém, procurei informar-me sobre os programas e os seus intérpretes. Tudo isto na era pré-internet. E lá me decidi pelo candidato do PS, uma aposta forte, já que a criatura era deputado por um dos círculos do estrangeiro. Confiei-lhe o meu voto, ficou em segundo lugar, com quase 30% dos votos. Mas no dia seguinte, marimbou-se para isso e nunca pôs os cotos na câmara municipal… Passei, a partir daí, a votar militantemente em branco, evoluindo depois, mais recentemente e após bastante reflexão, para a abstenção.
Por tudo isto, só se fosse totalmente desprovido de qualquer bom senso cívico é que iria votar nestas eleições... pelo menos para a minha junta de freguesia…

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5 Comments:

Blogger O Professor said...

Há um site que tem tudo sobre Câmaras e Vereadores. Eu me cadastrei e recebo todos os dias notícias. O site é:
www.vereadores.net vale conferir.

sexta-feira, outubro 09, 2009 10:14:00 da manhã  
Blogger Politikos said...

Caro Professor. Agradeço a dica. E, embora diga respeito à situação além-Atlântico, é sempre bom conhecer a realidade comparada.

sábado, outubro 10, 2009 11:38:00 da manhã  
Blogger T said...

Ora, também fico em casa...

domingo, outubro 11, 2009 10:31:00 da manhã  
Blogger Politikos said...

Fez bem, vizinha. Aliás, presumo que a sua junta seja a mesma que a minha... E se assim for, a mim, só me chegaram, via correio, os dois folhetos a que fiz referência... Ora, com tanta incompetência da parte de lá, só me admiro é como essa gente ainda teve votos da parte de cá...

segunda-feira, outubro 12, 2009 10:30:00 da manhã  
Blogger T said...

A mim também:) Dois escassos folhetos!

quinta-feira, outubro 15, 2009 1:33:00 da tarde  

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