Uma questão de afectos
O voto em política passa – em meu entender – muito pelo afecto e pelas afinidades profundas. Duvido que muitos leiam os programas dos partidos ou que conheçam os deputados pelo seu círculo. Muitos – excluo naturalmente os oportunistas – acabam por votar por mero clubismo – alguns são de um partido como são de um clube de futebol e alardeiam mesmo essa fidelidade como um sinal distintivo de que se orgulham; muitos votam nos líderes – que podem ser mais ou menos inspiradores e assim permitirem uma maior identificação com eles; muitos ainda votam numa ideia mítica que têm dos partidos e dos seus posicionamentos político-ideológicos. São meras ressonâncias subjectivas. Uma análise objectiva não lhe resiste. Porém, é quase sempre odioso mostrar a alguém aquilo que verdadeiramente é. É o que acontece com os votantes do PS.
O PS foi um partido de esquerda. Hoje, não é um partido de esquerda. Qualquer análise que ponha de lado o afecto e as afinidades profundas e analise esta governação à luz da razão o demonstra.
Creio ser pacífico assentar em três pontos:
O PS foi um partido de esquerda. Hoje, não é um partido de esquerda. Qualquer análise que ponha de lado o afecto e as afinidades profundas e analise esta governação à luz da razão o demonstra.
Creio ser pacífico assentar em três pontos:
- Nenhum Governo depois do 25 de Abril governou mais à direita em matéria económica e social;
- O que distingue o PS do PSD, em matéria de posicionamento esquerda/direita, são meras questões de costumes, designadamente, no que respeita à família;
- Nem na atitude pessoal dos membros do Governo, e genericamente do PS, é sequer possível observar hoje a distinção esquerda/direita.
O PS é hoje um partido de direita, quer se queira, quer não, por muito que isso custe a quem vote no PS.
Etiquetas: Democracia, Eleições, Esquerda/Direita, Partidos
2 Comments:
Estou inteira, incondicional, renhida e veementemente de acordo!!! :-D
Caríssima. Eu sabia... ;-)
A única diferença entre nós é que eu vejo isso com tristeza e Vexa com alegria...
Quem sabe se o PS porfiar neste caminho, eu ainda a veja a votar no partido da mãozinha fechada... ;-)
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