5 de fevereiro de 2007

A loucura da normalidade

É sabido que as condecorações há muito se banalizaram. O que antes era o reconhecimento da excepcionalidade passou a ser a consagração da normalidade. Hoje, as condecorações estão para os altos cargos de direcção do Estado, como os louvores estão para os funcionários públicos. Umas e outros banalizados, umas e outros desprestigiados. Hoje, porém, foi-se mais longe e desceu-se mais um degrau, porque não se consagrou sequer a normalidade, consagrou-se um desempenho abaixo do normal. E quem o consagrou foi a mesma instituição que publicamente o criticou. Só assim se entende que o ex-PGR, Souto Moura, tenha sido condecorado pelo PR, quando, por exemplo, há um ano atrás o anterior PR lhe pediu a máxima celeridade numa averiguação - não lhe posso sequer chamar inquérito - menor e de complexidade nula que ele não conseguiu levar a cabo em tempo útil e com resultados… E todos se prestam a estas pantomimas insultando a inteligência do mais lorpa dos cidadãos da pólis... Bahahaha... Venha mas é de lá o gato fedorento... que de constipados já chega...
Nota - E a imagem fomos buscá-la aqui.

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6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Não sei porque se indigna, caro Politikos. Há muito que a mediocridade anda instalada na política.

terça-feira, fevereiro 06, 2007 7:10:00 da tarde  
Blogger maloud said...

Finérrimo é não ter uma condecoração. Se por absurdo ma propusessem, recusava-a. Cruzes, credo! Misturava-me eu lá com aquela gente.
E ainda por cima parece que o homem nem sequer conhece o protocolo. Saiu de faixa debaixo do braço.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007 5:23:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Cara Luar, não perde uma para «atirar» nos políticos... mas o homem não é «político», no sentido que lhe quer dar, o homem é um magistrado... Et pour cause, se vê que a mediocridade pode até ser maior em certas profissões do que na política...

quarta-feira, fevereiro 07, 2007 6:31:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Pois, cara Maloud, eu creio que, pelo ar satisfeito que ostentava, não é só o protocolo que o homem não conhece...

quarta-feira, fevereiro 07, 2007 6:35:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Caro Politikos,
Concordo com o teor do seu "post".
Mas...,
em relação ao seu primeiro comentário (e desculpe a impertinência da pergunta ;-)),
"a mediocridade pode até ser maior em certas profissões do que na política..." significa exactamente o quê?
- que "certas profissões" são essas?
- "maior" em que termos?
É que sempre que vejo/oiço nos orgãos de comunicação social da "pólis" pessoas como certo primeiro ministro que tivémos (há bem pouco tempo), convenço-me de que a mediocridade está mesmo demasiado presente na política, embora alguns (muitos?, demasiados?) pareçam apreciar...!
;-)

P.S. E já agora (estou afoita ;-)), a mediocridade está só em quem recebe a condecoração, ou também em quem atribui uma condecoração que consagra "um desempenho abaixo do normal"?

Cumprimentos respeitosos!
:-)

quarta-feira, fevereiro 07, 2007 8:22:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Cara Atenas
Parece-me que o seu comentário é mais um comentário ao meu primeiro comentário do que ao teor meu poste ;-)
Quanto à sua pergunta, como sabe as perguntas nunca são impertinentes, as respostas é que podem sê-lo… Mas cá vai, o que v. já sabe pelo teor do comentário mas que pelos vistos quer ouvir (ler)… As «certas profissões», no caso, referem-se à magistratura do Ministério Público, pois claro… A medida, no caso, começa pela incapacidade absoluta do ex-PGR – que pessoalmente me parece uma pessoa honorável mas profissionalmente como PGR, valha-nos Deus… – e acaba na incapacidade absoluta de o Ministério Público da Pólis deduzir acusações bem feitas que não sejam contra desgraçados…Ainda há pouca semanas li no Courrier Internacional um extenso dossier sobre a corrupção em Espanha e o modo como a Justiça aqui do lado desmontou vários esquemas de corrupção em autarquias (Marbelha, etc.) e cá, minha cara, nadita de nada… Os exemplos podiam repetir-se, em vários domínios…
Quanto aos políticos, como se sabe, podemos tirá-los de lá, como aconteceu ao tal PM de que fala, ao passo que os procuradores ainda recebem condecorações…
Quanto ao seu P.S., a resposta é sim e, se reparar, já está dada no meu poste... embora eu aí ache esse epíteto um bocado forte...
Cumprimentos, evidentemente sempre respeitosos...
;-)

quarta-feira, fevereiro 07, 2007 11:22:00 da tarde  

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