O cego da frente…
Quer se queira quer não, o Primeiro-Ministro, José Sócrates, é neste momento suportado apenas pela peculiar conjuntura sócio-política que se vive na Pólis… É que não interessa a ninguém, da esquerda à direita, que ele saia... Aliás, viu-se, ainda há bem pouco tempo, um outro bom exemplo de real politik, ocorrido na Câmara Municipal de Lisboa… Sócrates tem neste momento a utilidade de uma governanta de casa ou de um feitor de quinta que interessa manter… Até se pode acreditar que ele continue a ser tratado como o dono da casa ou como o patrão da quinta mas só ilusoriamente se pode pensar que ele seja respeitado como tal pelos outros terratenentes… Pode até não ter perdido, no seu conjunto, o povo da Pólis, mas já perdeu – assumida ou veladamente - as elites e a massa crítica dessa mesma Pólis… E, com o seu comportamento neste caso, toda a classe política se arrisca a, num belo dia, como na Parábola dos Cegos, de Brueghel, ser arrastada com o cego da frente… Baixa política não são as declarações de Marques Mendes, baixa política, mesquinha, interesseira, videirinha, é a ausência de declarações ou as declarações balofas de quase toda a restante classe política…
Pela minha parte, que já só ocasionalmente faço escolhas eleitorais, por norma voto branco (muito antes da moda Saramago): ultimamente nulo, por via de umas habilidades que ouvi de boca idónea, recorrerei cada vez mais ao uso desse instituto…
Nota - E a imagem, fomos buscá-la aqui.
Pela minha parte, que já só ocasionalmente faço escolhas eleitorais, por norma voto branco (muito antes da moda Saramago): ultimamente nulo, por via de umas habilidades que ouvi de boca idónea, recorrerei cada vez mais ao uso desse instituto…
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Etiquetas: Personagens, Políticos, Sociedade
9 Comments:
Sinto em volta deste caso, que para mim não está de modo algum esclarecido, um silêncio de "comprometidos"!!! O que me assuta, mas não me surpreende de tod.
Outro silêncio, que "reina" há +/- dois dias para cá, é o da comunicação social. Esse assusta-me verdadeiramente. Não quero crer em silêncio forçado. Mas espero para vêr. Serei eu muito exigente ou que o que se passou em episódios de novela é normal? Não quero um PM Lic, mas também não quero um PM que atropela, baralha, parte e dá, os elementos essenciais a um esclarecimento sobre o seu cv.
Ainda não aderi ao voto em branco, mas não quero pensar que este país à beira mar tão mal tratado, esteja a fazer "um ensaio sobre a cegueira!!!!!
Mais uma pergunta. Como vai actuar Pina Moura? Até que ponto vai a sua isenção no cargo que vai ocupar? Repito-me - espero para vêr -
Mas não esperava tudo isto. Juro!!!!
Caros amigos,
"José Afonso", figura ímpar da cultura portuguesa, que trilhou, desde sempre, um percurso de coerência na recusa permanente do caminho mais fácil, da acomodação, no combate ao fascismo salazarista e pela liberdade e democracia, é tema de um selo que está em 5º lugar. Precisamos do voto de todos para que se faça um selo em sua memória e em memória da Liberdade.
Num período de exaltação de valores salazaristas, devemos contrapor com os nossos defensores de Abril!
“Venham mais cinco!!
Traz um amigo também!”
VOTA [aqui]
Abril, SEMPRE!!
Davide da Costa
Caro Politikos, subscrevo inteiramente a sua opinião, aliás muitíssimo bem expressa. Infelizmente o assunto vai morrer envolto numa neblina mais densa do que aquela em que nasceu. Mas o que me dói é, sobretudo, a memória curta dos portugueses, que proporciona a eterna impunidade dos políticos.
Subscrevo a opinião de luar. Todos se rendem ao esclarecimento inexistente. Por conveniência ou por conivencia????
Como V.Exa., Politikos sabe os dois primeiros anónimos são meus!!!
Sem dúvida, caro anónimo. Penso que o tal «silêncio comprometido» passa um pouco pela seguinte receita: amasse um conjunto de políticos com uma idade média de 50 anos ou por aí; junte-lhe as «passagens administrativas» do PREC; adicione o facto de parte deles e/ou seus correlegionários darem aulas, serem accionistas, pertencerem às direcções, etc. das universidades privadas e finalmente junte-lhe a utilidade de Sócrates, no momento, e penso que tem, assim, uma tentativa de explicação para o que se passa em torno deste caso...
E pensando apenas no PS, não deixo de dar uma chapelada de aba larga ao modo como, por exemplo, António Vitorino deixou o lugar depois de um episódio menor com uns «trocos» de uma sisa de um monte alentejano... Bons tempos!
Não penso que seja muito exigente, pelo contrário... Quem «defende» este «estado de coisas» é que me parece muito pouco exigente... e deixa, a partir de agora, de ter moralidade para pedir a «cabeça» de quem quer que seja... E se nos lembrarmos das razões pelas quais os ministros depois do 25 de Abril foram afastados, facilmente percebemos que este é claramente o caso mais grave... e que ou deveria ser tudo muito bem esclarecido ou então dever-se-iam retirar, para todos os intervenientes, as devidas ilações, sobretudo políticas e administrativas e, se existirem, também criminais...
Cara Luar
Concordo - pelo menos desta vez ;-) - inteiramente consigo... Vejo que finalmente adere à tese de que a culpa não é só dos políticos mas também de todos nós que não nos indignamos, não exigimos, não actuamos civicamente, etc., etc.
O caso irá morrer, como diz, e espero que depressa, porque está tudo demasiado putrefacto e, como bem se sabe, a carne putrefacta ainda pode causar uma epidemia... E há muito quem tenha medo dela...
Ninguém esperava isto, caro Anónimo. E pur si muove...
Quanto ao Pina Moura, li a entrevista ao Expresso e - confesso - não gostei mesmo nada... É um caso a acompanhar com atenção cívica... :-)
Ainda para si, caro anónimo residente, é isso mesmo: por «conveniência» ou «conivência»... e são mesmo todos... A seguir ainda vou postar sobre «mais um»...
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