15 de abril de 2007

Cerrar fileiras…

Como se já não bastassem os partidos. Todos! Agora também o Presidente da República (PR), Cavaco Silva, aceitou caucionar o caso da licenciatura do Primeiro-Ministro (PM), José Sócrates. O fantástico argumento foi: «há coisas mais importantes para o País». Cito de memória das televisões da Pólis. Oiço e pasmo! Mais valia estar calado. O PR é o último garante do regular funcionamento das instituições. E, face a isto, devia ter um de dois comportamentos: ou tomar posição ou não se pronunciar. E não se pronunciar, seria apenas dizer que não comenta. Até porque ainda pode vir a ter de engolir aquelas palavras face aos futuros desenvolvimentos do caso. Os últimos dizem que o certificado da Universidade Independente (UnI) entregue pelo PM na Câmara da Covilhã não coincide nem nas datas, nem nas classificações, nem sequer nos telefones e códigos postais da UnI com o que o PM mostrou na televisão. A UnI já admitiu que pode ter havido documentos forjados. O PM já confirmou ter entregue aquele documento na Câmara da Covilhã. Espanto-me como é que o PM não conferiu pelo menos as classificações quando lhe entregaram o documento! Por sua vez, o Procurador-Geral da República (PGR) disse esta semana não encontrar qualquer motivo para se investigar o caso da licenciatura do PM. O que era, na altura, apesar de tudo, compreensível face ao que veio a lume. E agora, será que não vai investigar se aquele documento é falso ou não?! A continuarmos neste ritmo de cerrar fileiras das instituições do Estado só porque se trata do PM, a partir de agora – sublinho - tudo pode ser possível, a alguns… no tal Estado de Direito, supostamente garante da igualdade de todos perante a lei… Estamos no pântano… Pela minha parte, confesso uma vez mais, não rejubilo a cada nova contradição neste caso. Pelo contrário, gostava que isto se esclarecesse e se encerrasse de vez. É que me custa ver o comportamento das instituições do meu País, desta minha Pólis, neste caso e neste estado…

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5 Comments:

Blogger Luísa A. said...

Este comentário foi removido pelo autor.

terça-feira, abril 17, 2007 7:26:00 da tarde  
Blogger Luísa A. said...

Caro Politikos, concordo inteiramente consigo, que estamos num pântano. Um PM que forja ou, pelo menos, é conivente com a falsificação de documentos já é coisa vergonhosa de ver. Mas é-o mais ainda se esse PM se vem arrogando um comportamento moral irrepreensível. Se continuamos a defender uma figura destas no poder é pelo instinto messiânico e de reverência pela autoridade, que, decididamente, não conseguimos superar.

terça-feira, abril 17, 2007 7:27:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Cara Luar
Não acho que o PM tenha forjado ou sequer seja conivente com a falsificação, a existir, o que digo e sustenho é que deve haver um inquérito à situação, mas não há e não há porque se trata do PM, deste PM e deste PM nesta peculiar conjuntura em que vivemos... Creio que o PM se tornou no momento, para todos, uma espécie de mal menor, de mal necessário... Pessoalmente entristece-me ver tanta falta de coluna vertebral da maioria dos agentes políticos, tanta falta de moral cívica...

terça-feira, abril 17, 2007 10:47:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Vi agora na televisão que o PM enviou a um professor da Univ. um trabalho para avaliação, acompanhado de um cartão de "cortesia", com o timbre das funções que exercia na altura...
Foi uma simpatia da parte dele, claro...
;-)

Já vi um Senhor Advogado a ser julgado por condução sob o efeito de álcool (dose elevada, por sinal, colocando em perigo os demais) a ser tratado pelo seu defensor como Sr. Dr...
Ficou bem, sim senhor! ;-)

Também já vi um Sr. Juiz Conselheiro a responder por escrito num processo judicial, na qualidade de mera testemunha (familiar de uma das "partes"), num papel timbrado e enviado pelo STJ...

Já assisti a um "arguido", acusado de burla agravada, a pedir ao polícia que controla o estacionamento à frente do tribunal da Boa Hora para estacionar por uns minutos o seu Mercedes mesmo à frente do Tribunal...
O pedido foi prontamente aceite e ele foi tratado por Sr. Dr...
;-)

Um familiar próximo ía sempre trabalhar impecavelmente vestido de fato e gravata.
Explicou-me que assim podia berrar com quem entendessse que não estava a cumprir adequadamente as suas funções: os visados engoliam em seco e respondiam... sim, Sr. Dr.... (o que seria muito difícil se estivesse vestido mais modestamente...)

Tudo isto, e muito mais, revela muito do que é o nosso povo.
Mas, como diz o "outro", "há coisas mais importantes para o País"!
:-)

terça-feira, abril 17, 2007 10:56:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Está tudo dito nos seus exemplos, cara Atenas. Não vale a pena pôr mais na carta...
Seu
Politikos
:-))))

terça-feira, abril 17, 2007 11:51:00 da tarde  

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