Hipócritas
Nunca votei no PSD. Não tenho simpatia política pelo PSD e pelo seu ideário. Não tenho simpatia pessoal pelo seu líder, Marques Mendes. Não votei no PS nas últimas eleições legislativas. Apesar disso tinha, até há pouco tempo, um respeito pessoal absoluto pelo Primeiro-Ministro (PM), José Sócrates. Nos últimos dias, o líder da Oposição tem estado sob fogo cruzado, pelas declarações feitas após a entrevista do PM. O problema - dizem - foi o chamado «julgamento de carácter» feito acerca do PM. Eu acho que ele foi corajoso. Ele apenas disse o que toda a classe política pensa e não diz. Ele apenas disse o que, independentemente das nossas simpatias políticas e pessoais, todos pensamos, mas não o dizemos. Caso já nos tenhamos esquecido, a isto chama-se hipocrisia. A classe política sai muito mal disto tudo. A confiança pessoal no PM sai minada. O pântano é agora, não foi com Guterres… Esclareço ainda que não desejo esta situação. Esclareço ainda que claramente preferia que o PM, este ou qualquer outro, talvez até mais este do que qualquer outro, pudesse sair bem de tudo isto, tal como se saiu bem do caso Freeport e do boato hediondo sobre a sua sexualidade. Infelizmente, isso não aconteceu... E tenho pena...
Etiquetas: Personagens, Políticos, Sociedade
6 Comments:
Concordo totalmente com o seu comentário à situação actual. A figura do nosso PM fica altamente "beliscada" com os factos contraditórios que não param de aparecer, além da pressão feita aos jornalistas.
Para mim esta situação demonstra, sem dúvida, o carácter de quem se envolve deliberadamente nela. A ideia com que se fica é que teria de haver a qualquer preço uma licenciatura. Surge agora a Lusíada com entrads e saídas, sem sentido.
Tem razão. Além do texto, é necessário ler o intertexto deste caso. E já que sobre ele temos um «triste» unanimismo da classe política da Pólis, é bom que não apareça mais nada ou então passamos a ter um cenário de opereta em que «o rei vai nu» e tudo assobia para o lado... E são os mesmo que ainda há bem pouco tempo pediram a cabeça do Manuel Pinho, por causa de uma singela e verdadeira frase dita na China...
E quem costuma ler este blogue sabe que não tenho por hábito zurzir na classe política...
Não gosto de ser "anónimo" porque sempre me identifiquei "graciete". Porque não me é aceite a "password", vou usar outra. Mas acrescento. Para uns o "nada" chega para tudo e para outros o "tudo" não chega para nada.
Caro Politikos, sabe que as minhas apreciações dos políticos raramente têm a ver com os resultados da sua «gestão», mas sim com a sua personalidade e o seu carácter. É por isso, porque desconfio da classe nesta perspectiva da honestidade intelectual, que já não voto há muitos anos. E tal como nunca simpatizei particularmente com o nosso actual PR, porque sempre me pareceu um homem muito espartilhado pela formalidade das coisas, em detrimento da substância - embora de uma seriedade «legal» insuspeita - nunca gostei do actual PM, porque o acho arrogante, com manias de superioridade e incapaz, portanto, de lidar com a crítica. E sempre suspeitei que mentia sem grande escrúpulo, porque é notório o desprezo a que vota o populacho. Agora, tenho a certeza.
Pois é Graciete, é isso mesmo... O poste acima tb já fala disso... Até onde isto irá chegar?!
Cara Luar, conheço as suas apreciações sobre os políticos que, como sabe, não coincidem com as minhas... Do que refere, eu acho que a «acção» é o mais importante. A «personalidade» apenas pode ajudar a concretizar a «acção»...
Além disso, os políticos são homens, com todos os defeitos e virtudes da raça, não são deuses...
Além de que o que diz é válido para todas as profissões... Não podemos pretender ter uma raça de «super-homens virtuosos» na política, porque isso não existe...
Mas percebo-a, percebo-a muito bem...
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