Entre pensar e dizer…
De uma modorra anódina e formalista em que todos são inocentes a menos que sejam apanhados em flagrante delito, a Justiça enveredou, nos últimos tempos, por uma atitude proactiva em que é ela própria que levanta suspeições sem que apresente factos ou provas! A deriva verbal é ao nível, por vezes do jornalista, por vezes do cidadão comum no café, por vezes até do taxista da Pólis. Às vezes com polimento, outras sem ele sequer. Até porque não precisa de o ter, já que a Justiça é quase um estado dentro do Estado. E não tem qualquer tipo de controlo democrático instituído. Desta vez, de forma capciosa e sibilina, foi Maria José Morgado, que se referiu, a propósito da corrupção, às relações entre os políticos e as grandes empresas. A declaração não era inocente e era óbvio o caso recente a que se referia sem se referir! Ora, se já o cidadão comum, se o pensa, nem sequer sei se o deve dizer, porque não se deve conspurcar ninguém sem provas! Ela, então, enquanto procuradora, só o pode pensar, mas não o pode dizer! E pode e deve é investigar e trabalhar! E só devia – não fora essa figura de retórica chamada segredo de Justiça - prestar declarações aos jornais para explicar casos concretos com factos e provas. E não para dar opiniões sem nenhuns factos ou provas. Que independência há que esperar de alguém que naquelas funções se comporta assim!? É claro que a maioria dos que ouvem bate palmas. Mas não devia, porque o Ministério Público deveria ser o último bastião contra a calúnia, a inveja, a aleivosia, a infâmia, a afirmação sem prova…
5 Comments:
O caro vizinho entender-se-ia bem a falar sobre esta senhora com o meu irmão!
Devia, muito boa escolha verbal!
Estou a sentir as gambas a queimar! Ai
A senhora poderia fazer outra coisa qualquer na vida, mas, para as funções que ocupa, falta-lhe atitude... E este é apenas um exemplo...
Infelizmente, porém, não está só naquela «corporação»!
Tem frequentemente o tipo de atitude que, numa selecção qualquer que começasse por analisar a atitude, ficava liminarmente excluída...
E entretanto, no MP e para muitos sectores da sociedade é tida como um exemplo?!
Não comento :}
Cara Maloud
Vislumbro aí uma vaga concordância comigo ou antes uma forte concordância?!
Estou tentado a apostar firme na segunda...
;-)
Hummm, não sei se ainda vou a tempo de «meter» um boletim do euromilhões...
;-)
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