16 de fevereiro de 2010

Ainda a risível providência cautelar… - os «media»

O mau funcionamento da Justiça no caso da providência cautelar do administrador da PT é directamente proporcional ao bom funcionamento da comunicação social. No que respeita à informação, quando um dos players não ocupa o espaço, outro o faz. Ou seja, quando a Justiça não informa, seja por imperativo legal, seja porque não sabe comunicar as suas decisões, aí temos os media a preencher o vazio. É também deste equilíbrio que se faz a democracia. Neste caso, a comunicação social averiguou e deu-nos a conhecer o fundamental do que estava em causa, omitindo, se existiram, passagens ou trechos privados e/ou expressões que não contribuem para o conhecimento dos factos. Não lemos as asneirolas que por vezes pontuam as conversas ou os putativos dichotes sobre a amante, sobre assuntos de família, da mulher, dos filhos, do gato, do cão ou do canário de quem quer que fosse. Apenas conhecemos o que era de interesse público e substantivo para nós, cidadãos da Pólis, formarmos a nossa própria opinião. Não alinho, pois, nos libelos acusatórios aos jornalistas, pelo contrário, acho que merecem os maiores encómios pelo serviço público que prestaram. Deixo isto aqui, para que conste, porque me repugnam algumas das coisas que li e ouvi. Ponho à cabeça, de memória, as declarações do inefável juiz Eurico Reis, que costuma comentar na SIC Notícias, o qual, com aquela rigidez própria dos aplicadores da lei, foi lesto a apodar os jornalistas de criminosos, avançando, logo ali, em caso de não acatamento, alguns argumentos jurídicos de mão, como o flagrante delito, para condenar o mensageiro… Risível.

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2 Comments:

Blogger Luísa A. said...

Mais uma vez de acordo, Politikos. A comunicação social esteve bem. O que me irrita na comunicação social são os comentadores, que não conseguem ter outra visão dos acontecimentos que não seja a visão «esquemática» das coisas, fazendo tábua rasa de factores de importância capital, como o carácter e o passado das personagens, e distorcendo, em regra, o teor das suas declarações. Como dizia não sei quem, reclamam dignidade e idoneidade para a política, mas são os primeiros a negar, com as suas rebuscadíssimas interpretações, que tais dignidade e idoneidade possam existir.

quarta-feira, fevereiro 17, 2010 1:04:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

São necessários cuidados acrescidos nos «julgamentos de carácter», cara Luísa. Tb aí me parece que a maioria dos comentadores e dos jornalistas andaram (e andam) bem, porque procuram cingir-se aos factos e à matéria substantiva na avaliação das situações... Sem deixar de sopesar outros factos substantivos que envolveram essas mesmas pessoas no passado... São bem mais equilibrados do que os que, estribados na letra de uma lei absurda como a do segredo de justiça, os acusam despudoradamente de «criminosos»...

sábado, fevereiro 20, 2010 1:40:00 da tarde  

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