Mais um esbulho legal: «miaus» sem recibo
Ontem fui ao veterinário com o gato da mãe. Quinze minutos, três injecções, uns medicamentos, um saco de comida: uma daquelas mixórdias ensacadas. Supostamente previne infecções urinárias e doenças associadas. Parece que os gatos castrados são mais atreitos a este tipo de complicações. O gato castrado, sou eu que digo, isto para não dizer capado. Para a minha mãe, trata-se de um gato preparado. Acho a expressão deliciosa! Preparado para quê?! Acho que o bicho não está é já preparado para mais nada! Voltando à mixórdia, como sou do tempo em que os gatos comiam peixe cozido e frito, acho tudo isto uma esquisitice. Por junto, a coisa ficou por 100 euros, certos, o que mostra bem o rigor das contas do doutor. Já em casa, dou uma vista de olhos aos medicamentos e à mixórdia. Nada de preços nas embalagens! Interrogo-me sobre se isto é legal?! Perguntei pelo recibo, só mesmo para ver, por curiosidade, quanto custou o quê. Diz-me a minha mãe: «ele não passou recibo». Eu: «então e não pediste?». Ela: «eles nunca passam!». E isto foi dito com a assertividade das sentenças sem recurso. Parece, portanto, ser prática normal dos veterinários, pelo menos dos 2 ou 3 a que a minha mãe já foi. O dito, com o qual me cruzei enquanto carregava o bichano, era uma criatura afável, urbana e sociável, de meia-idade, há muito habituado a lidar com os bichos chaperon de velhos e novos da cidade. Surpreendi-lhe mesmo algumas expressões retiradas das melhores selectas sobre a arte de ser veterinário urbano: «vamos lá ver a fera». A seguir, claro, faço a minha prédica cívica à minha mãe. Digo-lhe de chofre: «tens consciência que o homem nos roubou, a ti e a todos nós, mais de 20 euros que é o valor do IVA, não tens?!». Ela registou, mas não ficou lá muito convencida. Ladrões são os ratoneiros do metropolitano, os que roubam carteiras, não estes! É triste mas é esta a mentalidade reinante e vai demorar pelo menos mais duas gerações a mudar isto. Estou naturalmente inteiramente disponível para informar as Finanças da Pólis sobre quem é o veterinário. Aliás, fá-lo-ei sem qualquer escrúpulo de delação. Antes com a consciência de ter feito um acto cívico que, a prazo, contribuirá para melhorar a vida da Pólis.
19 Comments:
Hmmm... sem espírito de delação???
Correcção: o IVA não chega aos 20 euros neste caso, porque já está incluído nesses 100 euros. Neste caso andará pelos 17 e pouco.
Só não percebi quem é que foi, afinal, com o gato ao veterinário. "Fui com o gato da mãe" e "não pediste recibo?". Algo aqui não liga.
Caríssimo,
tive inicialmente a mesma dúvida que o Kroniketas, mas mais à frente diz que se cruzou com o veterinário enquanto carregava o bichano, donde conclui que Vexa serviu de "preto da casa africana" (perdoe a comparação, mas depois de um famoso "post" com um rasgado sorriso desdentado, fiquei com a sua "imagem" ligeiramente escurecida...) e deixou a parte burocrático/financeira com a sua mãe.
Veja lá que eu andava a pensar em comprar um cão... mais um contra a ponderar; é que Vexa sempre tem umas economias (vide outro "post")- na verdade, será a sua mãe que as tem, neste caso, penso eu de que -, já eu... simples proletária, nada tenho...
:-)))))
Mantém-se indiscutivelmente a expressão «sem escrúpulo de delação». Era exactamente o que se queria dizer. Esclarece-se que o Pólis&etc. conhece as variações da taxa do IVA. Esclarece-se ainda que, no caso, apenas se transcreveu literalmente o que se disse. É mesmo provável – falo sem conhecer com exactidão as taxas - que neste caso existissem três taxas: a taxa pelo serviço, a taxa pela «mixórdia» e a taxa pelos medicamentos. Por “conveniência de diálogo”, que depois se transcreveu, generalizou-se para a taxa mais comum do IVA, os 21%. Creio, aliás – mas não afirmo, que é essa a taxa cobrada pela comida para animais.
Quanto ao quem foi com quem. Tudo liga. Se se reparar o “gato da mãe” está propositadamente em itálico… e é para ser lido assim… Curiosamente, se lá tivesse posto o possessivo «minha», já não mereceria comentário das KT?!
Quanto à outra frase, mais uma vez se transcreveu exactamente o que se disse e foi assim que apareceu. O meu tratamento com a minha mãe é por “tu” e assim se transcreveu.
Mais se esclarece que há diferenças entre o que se diz e o que se escreve, devendo tais diferenças serem sopesadas na análise do que se escreve: «penso eu de que»...
Cara Atenas
Quanto às dúvidas iniciais, espero que tenha ficado esclarecida com o esclarecimento dado. Se não ficou, eu faço-lhe um «desenho» :-). Tem razão quanto ao preto da Casa Africana (vejo que apesar de «jovem», ainda se lembra de alguns «referentes» mais antigos ;-) mas saiba que além disso também fui chauffeur… É exacto o que diz sobre a parte burocrático-financeira. A dona do «bichano» paga as despesas do «bichano». Mas faço o «favor» de deixar viver o «animal» sem pagamento de renda no terço da casa que me cabe como herança paterna :-) e sabe-se que o m2 em Lisboa é caro e a zona é boa. Fica-se por aí a minha generosidade! Já não é mau! :-) Bem, na verdade, ainda tive de «entrar» com 50 euros, a título de empréstimo… Creio que a «progenitora», apesar de «comer e calar» com a conta, não estaria à espera de «factura» - metafórica, claro – tão elevada. E o «vet.» não tinha MB.
Pois! Atenta a sua condição de proletária, deve realmente ponderar o «cão»!
Creio, aliás, que essa é também uma condição muito portuguesa. É que ou andamo-nos a lamentar que somos pobrezinhos ou então exibimos sinais exteriores de riqueza. O meio-termo é que parece não existir. E v. encarna bem a primeira classe. Nestas coisas, porém, sabe, só vendo o IRS. Há uns anos atrás foi assim que «calei» um «figurão» - comerciante boçal/empresário labrego - que ficou ao meu lado num casamento e foi dizendo umas alarvidades acerca dos funcionários públicos, já depois de saber que eu o era. A dada altura, perguntei-lhe sobre o IRS para ver se ele afinal contribuía ou recebia da Pólis. Foi remédio santo. Terei de fazer o mesmo consigo?!?!?! ;-)
Caro Politikos,
quando quiser mando-lhe cópia do meu IRS! :-)
Mas não resisto, é que não resisto mesmo a explicar-lhe algo... ;-)
Presumindo que os seus pais foram casados sob o regime de comunhão geral de bens (como era usual no tempo "deles"), Vexa tem direito apenas a um quarto da casa (a herança do seu pai é só de metade e Vexa e a sua mãe são herdeiros em partes iguais dessa metade...).
Ainda que não fosse esse o regime de bens, não vejo como é que Vexa tem um terço da herança: ou a herança é a casa toda e Vexa tem metade da casa, ou a herança é metade da casa e Vexa só tem um quarto da casa, por herança de pai.
Precisa de um desenho?!
:-)))))))))))))))
Cara Atenas
Pois cá fico à espera no correio do Pólis da cópia do seu IRS, para assim averiguar da sua condição de «proletária».
Quanto ao resto. Não preciso de desenho. Nunca preciso de desenho quando a explicação é clara e a sua foi claríssima. O que diz, porém, já eu o sabia. Foi-me explicado quando entregámos a relação de bens. Leia pois o terço que lá está como quarto e que nunca lhe doam as mãos por elucidar os gentios ignotos em matérias legais...
Saiba, porém, que não ponho «quarto» pela simples razão de que a casa tem três assoalhadas (dois quartos e uma sala), cozinha, casa-de-banho e duas varandas, de onde se pode ver que cedo ao «bichano» um pouco mais do que um «quarto»...
:-))))))))))))))))
Caro Politikos, sendo o "bicho" em questão a companhia de sua mui amada mãe, deixai para trás os mal-fadados impostos que entristecem qualquer tipo de relação. Ou será que há uma pontinha de ciumes pelas verbas consumidas pelo "bichano", afectando, como é natural o "bolo" final a atribuir ao único herdeiro? Pelo que sei, devido à obesidade citada num "post" atrás, o "bicho" alimenta-se bem e diz NÃO à comida de supermercado, que ficaria muito mais em conta, com factura e com IVA incluido que é na realidade 21%.
Caro Politikos,
quer o rendimento bruto ou o líquido?
E manda-me na volta do correio o seu?!
;-)
Quanto ao mais, dependendo dos metros quadrados da casa, até pode ser que ceda mais do que um "quarto"; mas um "terço"??!!
Duvido ó dó (como dizia alguém do "seu" tempo)
:-))))
Caro Anónimo
Nada disso, eu até gosto do «bichano». E o «rombo patrimonial» causado pelo «animal» tb não é assim de tanta monta! E embora possa vir – se é que já não estou - a caminhar para a «proletarização», por enquanto, e contrariamente a certos comentadores deste blogue, ainda não estou nessa fase! Mas é como diz, realmente, o bicho está obeso e é de sobremaneira esquisito com a comida…
Enfim, gatos modernos…
Cara Atenas
Parece-me que já está a querer «fugir com o r… à seringa», se me permite a expressão. Quero apenas o que Vexa me disse que dava: cópia da declaração de IRS, onde, aliás, constam os rendimentos brutos e líquidos. Nem mais, nem menos! Também nunca lhe disse que lhe enviava o meu «na volta do correio». Continuo, pois, à espera do prometido IRS, minha cara, partindo do princípio que Vexa não diz hoje uma coisa e amanhã outra.
Não conheço essa expressão do «meu tempo»?! Creio que nunca a ouvi! Mas Vexa que não é do «meu tempo» mas conhece as expressões do «meu tempo», fará naturalmente o favor de me explicar.
Caro Politikos:
oportunamente lhe enviarei o meu IRS.
Mas julguei que Vexa, com brio, me dissesse o mesmo...
;-)
"Duvido ó dó" era o que dizia alguém numa telenovela brasileira que passou na tv há largos anos; eu era ainda uma miúda, mas os "mais velhos" (adultos) estavam sempre a repetir a tal expressão...
:-) :-) :-)
Muito bem, cara Atenas, fico à espera. Logo vi que era mulher de uma palavra só. O meu brio não é para aqui chamado e menos ainda o meu IRS, pois nunca fiz o «choradinho» do pobrezinho que não tem dinheiro...
Bem, minha cara. Começo a ficar baralhado consigo?! Então «há largos anos; eu era ainda uma miúda», mas afinal v. não é ainda uma «chavala»?!?!?
Apesar da minha «provecta idade», não me recordo dessa telenovela, nem dessa expressão! E isso queria alguma coisa especial ou era apenas uma espécie de «estribilho» sem sentido?!
Ó Senhor Politikos,
se continua a interpelar-me desta maneira, nem eu nem Vexa nos "calamos", e a certa altura até lhe pode ficar mal, nos tempos que correm: um senhor com cãs à conversa, numa caixa de comentários, com uma chavala... tsss, tsss, tsss....
;-)
Não vale a pena ficar baralhado (nem connvém, com a sua idade pode ser complicado...).
Quando referi há "largos anos" quis dizer há cerca de 8/10 anos, não me recordo bem; também não me recordo do nome da telenovela (eu era uma "miúda", quasee uma criança...)!
A expressão em causa era apenas um «estribilho» que ficou no ouvido de (quase) toda a gente...
Esclarecido?
:-))))
Cara Atenas
Noto-lhe já – parece-me - um certo nervosismo. Certamente pela sua juventude não consegue «aguentar» uma peleja. Ou então é das contradições em que vai caindo. É da idade, é idade!
Infelizmente, porém, nem no perigo de estar à conversa com uma «chavala» Vexa tem razão.
Senão vejamos:
1.º Há «largos anos, para si, são afinal 8/10 anos;
2.º Há «largos anos», os tais 8/10 anos, Vexa era «quase uma criança»;
3.º Considerando que se é criança antes da adolescência;
4.º E considerando que a adolescência começa genericamente aos 13 anos;
5.º Sendo Vexa «quase» uma criança, teria portanto 14 (para quem considera «largos anos» 8/10, o «quase» não pode ser mais do que 1;
6.º Temos, então, que Vexa tem, hoje, 22 ou 24 anos.
De onde é maior de idade.
Pena é eu não acreditar nesses seus 22 ou 24 anos.
Já agora, quando mandar o IRS mande também cópia do BI e uma foto (não precisa de ser em biquini).
;-)
Caro Senhor Politikos,
nervosa?! eu?!
Nem pense nisso; apenas preocupada com a sua reputação...
Não porque eu seja menor de idade: nunca disse que o era; mas pelo facto de Vexa me parecer ser um Politikos "probo", e não sei se lhe fica muito bem andar agora em "pelejas" com "chavalas"...
:-)))))
Não percebi porque razão "largos anos" não podem signigicar 8/10 anos?! Não se esqueça que para uma "chavala", 8/10 anos são muitos anos...
Por último, e julgo que para sua delícia, quando mandar o IRS, mando com todo o gosto, não só cópia do BI, mas também uma foto em biquini... mas tenha alguém ao lado, para o caso de precisar de ser rapidamente socorrido, está bem?
É que gostaria de continuar a ler os seus posts...
;-)
Cara Atenas
Cá espero, então, a «documentação» prometida! E o socorro de que irei precisar tem a ver com o quê? Acha que me vou «assustar» ou «deliciar» com o que vou ver, ao ponto de não aguentar?! É que não percebi! Esteja, porém, descansada, ainda ontem vi na televisão a nova Miss Universo e estou aqui inteiro e vivo...
:-)
Ah, bom...
nesse caso fico descansada...
Mas..., tem graça, eu também vi ontem, na televisão, a Miss Universo e não me recordo de ela ter aparecido de biquini.
Hum, de qualquer modo, acautele-se (tem aparelho para medir a tensão?!, será bom ter um por perto...)
;-)
Caros Atenas e Politikos: achei, sobretudo, curiosas, no vosso renhido e palpitante diálogo, as diferentes perspectivas que têm do que são 8 a 10 anos. Para a Atenas são «largos anos». Para si, Politikos, como para mim - para a «nossa» geração, em suma… :-D - já encolheram à dimensão de um breve instante.
Cara Luar. Vá lá que pôs as aspas no «nossa»! É uma espécie de plural majestático! Ok, desta vez passa!
;-)
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