27 de fevereiro de 2008

Sinais de fumo

Parece que Carolina Salgado foi notificada para depor hoje no tribunal de Gondomar. Acontece que também foi convocada para depor hoje no TIC do Porto. Como ainda não tem o dom da ubiquidade, foi ao TIC dado que a notificação era anterior à do Tribunal de Gondomar. O respectivo advogado enviou um fax ao Tribunal de Gondomar. O Tribunal de Gondomar terá agora de compaginar a agenda, fazer um novo ofício, voltar a notificar a criatura e demais marmeladas...
Parece que o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Gilberto Madaíl, foi notificado para depor hoje no Tribunal de Gondomar. Como tinha de estar na Suíça, por assuntos relacionados com a FPF, o seu advogado pediu, por fax, ao Tribunal de Gondomar, para que ele fosse ouvido em data posterior.
O Tribunal de Gondomar terá agora de compaginar a agenda, fazer um novo ofício, voltar a notificar a criatura e demais marmeladas...
Certamente que, do ponto de vista legal, isto está tudo muito certo e de acordo com os trâmites processuais. Certamente que os diversos intervenientes no processo estão todos muito contentinhos e com a satisfação do dever cumprido.
Certamente, também, que, do ponto de vista prático, isto está tudo errado. Primeiro, porque os diferentes tribunais não comunicam entre si. Uma simples base de dados comum aos tribunais e às polícias resolvia isto. Segundo, porque os procedimentos de notificação são pesados, obsoletos e ineficazes: só a palavra notificação já assusta. Terceiro, porque não deveria ser preciso advogado nenhum para informar que alguém não vai estar presente ou pedir um adiamento de audiência. Isso é trabalho de secretária. Além do mais, hoje em dia, já há telefones, já há telemóveis, já há endereços de correio electrónico… E se o problema é a prova, que se gravem as conversas. Aliás, a máquina judicial-policial até já provou que é boa nisso...
É também por isto que a Justiça está como está. Se nem sequer consegue fazer bem o trabalho de uma secretária medíocre…

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62 Comments:

Blogger T said...

Meu caro e relapso P:
As pessoas importantes são sempre pessoas ocupadas.
Faltar ao tribunal é apenas uma cabal evidência da sua importância
Nota: O Madaíl com o seu restaurador Olex mata-me!
Um abraço

quinta-feira, fevereiro 28, 2008 1:07:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Relapso, minha cara T?! E porquê?!
Creio que não será por importância, mas apenas porque sempre fizeram assim. É a inércia no seu estado mais puro. E a culpa nunca é deles. É sempre da lei e do legislador.
Imagine que eu sou cozinheiro e trabalho com uma batedeira manual mas já sei que existem eléctricas... O que faço, continuo a bater as claras à mão?! Compro uma?! Ou digo ao empregador para comprar uma?!
;-)
Nota 1 - Ainda existe o Olex?!
Nota 2 - E ainda há o petróleo Olex?!
:-)

quinta-feira, fevereiro 28, 2008 6:44:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Perdoem-me a intromissão mas "relapso" porque "trabalha" pouco no seu blog, caro politikos (penso eu de que...)
«É a inércia no seu estado mais puro. E a culpa nunca» é sua: é do muito trabalho, não é? :-p

(ups, lá estou eu "a latere" do teor do post... ou será a tal história do eco, eco, eco... ai, estas chavalas inconsequentes, tsss, tsss, tsss)
:-)))

P. S. Agora a sério: postou a uma quinta-feira?!?!, o que é que aconteceu?! Tinha saudades?
:-p

quinta-feira, fevereiro 28, 2008 10:51:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

P. S. 2 A minha avó ter-lhe-ia (sei que gosta quando eu uso este vocabulário próprio de uma trintona...) dito que deveria continuar a bater as claras com uma batedeira manual: ficam sempre muito melhores...
Mas isto seria a minha avó, claro, que, para seu esclarecimento, era uma excelente cozinheira...
:-)

quinta-feira, fevereiro 28, 2008 10:55:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

P. S. 3
E para que raio quer Vexa o Olex?!?!?!?!
Mas que mania: já lhe disse que fica giro de cãs.
Não se atreva a pintar o cabelo, Politikos, que nunca mais lhe falo!
:-(

quinta-feira, fevereiro 28, 2008 10:56:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Ó cara Atenas, depois dos seus comentários, em que:
1.º Responde a questões que não lhe eram dirigidas, interpretando as palavras de uma comentadora ausente;
2.º Apresenta os seus argumentos e o meu próprio «contraditório».
Pouco mais há a dizer...
É que com tal verve, admito dar-lhe «sociedade» aqui no Pólis. É que Vexa fez o estágio e passou com distinção. E assim como assim, assegurava, desde já, a passagem de testemunho à geração mais nova…
;-)

quinta-feira, fevereiro 28, 2008 11:53:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Desconfio, porém, caríssima Atenas, que o facto de comentar «a latere» significa que eu acertei na «mouche»...
;-)

quinta-feira, fevereiro 28, 2008 11:56:00 da tarde  
Blogger T said...

A Atenas tem razão, relapso porque parco em posts, caro P.
Bato sempre as claras à máquina, haja pulso para as bater à mão, já não é para a minha idade tanto impulso energético.
Existe a gama Olex toda, mas se quer armar-se em Madaíl,o seu pescoço será torcido de imediato.
Era boa ideia dar sociedade à Atenas:)
Abraço aos dois

sexta-feira, fevereiro 29, 2008 12:37:00 da manhã  
Blogger Politikos said...

Caríssima T
Pensei que Vexa já estaria acostumada àquele tipo de produtos, já que o seu «sócio» Carlos tem desde o «Cutoline» ao «444»...
;-)
Sobre a escassez dos postes, saiba que não tenho, como Vexa, um baú cheio de postais e fotografias adequados a cada ocasião, desde as cheias em Benfica até sei lá mais o quê...
:-)
Abraço

sexta-feira, fevereiro 29, 2008 1:08:00 da manhã  
Blogger T said...

Caro P:)
O Carlos tem barba e e cabelo grisalho farto, que aliás muito lhe invejo:)
Mas não lhe conhecendo as intimidades, se calhar usa algum produto para branquear e fortalecer!
Eu tenho é muita tralha na cabeça e tenho que a despejar, risos.
Escreva mas é!
Um abraço:)

sexta-feira, fevereiro 29, 2008 10:45:00 da manhã  
Blogger Luísa A. said...

Meu caro Politikos, a mim parece-me tudo consertado para que a justiça leve tempos infinitos a ser aplicada… se for. Será que estes expedientes também são comuns nos processos respeitantes às «lower classes»? ;-)
P.S.: Penitencio-me por só agora chegar ao debate, mas espero que ainda esteja palpitante…

domingo, março 02, 2008 1:41:00 da manhã  
Blogger Politikos said...

Cara T
Fiquei um pouco baralhado com o seu comentário. Entre «intimidades», «produtos para fortalecer», «tralha na cabeça» e cobiça de cabelo e barba?!?!
Estávamos a falar de quê?
:-)

domingo, março 02, 2008 9:46:00 da manhã  
Blogger Politikos said...

Cara Luísa
É sempre bem-vinda ao debate, seja em que momento for. Não tem de penitenciar-se seja do que for. Não há, como já por aqui tenho dito, nenhuma profissão de fé para comentarmos. É conforme queremos ou não queremos, nos apetece ou não nos apetece.
Não vou tão longe ao ponto de achar que isto seja consertado. Mas, é claro para todos, que há duas justiças. Aliás, a postura de alguns parece-me é «carregar» para baixo e «genuflectir» para cima. Veja, esta semana mesmo, um educador da Casa Pia foi condenado por abusos sexuais, enquanto os outros, pois, os outros...

domingo, março 02, 2008 9:51:00 da manhã  
Blogger T said...

Caro P:)
Eu refaço a enunciação: Falta de intimidade com o Carlos para saber que produtos capilares ele usa, cobiça só do cabelame dele, tralha a que tenho dentro da cabeça e transborda pela casa.
Está mais claro? Eu baralho muito as pessoas, risos.
Bom domingo caro P!

domingo, março 02, 2008 2:38:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Cara T
Estou satisfeito.
;-)
Boa semana

domingo, março 02, 2008 11:54:00 da tarde  
Blogger T said...

Caro P:)
Isso é que é preciso, risos.
Boa semana para si também!

segunda-feira, março 03, 2008 1:22:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Não posso deixar de fazer só um pequeno comentário que me ocorreu :)
A gravação das conversas hoje em dia já é obrigatória para todas as empresas que fazem tele-marketing
(parece-me ser até um processo bem simples) acho que o método dos nossos sistemas de justiça só existe para se desculpar a ele próprio, são lacunas propositadas... Mas isto já são teorias de uma mera curiosa :)

quarta-feira, março 05, 2008 3:35:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Caro Politikos,
ainda sem a energia e vontade habituais, venho deixar uma pequena provocação a propósito do último comentário... :-)
Na verdade, a gravação das conversas é uma solução a considerar... assim haja dinheiro que, segundo soube, até já falta para os arrombamentos e mudança de fechadura das casas a penhorar...
Que me diz, no seguimento do post anterior, a uma "filiação directa" no pagamento dos impostos, com um específico para pagar este outro bem, que é a Justiça (creio que posso grafá-la com maiúscula, neste caso...)?
:-)

quarta-feira, março 05, 2008 11:40:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Cara Curiosa
Bem-vinda (devo dizer bem-(re)vinda ao Pólis?!)
Dá-me uma novidade! Não sabia dessa obrigatoriedade legal, mas parece-me muito bem, atentos os abusos que têm existido nessa área, muitas vezes a roçar a coacção.
O processo é, como diz, simples, vindo de mentes simples como as nossas. É claro que os «pros» da «marmelada» arranjarão sempre uma qualquer desculpa, seja o legislador, a falta de dinheiro... Sem nunca sequer se interrogarem se a culpa também não é – pelo menos em parte – deles próprios...

quarta-feira, março 05, 2008 11:51:00 da tarde  
Blogger T said...

Por acaso tenho dúvidas nessa matéria. No meu trabalho também se grava, esse material é utilizado para controlo e não é legal, segundo me informaram.
Sabes qual é a legislação, Curiosa?

quarta-feira, março 05, 2008 11:55:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Cara Atenas
Espero sinceramente que, sejam quais forem os motivos da sua perca de energia, volte rapidamente ao seu estado normal. Mas penso que ela continua lá, admito que um pouco mais mortiça, mas está lá, intacta. Além disso, ambos sabemos que a «juventude real» tem sempre energia de sobra ;-)
Sobre as gravações, ainda bem que as considera solução. Sobre a forma de as pagar - como sabe uma tecnologia dessas hoje é «barata» e paga-se a ela própria em pouco tempo - não é preciso criar nenhum imposto para isso, bastaria, por exemplo, retirar o «subsídio de compensação» aos juízes e magistrados do MP com residência fixa e permanente na área do tribunal onde trabalham para num mês pagar a instalação dessa tecnologia no respectivo tribunal...
Como vê, mais simples não há.
Penso que concordará que não há qualquer razão válida para que esse subsídio se mantenha nos termos em que existe?! Ou não será assim?!

quinta-feira, março 06, 2008 12:05:00 da manhã  
Blogger Politikos said...

Cara T
Admito - desde já sem conhecer - que isso possa ser permitido pela CADA, sob regras estritas relativamente ao uso e à conservação. Um pouco como a recolha de imagens em sítios públicos. Se a Curiosa não o esclarecer, eu próprio irei averiguar.

quinta-feira, março 06, 2008 12:13:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Caro Politikos obrigada pelas boas vindas, estive um tempo sem comentar, que isto é um blogue de alto gabarito e depois totalmente sem internet, mas a continuar a ser uma fã desde espaço, onde muito se aprende... Se não comentar não será por falta de o visitar mas pura e simplesmente por ser uma mera leiga, que pouco sabe de certos assuntos, mas que gosta do seu blogue :)pois faça conta com mais uma para o seu já extenso clube de fãs :))

quinta-feira, março 06, 2008 12:21:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Não sei qual é a legislação, mas vou informar-me T, que não deve ser muito difícil de encontrar, o que me levou a ter isso em atenção foi das vezes que tanto me incomodaram com chamadas, até que de uma das vezes foram obrigados a informarem-me que as conversas eram gravadas, dessa parte sempre que me telefonam das primeiras coisas que informo é que não autorizo a gravação da chamada, obrigando dessa forma a que não possam prosseguir com a mesma e a incomodarem-me... procurarei isso e depois informarei :) Cumprimentos

quinta-feira, março 06, 2008 12:22:00 da manhã  
Blogger T said...

Agradecia muito Curiosa.Muito obrigada!
Cumprimentos:)

quinta-feira, março 06, 2008 12:40:00 da manhã  
Blogger Politikos said...

Ó, caríssima Curiosa, além da legislação, tem de me dar também o endereço do meu «clube de fãs»?!
;-) :-)

quinta-feira, março 06, 2008 12:46:00 da manhã  
Blogger Politikos said...

Cara T
Sem prejuízo das averiguações da Curiosa, parece-me - sublinho o parece-me nestas «marmeladas» jurídicas -, em resultado de uma pesquisa rápida à net - esta noite deu-me para aqui, entre comentários sobre «bricolage» ;-) - que não há propriamente uma lei que regule a prática das gravações telefónicas por essas empresas.
As empresas de telemarketing fazem-no sobretudo para controle de qualidade interno e devem, como boa prática e/ou nos termos do código de conduta interno, informar disso o cliente. E, claro, esses dados vão ser compilados em bases de dados com o nome do cliente e o n.º de telefone, de onde o registo dessas bases de dados cai sob a alçada da Lei n.º 67/98 de 26 de Outubro (a Lei de Protecção de Dados Pessoais).
Penso eu de que...

quinta-feira, março 06, 2008 1:13:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Caro Politikos, também a mim me deu para esta "bricolage" e realmente parece-me que não existirá em todo uma lei obrigatória, mas sim pequenos casos particulares que merecem atenção, como o caso das seguradoras que se regem pelo Decreto-lei 83/2006 de 3 de Maio, foi apenas um copy paste (encontro-me cansada para averiguar esse decreto) após uma pequena pesquisa... Mas consigo lembrar-me de pelo menos mais uns casos em que a gravação é obrigatória, como o caso de acesso à banca online/telefónica , bem como correctoras, e alguns sistemas de saúde publica e privada, no primeiro caso a linha saúde 24 e no segundo a advance care... Parece-me é que nunca tínhamos dado conta que afinal somos mais "gravados" do que imaginávamos... E se tenho voz de cana rachada, ó que chatice :)

quinta-feira, março 06, 2008 1:35:00 da manhã  
Blogger T said...

Caros P e Curiosa:

Estava a pensar exactamente nessa lei. Trabalho no público e essa questão levantou-se aquando se iniciaram as gravações e os sistemas de video-vigilância.
Atenas: Melhoras, que não gosto de a ver assim murchinha!
Agora vou bricolar um bocadinho:)

quinta-feira, março 06, 2008 9:58:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Querida T
:-)

Cara Curiosa,
se bem li este blog de fio a pavio antes de aqui começar a comentar, a Curiosa foi a 1.ª fã (pelo menos aqui no blog) do meu (nosso) caro Politikos!
:-)

Caro Politikos
:-) (sorrio...)

Olhe, vou abrir outro comentário só para si...
(e vou-me rindo: sabe bem e já precisava há alguns dias...)
:-)

quinta-feira, março 06, 2008 2:39:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Ora, cá estou...
e rio-me...
:-)
:-)
:-)

Sobre os "subsídios"...
pois meu caro, concordo em absoluto consigo, veja bem! (e ainda diz que não concordamos com tudo... tsss, tssss, tsss: essa memória: tem de ir reler os nossos comentários, se tiver paciência para tal...) :-)

Mas isso não se aplica só aos magistrados, claro; nem só ao denominado "subsídio de compensação" e que antes era chamado de "subsídio de residência".
Aplica-se a um sem número de subsídios que outras profissões auferem. Ainda há pouco tempo soube, por exemplo, que uma (creio que é assim que se diz) "inspectora" do ministério da educação, que tem por função inspeccionar escolas e professores (creio que é assim que se diz) recebe um subsídio de risco. "De risco?!" perguntei; "sim, podemos correr o risco de ser maltratados"... "Ah!", respondi. Na verdade, parece-me que alguns magistrados (judiciais ou do ministério público), em vez do subsídio de compensação, deveriam receber o subsídio de risco, quiçá muito superior ao que recebem de "compensação" :-) E os polícias então?! (não tenho os valores, mas disseram-me que recebem valores inacreditavelmente baixos...)

O que quero dizer é que há muita gente a trabalhar para o Estado, em muitas profissões (não será em todas?!... - englobo, claro, os Senhores Deputados e os demais titulares dos orgãos de soberania....), a receber subsídios sem qualquer justificação, porque os mesmos se foram transformando, ao longo do tempo, em verdadeiros complementos do vencimento, com vantagens para ambas as partes (trabalhador e Estado).

E rio-me :-) porque isto vai de encontro ao que eu dizia no post anterior: temos de gerir bem melhor os dinheiros públicos, alterando este estado de coisas e, se calhar, ainda descobrimos que os dinheiros dos nossos impostos chegam e sobram...
«Como vê, mais simples não há» :-p

Mas se Vexa acha que não, explique-me, já que não o fez (preferiu responder-me "a latere": "não, não sou a única"... :-p), porque razão a Justiça é menos Bem que o sistema político (e designadamente os partidos) e não pode ter um imposto direccionado para ela?!

Ah!, receba um beijo pela nossa concordância...
:-)

quinta-feira, março 06, 2008 2:56:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Cara Atenas
Vejo-a muito risonha e ainda bem. Estou inteiramente de acordo consigo sobre esse outro «suplemento de risco» de que fala. Embora, no caso, - e vou deliberadamente cair num pecadilho de argumentação - esse seja, apesar de tudo, mais aceitável do que o dos magistrados. Porque tem uma razão de ser, porque há efectivamente «risco» na acção disciplinar nas escolas. Ao contrário, não há justificação nenhuma para haver «subsídio de compensação» a quem vive na área do tribunal onde trabalha. Mas, reafirmo, para não subsistirem dúvidas, também acho que esse primeiro suplemento não tem razão de existir. Vejo, porém, que apesar de «concordar em absoluto» comigo, não resiste a aduzir outros maus exemplos – mas apesar de tudo menos maus – para justificar um péssimo. É um curioso conceito de justiça (vamos pô-la agora aqui com minúscula). É justificar um mal com um mal pior. E, do ponto de vista da argumentação, é aquilo a que costumo chamar «argumentos do desespero». Não discuto sequer se os magistrados devem ou não receber subsídio de risco. Se formos por aí, - mas se quiser vamos – nunca mais paramos nas comparações e ainda acabamos por nivelar salarialmente os magistrados pelos outros técnicos superiores da AP, por exemplo, por terem o mesmo nível habilitacional... E atentas as novas filosofias de avaliação de desempenho para a AP se calhar ainda abaixo de muitos daqueles... E, atenta a relevância social, idem... Isso é que seria uma poupança! Mas, como lhe digo, não vou por aí.
Sobre a Justiça, esta não é um bem comparável ao Sistema Político. É comparável – pessoalmente eu acho que para baixo – à Saúde, à Segurança Social, etc., etc. O Sistema Político é «estruturante» de todos os outros. Penso que facilmente perceberá a diferença!
P.S. – Deixe-me, ainda acerca de outros subsídios e suplementos remuneratórios, dizer-lhe que está enganada sobre o que refere serem «vantagens para ambas as partes (trabalhador e Estado)». É que tanto quanto sei esses suplementos são tributados...

quinta-feira, março 06, 2008 8:11:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Caro Politikos,
vejo que não me leu bem.
Eu não disse que o suplemento de risco não tem razão de existir. Disse que não tem razão de existir só para os "inspectores" do ministério da educação e para as polícias; tem também certamente (e muito mais) para alguns (sublinho o "alguns") magistrados (creio que estatisticamente haverá menos deliquentes nas escolas, apesar de tudo…) e também por isso deverá ter um valor superior para estas duas últimas profissões, em comparação com a primeira.
Concordo em absoluto, e foi o que disse, que não há justificação nenhuma para haver «subsídio de compensação» a quem vive na área do tribunal onde trabalha.
E não vislumbro donde retira que apresento «maus exemplos (…) para justificar um péssimo». O que disse, e repito, é que está muita coisa mal, em várias profissões: não faço juízos de valor comparativos; digo que se deve alterar tudo o que não está bem, importe muito ou pouco dinheiro ao Estado. As reformas fazem-se a nível global, parece-me.
E muito menos faço comparações a nível salarial ou de avaliação, caro Politikos. E Vexa continua a querer responder "a latere". Se quiser poderemos falar especificamente dos salários e avaliações dos magistrados (acho curioso o tema; na verdade até acho graça, mas enfim, podia dar-lhe para pior… :-p)
Não há dúvida que o Sistema Político é estruturante de todos os outros, caro Politikos, mas o Sistema Político depende (falo em termos de sobrevivência) da Justiça que for praticada nele.

Sobre o P. S. – Creio não estar enganada, mas se estiver corrija-me, por favor. Segundo julgava, quando os tais "suplementos" são tributados, o Estado ganha no imposto e o trabalhador ganha no valor apurado para efeitos de reforma; quando não são tributados, o Estado não recebe o imposto mas depois poupa no valor apurado para a reforma…

Ó, e eu que esperava um (respeitoso) beijo seu, de volta...
:-(

Boa noite :-)

quinta-feira, março 06, 2008 8:20:00 da tarde  
Blogger T said...

Mas há subsídios de risco, assim como de insalubridade para muito mais profissões.
Os policias não ganham muito mal, sobretudo porque acresce o subsídio de turno e os gratificados. Assim como os bombeiros profissionais ganham razoavelmente.
Também existem os regimes de prevenção, como os dos médicos por exemplo.
E asim sim Atenas, gosto de a ler:)
Beijinhos

quinta-feira, março 06, 2008 8:33:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Cara Atenas
Além de risonha está falaciosa, vejo! É claro que não disse que o suplemento não tem razão de existir. E, claro está, também não se pode ler um não nas suas «perguntinhas» e «exclamações» inocentes à tal inspectora com aspas. O «De risco?» e o «Ah!» não podem ser lidos como não! Não! Nem pensar nisso! São apenas o espanto da genuína ignorância de quem nunca tinha pensado que aquela profissão poderia ter risco! Depois, perora «comparativamente» sobre a delinquência nas escolas, não sei com que base e em que números! Mas atendendo ao facto de nunca fazer generalizações, nem comparações, certamente que tem por aí umas estatísticas que mostrem os índices de deliquentes nas escolas e nos tribunais! Resta saber em quais e com que base faz essa comparação!
Depois não vislumbra os «maus exemplos», nem faz juízos comparativos. Que desplante! Então v. chamou aqui os tais inspectores com aspas para os comparar directamente com os magistrados. Vá lá, vá lá que não entrou nas possidónias maiúsculas com que se refere aos «Senhores Desembargadores» e ao «Senhor Bastonário»...
O Sistema Político não depende de Justiça nenhuma. E menos ainda para sobreviver! De onde retirou isso?!?!?! O Sistema Político depende do Povo.
Se respondo «a latere» explique porquê. Não basta afirmá-lo. Explique-o.
O seu P.S. é verdadeiro mas é claramente curto para responder à sua primeira afirmação.
Se quiser falar de vencimentos, força. Mas pense bem. É que a quase totalidade dos salários da AP são menores do que os salários dessas profissões e qualquer subsídio que invoque é menor do que o imoral subsídio de compensação. Mas, naturalmente, estou à sua disposição para falar disso!
Registo, porém, e sorrio, com o facto de não ter neste comentário os abundantes sorrisos que patenteou no anterior. E creio bem que o seu sorriso final será bastante mais amarelo do que aqueles muitos sorrisos espontâneos de «chavala» com que nos vai brindando por aqui. Sinal - digo eu - que atirei na «mouche».
;-)

quinta-feira, março 06, 2008 11:07:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Caramba, Senhor Politikos (ups, perdoe-me as possidónias maiúsculas... :-p) mas Vexa anda a escrever que se farta...

Sim, meu caro, calcule bem que foi «genuína ignorância de quem nunca tinha pensado que aquela profissão poderia ter risco»!!! Mas aceitei e aceito que a tenha, daí o "ah!": é que me pareceu plausível a explicação.
Não compreendo é que Vexa ache que não é plausível que alguns magistrados (ups, esqueci-me das possidónias maiúsculas...) não corram mais riscos (de vida) que os inspectores (ah, e coloquei inspectores entre aspas porque não me recordava se a expressão era correcta: Vexa, por vezes, vê ironia onde não há...).
E, calculo eu, certamente que não os correm só (embora já os tenham corrido - li, em tempos, no jornal, que um arguido apontou, exaltado, uma arma ao juiz que o julgava) nos tribunais: Vexa certamente já leu, tal como eu, notícias de magistrados que têm segurança no dia-a-dia, 24 h sobre 24 horas: I wonder - porque será?!

Respondeu "a latere" porque não se pronunciou sobre o objecto da minha interpelação: a necessidade de gestão dos dinheiros públicos a nivel global, sem necessidade de mais impostos.

«O Sistema Político depende do Povo.» Sim?!? :-) Era bom que sempre assim fosse... :-(

«O P.S. é verdadeiro»: obrigada. E acrescento: responde completamente ao seu P. S. Era só esse o seu objectivo.
E eu não quis falar de vencimentos: Vexa é que falou neles... mas não tenho problemas de falar em vencimentos seja de quem for: assim se saiba o seu valor.

E quanto aos sorrisos, dou-lhes quanto quiser; e para si nunca são amarelos :-)
Já os respeitosos beijos (um que seja) continuo sem os receber...
:-)

quinta-feira, março 06, 2008 11:35:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Minha cara Atenas
É de uso da língua portuguesa escrever os nomes próprios com maiúsculas; aprendeu isso na antiga instrução primária ou pelo menos no ensino básico, não! Há uma pequena diferença entre o «Senhor Politikos», irónico ainda por cima, e os «Senhores Desembargadores». Parece-me! Digo eu, às «Senhoras Comentadoras» que comentam por aqui. Está a ver o possidónio destas maiúsculas por comparação com as primeiras ou quer que lhe faça «um desenho»!?
Sem dúvida que certos magistrados, uma pequena minoria ligada «à instrução criminal», têm risco. Sobre se é «de vida», eu acho que sim, embora não me recorde de – felizmente – os «delinquentes» andarem por aí a matar juízes e magistrados do MP?! Quanto mais não seja porque a Justiça é inofensiva para com o crime organizado.
A necessidade da boa gestão dos dinheiros públicos é óbvia e essa sim lateral em relação a todo o comentário.
Não me diga que o Sistema Político depende dos Juízes e dos Magistrados do MP?!?! Essa é boa!?!?!? Ainda se me dissesse que em tempos dependeu do exército, agora depender do Sistema de Justiça, valha-nos Deus! É delirante!
Os vencimentos e as tabelas são públicas e publicadas em DR.

quinta-feira, março 06, 2008 11:55:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Caro Politikos,
1.º agradeço o "desenho" mas acho que não será necessário.
2.º Só falei, sempre, de alguns magistrados. Sublinhei e sublinho: alguns.
3.º Não me recordo de muitos «delinquentes andarem por aí a matar» seja quem for. Mas às vezes matam, independentemente da profissão.
4.º A necessidade da boa gestão dos dinheiros públicos foi sempre, para mim, a questão.
5.º Não disse nem digo. Onde foi buscar isso?!?!
6.º Falava, obviamente, da possibilidade de discutir todos os vencimentos de todas as profssões; ou seja, falava também daqueles que não são públicos...

Queira receber os meus cumprimentos e os desejos de boa noite.

sexta-feira, março 07, 2008 12:12:00 da manhã  
Blogger Politikos said...

Cara Atenas
Cumprimentos e desejos recebidos. Até ao ponto 4, não me suscita nenhum comentário.
Sobre o ponto 5, vê algum problema na pergunta?! Eu não vejo. Ainda por cima porque ela vem na sequência da inexplicável afirmação de que a sobrevivência do Sistema Político depende da Justiça;
Sobre o ponto 6: humm, já percebi!; só aceita discutir vencimentos quando conhecer os vencimentos dos 10 milhões de portugueses; então, «esperemos sentados»?!; espero que não seja assim em tudo, pois como nunca se conhece tudo, nunca se discute nada.
Durma bem.

sexta-feira, março 07, 2008 12:29:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Caro Politikos,
dos 10 milhões?!?!
Meu caro, queria os velhinhos e os jovens/adolescentes/crianças/bébés todos a trabalhar?! :-)

Não, sobre o ponto 5, claro que não vejo; nunca vejo problema nas suas perguntas, ainda que Vexa me adjective de "delirante" e as perguntas digam respeito a coisas que não afirmei. Recordo que me limitei a discordar (infelizmente aliás), da afirmação «O Sistema Político depende do Povo.»

E sobre o ponto 6 também não, não percebeu. Não discuto "só" «quando conhecer os vencimentos dos 10 milhões de portugueses»; o que eu disse, e repito, é que "não tenho problemas de falar em vencimentos seja de quem for: assim se saiba o seu valor" (sublinho o "seja de quem for") e esclareci que, obviamente, em relação a alguns sobre os quais Vexa queira falar, terá que se saber o seu valor.
Há uma diferença entre aceitar falar seja de quem for e dizer que só se fala se se falar de todos.

Um bom dia para si (e para todos ou todas que nos lêem e que pensam, como eu pensei hoje ao reler-nos, que somos mesmo "cão e gata" e/ou "gata e rato": creio que não temos "remédio"...) :-)

sexta-feira, março 07, 2008 6:30:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

P. S.
(não consigo, não consigo, não consigo... - picar mais um bocadinho, claro!)
:-))))))

Eu bem digo que Vexa fica todo confundido (disse bem?!) comigo: então já confunde (ufa...) a querida T com esta chavala?!
Tsss, tsss, tsss: e ainda diz que quer esperar mais uns anits para analisar CVs...
:-D

(P.S. 2: o prédio é mesmo o mais estreito de Lisboa. Um colega mais velho, que se reformou há pouco, num almoço a um restaurante vegetariano ali perto, chamou-me a atenção para o mesmo :-) )

sexta-feira, março 07, 2008 6:51:00 da manhã  
Blogger T said...

Olá Atenas bandarilheira:)
Olá Caro P! Dia de post novo?
Beijinhos

sexta-feira, março 07, 2008 12:03:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

:-D
Olá querida T.

(sabe, aqui para nós, só tenho uma preocupação: é conseguir bandarilhar o "toiro" pelos dois lados por forma a equilibrá-lo... Daí esta necessidade de o picar por um lado, e mandar-lhe sorrisos pelo outro...)
:-))))

sexta-feira, março 07, 2008 2:50:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

P. S. Não sei porquê mas acho que sei qual vai ser a primeira palavra que o nosso querido Politikos vai dizer em surdina depois de me ler... e é feia...
:-)))

sexta-feira, março 07, 2008 2:52:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Atenas
Vou optar por lhe responder ao primeiro comentário, ignorando, para já, os outros. Os 10 milhões foram uma forma genérica de dizer que v. queria conhecer as profissões de toda a gente. Já percebi que gosta de exactidão. E que queria que eu dissesse o número exacto de portugueses e não 10 milhões. Não! Afinal os portugueses, não! Só a população activa. Ah, e desconto ou não os estrangeiros que trabalham em Portugal?! Ah, e a propósito, os velhinhos «reformados» também têm reforma, equiparada a vencimento, de onde, provavelmente, convém conhecer isso também?!; ah, e os «adolescentes» e os «jovens» - curiosa diferença - devem ser estudantes, mas podem fazer uns «biscates» no MacDonalds e na Zara e também convém conhecer o que ganham?! Ah, e já agora as crianças que estão em trabalho infantil... De que número estamos a falar, afinal, Atenas?!
Sobre o ponto 5, sou muito mais substantivo do que adjectivo, só sou adjectivo em afirmações limite. No caso, o «delirante» é o mínimo que lhe posso fazer. O que disse é na verdade uma enormidade. Posso aceitar que aquilo lhe saiu numa forma infeliz. E que não era exactamente aquilo que queria dizer. Não o admitir, é persistir no erro. Primeiro disse que a sobrevivência do Sistema Político dependia da Justiça. E, agora, não satisfeita, afirma que se limitou a discordar da afirmação óbvia de que o Sistema Político depende do Povo. Discordar disso, é outra enormidade. Mal ou bem, é isso que acontece.
Sobre o ponto 6, disse e cito: «Falava, obviamente, da possibilidade de discutir todos os vencimentos de todas as profissões»; agora mete as mãos pelos pés e diz que não disse o que claramente quis dizer. O que disse está implícito em cima e em todo o raciocínio. V. quer saber os vencimentos de todos para depois avaliar quem recebe quanto e que suplementos e com que critérios. Tentar negar isso é uma falácia argumentativa. Está lá tudo dito.
Não há nenhuma confusão entre v. e a T. Houve apenas um lapso, corrigido no minuto seguinte. Não vale a pena analisar já os CV. Sobre lapsos, saiba que CV é uma sigla e as siglas não têm plurais, pelo que está no mínimo «confusa» quando trata uma sigla como se de uma palavra se tratasse.

sexta-feira, março 07, 2008 10:19:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Cara T
Creio que a metáfora taurina não é feliz. Eu, de «motu proprio», teria a delicadeza de não utilizar coisa semelhante para me referir a si. Mesmo com aspas. Fico no entanto a pensar se, sendo eu o «touro» e a Atenas a «bandarilheira» - vamos aspear tudo – qual é o seu papel na «festa»? Será o das «chocas» que vêm já no final da «lide» com aquela finalidade meramente instrumental de levar o touro a sair da arena?!

sexta-feira, março 07, 2008 10:27:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Atenas
Sobre a metáfora taurina vale também genericamente para si o que disse à T. Especificamente, porém, a sua situação é mais grave. É mais grave porque à T, eu acho que aquilo lhe saiu de forma impensada, mas a si não! V. viu, leu, pensou, comentou uma vez e depois comentou segunda. E na segunda, antecipa mesmo que eu vou reagir mal. A frase final, com a história da «palavra feia», demonstra-o à saciedade. De onde, eu acho que v. agiu intencionalmente e com dolo. V. bem tenta disfarçar com sorrisos a irritação que certos temas e afirmações minhas lhe provocam mas fá-lo mal. Parece-me bem treinada na arte da contenção, mas não suficientemente bem treinada para ser esfíngica e sobretudo para sair com garbo das situações – talvez aqui a tauromaquia lhe pudesse ensinar qualquer coisa – e é pobre lançar mão de expedientes destes na discussão. Com expedientes destes v. pode pensar – e outros consigo - que é a «bandarilheira» mas penso que não passa sequer de uma «rabejadora». E o «touro» quer-se livrar do «rabejador» mas nunca investe para ele. Porque ele é uma figura menor e só serve para segurar o rabo do «bicho» enquanto os «ajudas» e o forcado saem da arena.

sexta-feira, março 07, 2008 10:38:00 da tarde  
Blogger T said...

Caro P:
Se o ofendi, peço desculpa e calo-me. Nem percebo nada de touradas, nem imaginei que fosse algo que o ofendesse.
E se me intrometi em algo que julguei ser apenas brincadeira inocente entre os dois, peço desculpa de novo. Nem sei o que dizer mais.

sábado, março 08, 2008 1:15:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Caro Politikos,
não tenho por hábito ofender ninguém, muito menos com dolo, e creio que já teve oportunidade de verificar isto nos meus comentários e nas trocas de "palavras" que temos tido há mais de um ano.

Mas tenho por hábito lamentar quando erro e quando ofendo.
Mais, tenho também o cuidado de fazer sempre o "mea culpa" em função da sensibilidade de cada um.

Serve isto para dizer que, obviamente, não agi "intencionalmente e com dolo". Achei graça ao que tomei como humor da parte da T, brinquei com a imagem e mencionei a palavra feia não como um palavrão mas como algo do género mais "hard" que podia por si ser dito com um sorriso nos lábios.

Lamento profundamente que com as minhas palavras se tenha sentido ofendido e peço-lhe desculpa. Faço-o sinceramente, sem ressalvas nenhumas, publicamente.
Porque as ofensas medem-se sobretudo por quem as entende como tal e não por quem as profere.

Creio que não se justifica resposta ao seu comentário sobre as questões que debatíamos. Essa discussão é irrelevante, parece-me, face ao que agora está suscitado.

Quanto à parte final do seu último comentário, digo-lhe que nunca me viu, nem verá, a faltar ao respeito a ninguém, nem sequer em resposta.

Creio que já percebeu que gosto de o ler e gosto de comentar e de responder aos seus comentários.
Se o deixar de fazer saiba que será apenas porque perceberei (bem ou mal), pela reacção que terá a este meu comentário, que não sou desejada.
Se assim for, desde já deixo os meus cumprimentos, a si e a todos os que o lêem.
Bom fim-de-semana.

sábado, março 08, 2008 2:10:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Cara T
Sinto o seu «mea culpa» como total e genuíno. Desculpas aceites. Passemos à frente. Tudo o que havia a dizer já foi dito.
Bom fds

sábado, março 08, 2008 3:59:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Atenas
Mencionou a «palavra feia não como um palavrão mas como algo do género mais “hard”»?!??!?!?!?!?!?!?!??!
Pede desculpas «sinceras», «públicas», «sem ressalvas», mas acha que «as ofensas medem-se sobretudo por quem as entende como tal e não por quem as profere»?!?!?!?!?!?!?!?!?!
Saiba ainda que, embora não desça a determinados patamares de agressão verbal, posso, não de «motu proprio», mas em resposta, «faltar ao respeito a alguém» e faço-o intencionalmente...

sábado, março 08, 2008 4:06:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Caro Politikos,
quando disse que «as ofensas medem-se sobretudo por quem as entende como tal e não por quem as profere» quis dizer que posso querer ofender alguém e não o conseguir e posso não querer ofender mas, infelizmente, fazê-lo.
Lamentei por isso tê-lo ofendido.
Lamento que não tenha aceite as minhas desculpas que, aliás, reitero.
Um bom fim-de-semana.

sábado, março 08, 2008 7:28:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Atenas
Tenho a impressão que se entrou na fase em que as palavras já começam não só a atrapalhar o diálogo como a não clarificarem o raciocínio. Dizem-se coisas e depois desdizem-se sob a capa de explicações...
Dizem-se coisas sem ponta de sentido como o «palavra feias» que não são «palavrões» mas «algo do género mais “hard”»...
Adiante! Manifestamente, esta conversa já deu tudo o que tinha a dar.
Desculpas aceites.
Bom fds

sábado, março 08, 2008 7:54:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Caro Politikos,
permita-me discordar: as palavras, mais cedo ou mais tarde ajudam a clarificar o raciocínio.

Queria dizer-lhe que não tenho estado à espera que diga "desculpas aceites"; o que gostaria mesmo é que compreendesse o que eu disse, pressupondo que não disse nada com intenção de ofender.
Independentemente de sermos ou não a favor das touradas, a verdade é que a imagem do touro e do homem é, para mim, uma imagem com muito significado e até bela.
E de todos os "actores" devo dizer-lhe que respeito em primeiro lugar os forcados, que se dirigem de peito aberto para o touro, sem mais nada do que a sua inteligência e pernas para correrem.
Serve isto para dizer que não me senti nada ofendida com o "rabejadora"; sentir-me-ia ofendida com as "chocas". A cara T não se sentiu, ou não verbalizou, ou entendeu que dadas as circunstâncias não interessava dizer mais nada - isso não interessa muito agora; o que me interessa é repetir o que já disse:
posso querer ofender alguém e não o conseguir e posso não querer ofender mas, infelizmente, fazê-lo.
No caso eu não quis ofendê-lo e ofendi-o e é só essa a minha tristeza.
Aliás, devo dizer-lhe que pegando na imagem e revendo os nossos comentários ao longo destes meses, também me vejo, muitas vezes, na pele do bicho e a si na de forcado.

Quanto à "palavra feia", e apesar da confusão que se mantém no seu espírito, prefiro não dizê-la, lamentando ter tido a infeliz ideia de ter escrito o P. S. com tal referência.
Lamento ainda que com esta minha opção continue sem ser compreendida mas assumo essa responsabilidade.

Um bom domingo.

domingo, março 09, 2008 9:20:00 da manhã  
Blogger paula botto said...

estas senhoras devem gostar de levar pancada, principalmente a Sra.Atenas.

O homem foi incorrecto e V.Exas. ainda lhe pedem desculpa?

domingo, março 09, 2008 8:52:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Cara Atenas
Já o reiterou. E já compreendi o que disse. E penso que também já compreendeu o meu ponto de vista da questão. Não é, aliás, muito difícil de entender.
A imagem do touro e do homem é exactamente bela quando evocamos, como o faz, «as pegas de caras». Porque aí é só mesmo o touro e o homem. E o homem domina o touro pela inteligência. É bem diferente dos golpes de capote e de muleta, ou de bandarilha, onde pode haver arte mas não há nobreza. Aí, o touro não passa de um títere condenado pela sua condição a investir contra o capote vermelho, a levar com uma bandarilha no cachaço ou com um golpe fatal e traiçoeiro de uma espada escondida na muleta.
Sobre o que diz da T, não sei se ela se sentiu ofendida ou não com a resposta. As «chocas» têm um papel passivo e foi só a isso a que me quis referir, pegando, é claro, na metáfora taurina. Mas, tal como ela o fez e v. também, acho que lhe devo e aqui fica um pedido de desculpas. Aliás, no meu caso é ainda mais grave que no dela, porque o fiz de forma intencional. E para si, apesar de não se sentir ofendida com o «rabejadora», aqui ficam também as minhas desculpas pelo mesmo uso da metáfora taurina.
Como vê, e penso que sabe, eu pego sempre de caras.
Tenha uma boa semana

segunda-feira, março 10, 2008 1:54:00 da manhã  
Blogger Politikos said...

Ora bem, Paula. Eu tenho por hábito dirigir-me sempre à pessoa que viso. Por isso, dirijo-me a si, directamente. É uma questão de correcção. Além disso, nunca falo de outros para «a geral». É também uma questão de correcção.
V. acha incorrectos os meus comentários. É a sua opinião. Para que conste, eu o seu além de incorrecto, acho-o indigno.

segunda-feira, março 10, 2008 2:00:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Caro Politikos,
sim, sei.
Eu também o faço.
Creio que está sanada a questão.
Boa semana também para si.
:-)

segunda-feira, março 10, 2008 9:35:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Sra. Paula,
todos cometemos indelicadezas mas nem todos sabemos fazer auto-crítica e, dos que sabem, nem todos se sabem desculpar.

Quando sou indelicada e me apercebo, desculpo-me, e se tiver estima pela pessoa, não desarmo enquanto não vejo a questão sanada.
Quando são indelicados comigo gosto que tenham o mesmo comportamento. A não ser, claro, que a pessoa não me diga nada. Neste caso passo ao lado.

segunda-feira, março 10, 2008 9:42:00 da manhã  
Blogger T said...

Caro P e cara Atenas:

Ainda bem que tudo foi sanado e se resolveu. É esquecer o que se passou e pronto. São próprios da virtualidade estes diferendos, na realidade são mais fácilmente evitados.
Um abraço aos dois

segunda-feira, março 10, 2008 12:28:00 da tarde  
Blogger paula botto said...

Sr. "Politikos"

pois eu também tenho por hábito dirigir-me á pessoa. Tanto que dirigi, que você me RESPONDEU.

Saiba que indigno é ser indelicado com as pessoas.
Se Atenas gosta, deixe-me dizer-lhe que é farinha do mesmo saco.

Retratar-se? Vc nem sequer lhes pediu desculpas! Agiu como se fossem elas as agressoras.

Passe bem, que eu mudo de sítio para não me aborrecer, com seres virtuais que nem identidade de Gente têm, pois não OUSAM mostar o nome.

Paula Donnas Botto

terça-feira, março 11, 2008 6:27:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Paula
Ainda bem que se dirige directamente a mim. É, a meu ver, o comportamento certo. Da primeira vez não o fez. Fez um comentário «para o ar», para «a geral», sem destinatário, quando visava directamente três pessoas: a T, a Atenas e eu. Respondi-lhe directamente porque não faço comentários «para o ar» quando viso as pessoas. Também raramente escrevo com maiúsculas. Escrever com maiúsculas é o equivalente escrito a gritar e eu não grito com ninguém. É indelicado.
Ser indigno, é não nos dirigirmos directamente às pessoas e atirarmos comentários para «a geral». Ser digno é o contrário. O seu primeiro comentário é indigno, por isso. E é indelicado também pela forma como, de modo gratuito, me tratou por «o homem». É uma expressão a roçar a grosseria, ademais para ser usada «em minha casa», ou seja, neste blogue. Talvez seja esse o seu conceito de boa educação. Não é o meu.
Agi como agi em resposta àquela metáfora e ao modo como ela foi expressa. Agi de forma assertiva, porventura bruta, mas franca e leal. Sobre as minhas desculpas, fi-las, sobretudo à T mas também à Atenas, quando para tal fui instado pela Atenas. Não há drama nenhum por isso. É o normal entre pessoas civilizadas, agindo de forma franca, leal, aberta, directa. Não há ressentimentos mesquinhos, não se nega o que se escreveu, não se «grita», não se usam sofismas.
Por último, neste comentário, volta a usar uma expressão vamos chamar-lhe «inapropriada», quando se refere à Atenas como «farinha do mesmo saco». É uma expressão que, além de grosseira, é vulgar. Na verdade, deixe-me também que lhe diga, e apenas por estes comentários, eu acho que v. não chega nem sequer aos calcanhares da Atenas ou da T em termos de postura e de atitude. Aliás, o próprio tratamento por «elas», naquele preciso contexto, também deixa bastante a desejar em matéria de delicadeza. Depois, acusa-nos aos três de não termos identidade. Ora, isso é farisaico e sofístico. Porque v. comenta sem identidade e tem o perfil de «Paula» «não disponível». Revela agora a sua verdadeira identidade – tomo-a, é claro, por verdadeira – mas não o fez da primeira vez e creio que continuará a comentar na blogosfera apenas sob o nome de «Paula». Não lhe vou explicar aqui as razões de postar e comentar sob pseudónimo. V. também o faz e portanto deve sabê-lo. A maior parte da blogosfera, aliás, fá-lo. Há inclusive milhares de pessoas em todo o mundo a escrever sob pseudónimo. E mesmo antes da blogosfera, isso sempre aconteceu noutros meios e com gente muitíssimo estimável. É uma questão de opção. A reserva da identidade não significa como v. quer fazer crer menos hombridade ou menos personalidade.
Por isto, e embora não a situação não tenha sido consigo, estou inteiramente disponível para de «viva voz», cara-a-cara, trocar impressões consigo ou com todos quantos se sintam ofendidos pelo que aqui escrevo. E se for necessário até lhe mostro o BI. Há um endereço neste blogue chamado «Provedor da Pólis» exactamente para esse fim. E já serviu pelo menos uma vez.
Estou, pois - reafirmo - à sua inteira disposição para lhe revelar «cara-a-cara» a minha identidade e para lhe dizer «olhos nos olhos» o que penso dos seus comentários. Seria ainda uma oportunidade de ver se v. teria a mesma «estaleca» que virtualmente parece querer mostrar. Convirá ainda que o cara-a-cara é bem diferente de atirar um nome, que ainda por cima não me diz nada, directamente no final de um comentário.
Por último, pode mudar de sítio ou não, conforme queira. Ninguém a cá chamou – aliás veio cá nem sequer para comentar um poste, mas apenas para se meter em algo que não lhe dizia directamente respeito – e ninguém lhe vai pedir que volte. Mas também, e por enquanto, não é mal vinda aqui, quer como «Paula», quer como «Paula» assinando «Paula Donnas Botto» ou como «Paula Donnas Botto»... Penso que perceberá a diferença...
Até à vista

quarta-feira, março 12, 2008 10:22:00 da tarde  

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