9 de fevereiro de 2008

Onzeneiros... hoje

Onzeneiro – aquele que emprestava dinheiro a 11%; usurário, agiota.

Fala-se muito no fosso que cada vez mais separa os mais ricos dos mais pobres. Fala-se muito nos vencimentos dos gestores de topo dos bancos e das grandes empresas portuguesas. Nas indemnizações e nas reformas vitalícias que recebem quando saem. Não se fala sobre as correcções que se deviam introduzir nisso?! E menos ainda sobre o papel do Estado enquanto regulador do mercado. Fala-se é na redução do papel do Estado para entregar o que ainda lhe resta à iniciativa privada.
Atente-se nos lucros dos bancos portugueses que crescem anualmente a taxas de 20, 30% e mesmo mais. Aliás, qualquer grande empresa, quando apresenta os seus planos estratégicos, é sempre para crescer anualmente a mais de dois dígitos. Qualquer número abaixo disso é tido como pouco ambicioso. Comparativamente, os salários da grande maioria crescem de acordo com o valor da inflação ou até abaixo dele. É o mercado a funcionar, dizem!
A manter-se esta progressão, sem que social e politicamente se lhe ponha cobro, questiono-me sobre o caldo social que estamos a deixar criar-se...

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17 Comments:

Blogger Luísa A. said...

Apresso-me a comentar, caro Politikos, na esperança de que, desta vez, dê por ela. É, de facto, preocupante, senão assustador, o desequilíbrio que se desenha. Confesso-lhe, porém, que, não sendo, por princípio, muito favorável a uma intervenção directa do Estado, não vislumbro nenhuma solução. A tendência talvez seja de que os ricos sejam mais ricos e os pobres menos pobres, mas o crescimento, nos dois casos, é tão desigual, que acaba por prejudicar, realmente, os segundos. Era-nos necessária outra «cultura cívica», outro sentido de ética social… ;-)

sábado, fevereiro 09, 2008 11:27:00 da tarde  
Blogger T said...

Onzeneiros, que linda palavra.Prima doz azeiteiros.
Não sou economista não sei contrapôr medidas. O que sei é que cada vez se ouvem mais queixas. Concordo em absoluto com o caldo social que fervilha.
E é isso.

domingo, fevereiro 10, 2008 1:32:00 da manhã  
Blogger Politikos said...

Cara Luísa
Finalmente consegui que Vexa visse alguma bondade na intervenção do Estado. Sinto que marquei pontos :-)
Percebe, por certo, que o que se está a desenhar é uma espécie de Estado mínimo, apenas de regulação, mas uma regulação dócil. Daquelas de tipo ingénuo, das que acreditam em tudo o que lhe dizem, acríticas, que pensem pouco, de funcionários mal pagos que estejam e se sintam de cócoras perante o poder económico...

domingo, fevereiro 10, 2008 8:22:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Cara T
A palavrita fui pedi-la de empréstimo a Gil Vicente. Não precisa de ser economista para propor medidas concretas, basta ser cidadã para se mostrar preocupada e exigir que se faça qualquer coisa. O problema não é económico, é político e social.

domingo, fevereiro 10, 2008 8:27:00 da tarde  
Blogger T said...

Caro P:
Ou mais do que isso tudo.
E estou-me a interrogar. Ou se rebenta pelas costuras ou se opta pela acomodação.
Concordo que há direitos essenciais a serem defendidos. E que cada vez mais não se reconhece o amanhã.
Gostaria de conhecer as soluções, não só as contenções de custos(com as quais concordo de forma generalista), mas com novas estratégias de gerar riqueza (para todos de preferência).
Já escrevi a mais, sorry:)

domingo, fevereiro 10, 2008 10:25:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Cara T
Centrando-me só no objecto do poste e deixando de lado algumas incursões para fora dele que o seu comentário tb suscita, acho que o Estado deveria começar por ser um regulador exigente e depois, por razões de equidade e de equilíbrio social, ser um regulador forte, impondo mecanismos de indexação dos impostos pagos aos lucros obtidos, de modo a diminuir as abissais diferenças de que falo...

quinta-feira, fevereiro 14, 2008 1:04:00 da manhã  
Blogger T said...

E novo post?
Já agora, onde anda a Atenas?
:)

quinta-feira, fevereiro 14, 2008 5:43:00 da manhã  
Blogger Politikos said...

Cara T
Novo poste! Pois, talvez no fim-de-semana, quem sabe!
A Atenas anda um bocado fugidia. Pelo menos não tem aparecido por aqui. Ainda deve estar a pensar como responder ao poste anterior?! Note que ela, apesar de «chavala», é pessoa que medita e pondera...
Aguardemos, pois! Pelo novo poste e pela Atenas.
;-)

quinta-feira, fevereiro 14, 2008 11:12:00 da tarde  
Blogger T said...

Vou esperar sentada, já vi.
O senhor é um preguiçoso!
Grrrrrrrr!

sexta-feira, fevereiro 15, 2008 12:06:00 da manhã  
Blogger Politikos said...

Cara T
Para fazer postes, é preciso ter tema. E nem sempre existe algo que me interpele e me leve à escrita. Não escrevo para manter o blogue aberto, escrevo sempre que algo me interpela e se mete comigo.
Bom fds

sexta-feira, fevereiro 15, 2008 6:41:00 da tarde  
Blogger T said...

Já teve tema:)
Perdoado está!

sexta-feira, fevereiro 15, 2008 8:52:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Ah, quer dizer, desafia-me para fazer um poste e depois não comenta?! Realmente! Realmente!

sexta-feira, fevereiro 15, 2008 11:18:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

Cara T
Dedico-lhe, especialmente para si, este mail que me enviaram hoje:

O Génio e as Mulheres...

Um homem caminhava pela praia de Cascais e tropeçou numa velha lâmpada. Pegou nela, esfregou-a e... um génio saltou lá de dentro, que disse:

- O.K! Libertaste-me da lâmpada, blá, blá, blá! Esquece aquela história dos 3 desejos! Tens direito a 1 desejo apenas e ponto final!

O homem disse:

- Eu sempre quis ir à Ilha da Madeira , mas tenho um medo enorme de voar... e no mar costumo ficar enjoado. Podes construir uma ponte até à Madeira, para eu poder ir de carro?

O génio riu muito e disse:

- Impossível. Pensa na logística do assunto. Como é que os pilares chegavam ao fundo do Oceano Atlântico? Pensa em quanto betão armado, em quanto aço, em quanta mão de obra... Não, de maneira nenhuma! Pensa noutro desejo..

O homem compreendeu e tentou pensar num desejo realmente possível.

- Fui casado e divorciado 4 vezes. As minhas mulheres disseram sempre que eu não me importava com elas e que era um insensível. Então, é meu desejo compreender as mulheres; saber como se sentem por dentro e o que estão a pensar quando não falam conosco; saber porque estão a chorar... Saber realmente o que querem quando não dizem nada... saber como fazê-las realmente felizes!

O génio respondeu:

- Queres a porra da ponte com três ou quatro faixas?

Bom fds
;-)

sexta-feira, fevereiro 15, 2008 11:31:00 da tarde  
Blogger T said...

Só hoje li a história do mágico. Se tivéssemos um mágico e uma mulher, sendo o desejo expresso perceber os homens, estávamos na mesma:)
Eu preferia fazer pontes de 15 faixas:)

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 11:55:00 da tarde  
Blogger T said...

Eu comento-o sempre. Até recorro ao Provedor de blogue.Apre, que ingratidão:)

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 11:56:00 da tarde  
Blogger Politikos said...

É como diz, cara T., Vexa já é uma comentadora residente deste blogue
:-)

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 2:36:00 da manhã  
Blogger T said...

Já tenho uma cadeirinha estofada:)
Abraço!

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 9:54:00 da manhã  

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