21 de janeiro de 2008

Patrimónios

Nunca simpatizei politicamente com Manuel Alegre. Já por aqui o disse, designadamente aquando das últimas eleições presidenciais. O meu candidato foi, então, como se sabe, outro. Acabei de o ouvir no jornal da noite da SIC Notícias. E de repente, pus-me a olhar para o seu discurso e a reconhecer-me nele, nalgumas coisas, nalgum património comum, numa espécie de mais ou menos definida herança familiar. E, inevitavelmente, surge-me a comparação com Sócrates. É que ouço Sócrates e, decididamente, não lhe encontro nada que também me pertença.

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16 de janeiro de 2008

Clientes, pois, talvez!

Faz-me sempre impressão quando profissionalmente as pessoas agem com base no manual. Há regras, normas e procedimentos. E têm de se cumprir custe o que custar, sacrificando a racionalidade e o mais elementar bom senso. Só concebo isso no exército, por razões que não colhe aqui desenvolver, e mesmo assim com alguma modalização.
Ontem fui tomar um café com uma amiga ao fim da tarde. Combinámos encontrar-nos na Cinemateca, cujo café-restaurante é um espaço agradável para se estar. Chegámos e o dito espaço tinha cerca de 50% das mesas ocupadas. A outra metade não ocupada das mesas estava posta para o jantar. Isto às 18H00!? Em número de cadeiras, o espaço estaria ocupado talvez em cerca de 20%. Fomos a outro lado. O empregado – com um sotaque espanholado – talvez tivesse dito que lamentava, mas sobretudo disse com a boca ou com o corpo que não havia nada a fazer. A minha amiga ainda embrulhou um comentário que era um pedido num sorriso, dizendo algo do tipo: «pois, sendo assim, temos de ir a outro sítio». Ou coisa equivalente. Mas o indivíduo não se demoveu. Pareceu-me um tipo liso. Há gente assim, aplanada na atitude.
Não sei bem como qualificar isto! Mas, em primeiro lugar as mesas não devem estar postas para jantar às 18H00 e em segundo é incompreensível que aquele espaço tenha perdido naquele momento e talvez para o futuro dois clientes.
Alguém terá de dizer ao rapaz que ele só devia pôr as mesas para jantar uma hora depois ou pelo menos que devia desocupar algumas delas quando há clientes. Já nem sequer digo que alguém lhe devia dizer que os clientes são a razão de ser daquele espaço e que sem clientes
aquele espaço não existe.
Nota - E a foto foi retirada daqui.

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12 de janeiro de 2008

Criados de mesa e moços de fretes...

Vamos ter aeroporto em Alcochete. Gosto de entrar em Lisboa pela Vasco da Gama. E será sobretudo por lá que quem nos visita vai entrar. Encho os olhos de horizontes largos, do rio, de uma Lisboa nova, lavada, moderna. Que acho contrasta bem com a outra Lisboa, a histórica, que quem entre por ali depois irá encontrar.
A possibilidade de expansão que Alcochete oferece ao futuro aeroporto e a ideia da tal cidade aeroportuária que transforme o aeroporto de Lisboa num dos principais aeroportos da Europa, escala entre a Europa e a América, para passageiros e mercadorias, também me seduz. E um país sem recursos naturais e sem recursos humanos qualificados - a formação e a educação não se «constroem» à velocidade do betão, não se prevendo que se possa, nas próximas décadas, gerar a massa crítica que produz uma Nokia - bem se pode especializar nos serviços, nem que seja nos do turismo e de entreposto/placa giratória de pessoas e mercadorias entre continentes... Talvez se pudesse também fazer igual ou mesmo melhor com o porto de Lisboa e com o rio cada vez mais decadente...
Mas não deixo de achar também que depois das grandes obras de regime do período cavaquista e seguintes que, entre outras coisas, cobriram o país de estradas, era preciso algo grande, como um aeroporto, para alimentar o lóbi da construção civil...
E, na verdade, apesar de se andar a dizer que a Portela está com a sua capacidade quase esgotada, não me lembro de ter dado ou de ouvir alguém dizer que teve dar umas quantas voltas no ar por ter não sei quantos aviões em espera para aterrar como acontece, por exemplo, frequentemente nos aeroportos norte-americanos...

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