30 de julho de 2006

Férias da Pólis

A gerência do Pólis&etc. comunica à sua estimada clientela que este estabelecimento irá encerrar para férias até meados do mês de Agosto.
É, porém, bem possível que neste interlúdio se possa ir respondendo ou até mesmo «postando» qualquer «coisita»...

Etiquetas:

28 de julho de 2006

Um punhado de nada 270 mil mortos depois

Quando há dias um maremoto atingiu de novo o arquipélago indonésio fazendo cerca de 100 vítimas, muitas nas praias, confesso que fiquei perplexo. Segundo o que ouvi, só não foi pior porque os habitantes das regiões costeiras souberam reconhecer antecipadamente os sinais de alarme, tais como o recuo súbito das marés. Mas e as autoridades? E os sistemas de monitorização, detecção e aviso? E o Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico (CATP)? Pus-me estas interrogações quando vi as imagens. Mas logo passei à frente, preso a qualquer outra trivialidade noticiosa. É terrível como nos afecta menos o que se passa longe da nossa porta...
A resposta ou uma resposta, porem, encontrei-a na semana passada, na Visão. Parece que foram apenas instalados dois sensores ao largo de Sumatra e que avariaram pouco depois de instalados?! Parece que os meteorologistas indonésios se preocuparam mais com os possíveis terramotos, não valorizando o aviso de tsunami do CATP?! Parece que mesmo que tivessem sabido, não haveria modo de avisar as populações ribeirinhas e os veraneantes, uma vez que não existem altifalantes de praia?!
Tudo isto 270 mil mortos depois do tsunami de 26 de Dezembro de 2004...
P.S. - Alertou-nos um leitor para o facto de esta ser uma imagem manipulada do tsunami asiático. Agradecemos o esclarecimento, mantendo-a, com estas naturais reservas, pela sua evidente espectacularidade.

Etiquetas: ,

25 de julho de 2006

A Referência...

Desgostante: é o chamado caso Alegre, que eu aliás já havia lido no Câmara Corporativa mas que o Correio da Manhã apresenta hoje como exclusivo, provavelmente da imprensa escrita, que é o que de facto conta neste país... A opinião publicada na net e fora da chancela das majors do jornalismo vale menos do que um caracol e não é sequer digna de ser citada... Os velhos media - já se sabia - valem mais, muito mais do que os novos media...
Então, não é que uma das referências éticas da democracia portuguesa, Manuel Alegre, vai receber mais de €1000 mês de uma pensão (1/3 de €3000), a acumular com o vencimento de deputado, por três meses de trabalho na RDP, em 1975. Poder-se-ia pensar, porém, que a Referência Ética havia descontado cumulativamente durante 30 anos sobre o tal vencimento que lhe daria agora direito à tal pensão de €3000. Nada disso, a Referência Ética apenas descontou sobre o vencimento de deputado... E quando terminar os seus muitos mandatos de deputado - a democracia custa a renovar-se, como se vê - a Referência Ética vai acumular na íntegra a pensão de deputado com esta pensão de €3000. Sem ter acumulado os descontos... Confrontado sobre se não lhe parecia mal uma reforma por tão pouco tempo, a Referência Ética diz que só pode sublinhar que é legal e que o Presidente da República também recebe duas ou três reformas do Estado, além do vencimento... Boa, está, pois, legitimado! Por sua vez, outra referência, Ana Sara de Brito, responsável pela logística da campanha da Referência Ética à Presidência da República diz, com grande sentido de oportunidade, que a Referência Ética «devia era doar a reforma ao Movimento de Intervenção Cívica», criado na sequência da votação obtida (mais de um milhão votos - o que pensarão estes votantes?!?!) pela Referência Ética nas eleições presidenciais. Já agora, recorde-se que a Referência Ética diz na sua biografia que herdou do pai «[...] o desprendimento, uma irresistível e por vezes perigosa tendência para o desinteresse. Inclusivamente pelos bens materiais». É uma Referência Ética Portuguesa, pois então!

Etiquetas:

23 de julho de 2006

RAP escrito e RAP dito

Quando Ricardo Araújo Pereira (RAP) começou a escrever a sua crónica na Visão temi o pior. Nem sempre um bom humorista dito corresponde a um bom humorista escrito. Achei inclusive as primeiras crónicas insonsas. Porém, elas foram-se fazendo ou o autor fazendo-as. E o RAP cresceu a meus olhos. Agora procuro a crónica de António Lobo Antunes e logo depois a de RAP. Ainda esta semana, ele me provou isso. RAP é um homem atento ao detalhe, ao pormenor, às fímbrias das coisas, em que mais ninguém repara ou se repara não interioriza, nem problematiza. E consegue, assim, a partir de um detalhe de um anúncio erótico esgalhar uma crónica pertinente sobre alguns aspectos da vida da Pólis. Além disso, RAP revela uma escrita enxuta, sincopada, com ritmo, bem estruturada e bem encadeada. Keep on trucking, caro RAP, é sempre com prazer que o leio, além de o ir vendo e ouvindo... Miau...

Etiquetas: ,

21 de julho de 2006

Justiça na hora

O processo Casa Pia já dura há quase dois anos. Fora a fase de instrução em que já lá vão mais dois. Segundo um dos advogados das vítimas, ontem, na televisão – cito de memória - «lá para o Verão que vem poderemos ter um primeiro acórdão». Verdadeiramente impensável é andarmos há tantos anos nisto – fora os que ai vêm, com recursos e quejandos. Acho bem que, no quadro do Simplex, à empresa na hora se siga a justiça na hora. A continuar como estamos, qualquer dia toda a sociedade se move à velocidade da luz e a mastodôntica Justiça continua com os ritmos elefantinos de há 50 anos.
É a Justiça da Pólis…
Mas ainda a escrevo com maiúscula...

Etiquetas:

20 de julho de 2006

E nós?

Quando vi este mapa no Courrier Internacional desta semana não pude deixar de pensar que não há uma Europa, há várias Europas. Várias Europas com posicionamentos geopolíticos e interesses estratégicos diferentes. Atente-se que os oleodutos e gasodutos que transportam o petróleo e o gás natural da Rússia para a Europa cobrem todo o Continente, incluindo a Turquia e a Inglaterra, mas não chegam à Península Ibérica. Serão os Pirinéus? Certamente que sim. Mas então e os Alpes, por exemplo? E não chega referir que recebemos os hidrocarbonetos por outras vias - marítima e terrestre - e parte já, via Espanha, através dos gasodutos do Norte de África. É curto, porque é - entre outras razões - pela diversificação das fontes de abastecimento que ficamos menos reféns e que conseguimos maiores vantagens económicas, já que o transporte por esse meio é mais barato. Além de que estamos a falar de uma matéria-prima vital e que importamos na totalidade. Além da OTA e do TGV, integrar a rede europeia de gasodutos e de oleodutos não deveria ser também um projecto de interesse estratégico nacional?

Etiquetas:

18 de julho de 2006

Gigantes

Revi no sábado passado, por mero acaso, no canal Hollywood, o filme, O Gigante, com James Dean, Rock Hudson e Elizabeth Taylor, uma superprodução americana de mais três horas que retrata as transformações sociais ocorridas no Texas com a descoberta dos poços de petróleo. O filme apresenta-nos com grande mestria os diversos tipos humanos gerados e apanhados por essa transição de modelo de vida, em que rancheiros de gado passaram a industriais do petróleo, cruzando algumas realidades da época, tais como o racismo, as condições miseráveis de vida dos assalariados mexicanos, a mentalidade do norte por oposição à mentalidade do sul. Constatei – se por acaso já havia esquecido – a genialidade do desempenho de Dean, mais evidente na fase de rancheiro e vaqueiro. Dean interpreta o papel de Jett Rink, um deserdado da sorte, rebelde, irreverente e rufia que vive por favor em La Reata, o rancho de Bick Benedict (Rock Hudson), e que depois se transforma em magnata do petróleo. Ao ver o desempenho global de Dean e os requebros do olhar e dos gestos não deixei de pensar que parte da sua genialidade advém do facto de ele próprio ser um pouco como a personagem que interpreta, de onde aquele papel seria apenas como representar uma variante da sua própria personalidade. E liguei Dean a um outro actor contemporâneo, igualmente genial, Jack Nicholson, e a algumas das suas soberbas interpretações, sobretudo a de Voando sobre um ninho de cucos - fita que aliás vai passar na próxima sexta-feira, na RTP 1 - em que os pontos de contacto entre a personalidade real do actor e a personalidade representada da personagem são para mim mais do que evidentes. O que me faz pensar na pequena distância, na linha ténue que por vezes separa a excentricidade da genialidade.

Etiquetas:

13 de julho de 2006

Livros & Artigos com Defeito, Ld.ª

Li em tempos no Origem das Espécies que comprar um livro mal traduzido ou com erros de Português é equivalente a comprar um artigo com defeito… De onde seria lícito fazer a devolução do livro e solicitar o dinheiro de volta. Ando a ler um livrinho de Edward Bernays chamado Propaganda, publicado em 2006 pela Mareantes, onde, a dada a altura, se pode ler: «Na prática, se todos os homens tivessem de estudar por si mesmos os abstrusos dados económicos, políticos e éticos envolvidos em todas as questões, seria-lhes simplesmente impossível chegar a uma conclusão.» Tem prefácio de Luís Paixão Martins, a tradução é de Eduardo Oliveira e eu quero o meu dinheiro de volta…

Etiquetas: ,

11 de julho de 2006

Six Feet Under - I’ll miss you

Acabou a série Sete Palmos de Terra: a minha companhia das segundas-feiras à noite. Via religiosamente todos os episódios e sempre que algo perturbava essa minha companhia – como aconteceu há duas semanas com um velório (suprema coincidência) – era uma frustração…
Uma série aparentemente sobre a morte mas que afinal era sobretudo sobre a vida. Vai-me fazer falta. Honra aos seus protagonistas e a este último episódio. Absolutamente notável aquela cena final em que através de uma viagem de carro fazemos uma espécie de extensa prolepse narrativa que nos leva, como numa viagem, até à morte dos diferentes personagens... Afinal sobre o resto das suas vidas… Ou não fosse esta série sobre a morte e sobre a vida...
To Nate, to David, to Keith, to Claire, to Ruth, to George, to Brenda, to Federico, to Lisa & etc. e sobretudo ao seu autor (também argumentista de Beleza Americana): to Alan Ball...
Six Feet Under - I’ll miss you.

Etiquetas: ,

9 de julho de 2006

Guerra dos Sexos II




Andamos nós tão preocupados com as exigências de «fidelidade» que a Câmara Municipal do Porto pede às instituições a quem concede subsídios, mas veja-se afinal o quanto se evoluiu nos últimos 40 anos... É que nessa época, a Câmara Municipal de Lisboa preocupava-se também com a «fidelidade» das suas munícipes no momento do casamento...
E isto foi só há 40 anos...

Etiquetas:

Guerra dos Sexos I




A propósito das diferenças entre os sexos e de uma extensa série de postes de um blogue perto de si que directa ou indirectamente abordam essa temática: Ser ou não Ser Sexy..., Maridos a Dias, Assessoria de imagem, As Mulheres e a Pirâmide, Largueza de Vistas, Nacionalidade a Quanto Obrigas, Misérias do Quotidiano ou o «Fado» do Cabelo Eriçado, A Plástica de um Par de Calças, Discriminação Positiva, Misérias do Quotidiano ou a Rotina das Conversas Solitárias, As mulheres e a Cebola, Guerra e Paz (é mesmo caso para dizer que esse parece ser um tema nuclear para o dito blogue) aqui deixamos, sem mais comentários, estas quatro imagens...

Etiquetas: ,

4 de julho de 2006

Mas afinal são 10 ou 20 mil?

Nunca deixo de me surpreender com a falta de rigor, quer na escrita, quer nos conteúdos, dos jornais e revistas da Pólis. Ademais com a responsabilidade social que desempenham na educação e na formação da opinião da pública. É óbvio que uma peça jornalística não tem de ter a exemplaridade gramatical de um teste de Português, nem o rigor científico de um ensaio. Mas deve haver um cuidado mínimo. E por vezes não há.
Esta semana na Visão (n.º 695), na entrevista a Mari Alkatiri, este refere que teve de «travar 20 mil pessoas que queriam entrar em Díli». Isto na página 70. Por sua vez, o jornalista que faz aquele trabalho refere na peça Alta Tensão em Timor, na página 71, «Mari Alkatiri conteve cerca de 10 mil apoiantes do partido no poder». Pergunto, mas afinal são 20 mil ou são 10 mil? Ninguém leu a entrevista e a notícia? Quem leu não reparou na discrepância?
Ora, bem sabemos que os números por vezes e de tão grandes deixam de ter significado. Porém, nestas matérias, tal como se viu no arrastão do ano passado em Carcavelos, em que o número de elementos envolvidos oscilou entre os 50 e os 500, isso pode fazer toda a diferença...

Etiquetas:

2 de julho de 2006

Comércio e Populismo na TV


Na sexta-feira estive numa reunião de trabalho em que se falou com algum escândalo no tempo consumido com o trabalho de preparação e de concepção das actividades da organização (20%) por oposição ao tempo consumido nas actividades propriamente ditas (80%). É claro que esta relação depende das especificidades de cada actividade. Porém, aqui, estamos sempre a falar da actividade propriamente dita e do que está a montante e a jusante dela.
Há, porém, actividades, como é o caso do futebol, que como fenómenos principais geram fenómenos secundários, de que é exemplo a mediatização televisiva, ultimamente explorada até à exaustão numa lógica comercial e populista. Perdeu-se, de facto, em nome do comércio e do populismo, a noção das proporções: 90 minutos de jogo dão programas de horas antes e depois sobre tudo e mais um par de botas... O último dos males são os directos após os jogos, já abordados por duas vezes (I e II) pelas Krónikas Tugas, onde, claro, também se entrevista tudo e mais um par de botas e onde se faz pouco juízo crítico... Ontem, depois do jogo, no Marquês de Pombal, o cenário era quase desolador. Mas o circo mediático já estava montado e lá esteve uma jornalista a entrevistar os poucos que por lá apareceram... Por outro lado, assim que soou o apito final, tivemos de «gramar» minutos sem fim de publicidade na SIC e fomos privados de ver, em directo, as reacções dos nossos jogadores em Gelsenkirchen...
Perdeu-se, de facto, a noção das proporções e impera, por vezes, nestas transmissões televisivas, a lógica comercial e o populismo mais básicos...
P.S. - Deixamos duas imagens da noite de ontem, ambas de conjunto, mas tendo em primeiro plano os principais protagonistas do jogo, Ricardo, que defendeu três penáltis, e Cristiano Ronaldo, que marcou, com grande categoria, o penálti decisivo... Espera-se que estas suscitem menos polémica... :-)

Etiquetas: , ,

1 de julho de 2006

Labreca defende 3, hoje não faltou nada...

Ricardo defendeu três penalties... Nunca vi coisa tal num jogo de futebol ao mais alto nível... E parece que foi o guarda-redes que mais penalties defendeu na história dos campeonatos do mundo...
De entre as «imagens de arquivo» do Pólis&etc. recuperámos esta que aqui compartilhamos.
É claro que antes recebemo-la com um sorriso amarelo, mas desta vez mostramo-la com um muito grande sorriso nos lábios...

Etiquetas:

O patriotismo, hoje – parte III

Antes mesmo do Portugal-Inglaterra deste Mundial, volto à carga com o assunto do patriotismo. Um apontamento apenas. E só para referir esta subtil e reveladora diferença. Na minha infância e adolescência, eram raros, raríssimos os jovens portugueses que vestiam uma camisola da nossa selecção. Imperavam as camisolas das selecções estrangeiras, designadamente europeias: Alemanha (à época RFA), Inglaterra, Itália, começava também aparecer a França, etc. Todas menos a nossa. Agora quase só se vê a nossa. Além de que me farto de ver estrangeiros com a nossa camisola.
Assim é que está certo…

Etiquetas: ,

Hits
cidadãos visitaram a Pólis desde 22 Set. 2005
cidadão(s) da Pólis online