30 de novembro de 2008

Divisões à mão…

Tenho, desde há algum tempo, um jovem licenciado a trabalhar comigo. Digo jovem, mas já tem 29 anos. As novas gerações começam genericamente a trabalhar mais tarde. E quando começam é geralmente em formas de trabalho precário e indiferenciado, do tipo call centers e afins.
Diz-se sempre isto e aquilo da preparação dos jovens. Quem o faz são aqueles que tiveram uma formação, digamos, mais clássica. Tendem geralmente a desprezar e a criticar o conhecimento das novas gerações. Há como que um certo snobismo intelectual que lhes é conferido por uma certa cultura humanista, uma certa erudição, quantas vezes vã!
Não sei, aliás, se o conhecimento das novas gerações é pior ou melhor. Sei, de certeza, que é outro. Porventura até mais adaptado aos tempos. Tem pontos fracos, certamente, mas também tem pontos fortes. Por exemplo um muito melhor Inglês e um muito melhor domínio da tecnologia.
O curioso é que o dito jovem confessou-me, aqui há umas semanas, numa segunda-feira, que tinha passado o fim-de-semana a fazer operações aritméticas, designadamente divisões, à mão… e que estava feliz por ter percebido as operações e por tê-lo conseguido…

Etiquetas:

5 de novembro de 2008

I want...

Já por aqui afirmei que, desde há alguns anos, raramente voto. Hoje, só voto quando acredito nos indivíduos e nos projectos por detrás deles. E a ordem é mesmo essa: indivíduo e projecto. Tenho de me rever neles. Recuso-me terminantemente a votar no mal menor. Como acredito profundamente no regime e nas instituições, a decisão de não votar foi ponderada, meditada, sopesada. E custou-me. Comecei por diversificar o voto. Evolui depois para o voto em branco. E acabei por cair na abstenção consciente. Recordo-me ainda, como se fosse hoje, e não tem muitos anos, do dia em que pela primeira vez não votei. Acompanhei inclusive a minha mulher à secção de voto, mas fiquei à porta. Doeu-me fazê-lo, mas não votei. Não votei porque acredito que a abstenção pode ter uma leitura política e cívica. Como, para já, as taxas de médias de abstenção em Portugal não são assim tão altas, essa leitura, apesar de alguns sustos pontuais, ainda não se fez. Mas tem de se fazer. Na política e à frente da Nação têm de estar os melhores de nós. Esta madrugada, ao ouvir o discurso de Obama (1.ª parte; 2.ª parte), tive pena de não aparecer por cá ninguém desta qualidade para, uma vez mais, poder votar...
Eu quero votar...

Etiquetas: ,

2 de novembro de 2008

Nacionalizado, nosso…

O BPN foi nacionalizado. Ouvi hoje com espanto esta notícia. Essa palavra maldita há muito que havia sido banida do léxico comum, sendo substituída pela palavra privatizado. Quero dizer desde já que, atento o que está em causa, não acho mal a intervenção do Estado. Agora, vou esperar para ver os contorcionistas, os malabaristas, os equilibristas, os trapezistas e a gente de outras especialidades circenses, depois disto, continuarem com slogans como: Menos Estado, melhor Estado, defenderem um Estado mínimo, fraco, regulador envergonhado, cobrador de poucos impostos e acantonado àquilo a que agora se chamam funções de soberania. Não duvido sequer que isto se passe. Por estes dias e com estes artistas, a desfaçatez não tem limites. E, se calhar, amanhã mesmo ainda vou ver a gente que hoje aplaude a nacionalização do BPN a defender com o mesmo afã, por exemplo, a privatização da Caixa Geral de Depósitos...

Etiquetas: , ,

Hits
cidadãos visitaram a Pólis desde 22 Set. 2005
cidadão(s) da Pólis online