29 de janeiro de 2006

Conexões atmosférico-futebolísticas, via sms

Sms do dia - do amigo Rui, para o tm da Pólis:
«Vitória do Sporting faz nevar em Lisboa...»

Alegria aos molhos

Ontem houve um encontro público qualquer entre Alegre e o seu núcleo duro. Para quê? Para saber o que Alegre irá fazer do mais de um milhão e votos que teve. Como se a pergunta se colocasse. Como já aqui se disse, a votação de Alegre não tem qualquer base estrutural e sociológica de apoio. É uma realidade conjuntural e inorgânica. Não tem qualquer elemento de agregação. E o candidato – que continua nas nuvens - em vez de esvaziar o balão, continua a alimentá-lo, prestando-se a um triste espectáculo e afirmando umas frases sibilinas do tipo: «iremos discutir temas do contrato presidencial». Seja lá o que isso for. Alguém lhe devia explicar, porém, que a eleição presidencial acabou. Alguém lhe devia explicar que também ele perdeu a eleição. Não foram só os outros. Aguardam-se as cenas dos próximos capítulos. Mas cheira-nos, pela amostra, que iremos ter continuar a ter «alegria aos molhos».

Sporting categórico

Agradecem-se as manifestações de «fair play» dos «lampiões» - inclusive do colega blogueiro Kroniketas - que felicitaram o Pólis&etc., via sms e outras, pela categórica vitória do Sporting por 3-1, hoje, na Luz. Sempre sobre a bola, sempre mais rápido, ganhando quase sempre a «segunda bola», com uma grande atitude, o Sporting venceu de forma indiscutível um Benfica irreconhecível. E ainda por cima soube reagir bem à adversidade de estar em desvantagem ao intervalo. Hoje só deu Sporting. O que se saúda… Não via um jogo tão conseguido pelo Sporting desde a época passada. Sobretudo pela consistência, pela coesão e pela regularidade ao longo dos 90 minutos… E ganhou o jogo a meio-campo, exactamente no sector onde sistematicamente tem claudicado…

28 de janeiro de 2006

Votos alegres. O que fazer? Nada a fazer!

Os votos em Alegre desfizeram-se no preciso momento em que Soares terminou o seu discurso no Hotel Altis, reconhecendo a derrota e saindo de cena. Era esse o cimento que os agregava. Com a retirada de Soares, Alegre fica com um honroso segundo lugar e a ideia, muito meritória, aliás, de que há vida para além dos partidos e de que em novos combates outras «agregações», fomentadas por outros protagonistas e capazes de congregar e reunir pessoas, podem surgir, certamente não com estes votos, mas com outros votos e outras bases sociológicas. É, pois – para mim – totalmente disparatada a ideia de que pode surgir, em torno de Alegre, um novo partido, ou as conjecturas que se fazem sobre o que Alegre vai fazer com os votos. Não vai fazer nada, porque nada há fazer.

23 de janeiro de 2006

Há realmente vida para além dos partidos

Disse um dos blogues predilectos da Pólis, mais coisa menos coisa, que a culpa da eleição de Cavaco foi a escolha do candidato do PS. Acho que não e acho que sim. Acho que não porque Soares era um bom candidato para dentro do PS, acho que sim porque Soares não era um bom candidato para fora do PS. Aliás, Alegre e os seus apoiantes avançaram com uma ideia certa. A de que há vida fora dos partidos políticos, esquecendo-se, porém, que o seu candidato veio de dentro, do interior de um partido político, do partido político da maioria deles. E isto foi o que Sócrates e o PS não perceberam ou – não quero acreditar no maquiavelismo do PM – não quiseram perceber. O de que, na ausência de uma boa opção interna, teria sido possível procurar uma boa opção externa. Guterres foi para a ONU. Vitorino quer legitimamente ganhar dinheiro, acha que é novo e que o seu tempo chegará. Enquanto decorrer o processo Casa Pia, Ferro Rodrigues está, digamos assim, «ferido de morte» e civicamente diminuído para funções como estas. Manuel Alegre está demasiado conotado com a ala esquerda do PS para ir buscar votos ao centro. Soares estava na reserva do PS e o fenómeno da idade pesava nos espíritos de uma população que se quer é reformar aos 50 anos. De onde, deveria ter havido o «golpe de asa» suficiente para ir buscar alguém credível à sociedade civil. Tal como em tempos não muito distantes se recrutavam presidentes da República nas Forças Armadas. Alguém prestigiado. Porque não um cientista. Eu gostaria de ver, por exemplo, o prof. Sobrinho Simões como candidato ou porque não o prof. João Lobo Antunes, que até já tem uma intervenção cívica forte... Esse teria sido o verdadeiro «golpe de asa» de Sócrates, o «golpe de asa» que só os grandes estrategos políticos têm…

Presidenciais III - A frase da noite

«Só é vencido quem desiste de lutar»…

Presidenciais II - Democracia adulta

Registam-se as declarações de «Estado» de todos os grandes candidatos: Cavaco, Alegre e Soares, sinal de uma democracia adulta… Três pontos para o País de Gales...

Presidenciais I - O efeito «mais velho»

Um dos blogues predilectos da Pólis pediu-nos para explicar a diferença de resultados entre Soares e Alegre. Acenando isso como uma espécie de vitória. Porém, uma vitória de Pirro. Naturalmente que hoje Soares sofreu uma derrota. Porém, Soares é maior do que este resultado, pelo que ele nada significa para a história política de Soares. Tal como não significaram outras derrotas que sofreu no passado. Soares ficará na história primeiro pelo que fez pela implantação do regime democrático, antes e depois do 25 de Abril, e depois pela adesão à então Comunidade Económica Europeia, que permitiu «europeizar», modernizar e desenvolver Portugal. Não por este pequeno episódio de hoje. Tenho para mim que a causa primeira da derrota de Soares foi, curiosamente, a sua idade e o seu passado. O eleitorado da esquerda e do centro não gostou que o «mais velho», como se diz em África, se apresentasse de novo a combate. Já o tinha arquivado no baú do regime democrático. Não queria mais o «mais velho». Acha que ele já devia estar em casa, de pantufas e a brincar com os netos. Soares não perdeu, assim, pelas ideias que apresentou, que não traziam qualquer novidade, é verdade, mas eram ideias consistentes e modernas. Perdeu curiosamente pela idade que tem e pela longa carreira que teve. Por sua vez, Alegre não tinha ideias ou se as tinha eram vagas, por isso, não ficou à frente de Soares pelas ideias. E Cavaco também não. Que pouco se viu e ouviu. Não há, pois, qualquer comparação entre Alegre e Soares, ainda que a diferença de resultado tivesse sido o triplo...

22 de janeiro de 2006

Acima da lei ou fora-da-lei

Mais um triste episódio na história da Justiça da Pólis. Hoje praticamente acordei ao som das palavras do juiz Baptista Coelho, presidente do Sindicato dos Juízes da Pólis, na TSF. Felizmente estava na casa de banho, a fazer a barba, pelo que estava no sítio certo para o caso de a náusea que elas me causaram extravasar, digamos assim, o razoável. A associação a que preside o dito cujo juiz endossou ao Provedor de Justiça um pedido no sentido de este suscitar a análise da constitucionalidade da lei de congelamento das carreiras da Administração Pública (AP). Como é sabido, encontram-se congeladas todas as carreiras da Administração Pública da Pólis, inclusive, naturalmente, as dos juízes e magistrados do Ministério Público, ambas integram os chamados «corpos especiais», embora não «de corrida», pois pela velocidade a que se movimentam ficariam certamente em último lugar numa qualquer compita da Pólis. É bom também que se perceba que juízes e magistrados do Ministério Público fazem parte da Administração Pública, que é constituída por todos os «corpos» que trabalham para o Estado, embora Maria Filomena Mónica, nas suas Visitas ao Poder, deixe curiosamente de fora os professores universitários. Por que será? Juiz em causa própria, certamente. Voltando ao pessoal das «vestimentas pretas», juízes e magistrados não querem ser abrangidos por esta lei, esgrimindo para tal ardilosa e minuciosa argumentação técnico-jurídica. O curioso é que são aqueles que se encontram no vértice superior da pirâmide das carreiras da AP e portanto os que mais altos vencimentos auferem, à frente aliás de todos os outros, e também aqueles que melhor conhecem os meandros do «garantismo» administrativo da AP, que mais protestam. E voltando à «causa própria», como são também magistrados que vão analisar a tal constitucionalidade é de prever o pior. A ver vamos. Dizia-me uma amiga, ateia convicta, que não pode deixar de acreditar no Estado de Direito e na Justiça, pois não acreditando na Justiça Divina e deixando de acreditar na Justiça dos Homens, fica sozinha e sem referências... Digo-lhe eu, daqui, é bom que te convertas, Isabel...

19 de janeiro de 2006

A República dos Juízes

Acabei de ouvir na SIC Notícias o advogado José António Barreiros afirmar, com o típico fundamentalismo do «pessoal da toga» e de outras vestimentas afins, ou seja, de quem está fora do mundo real ou pelo menos acha que esse mundo real se circunscreve aos Códigos do Direito e às «liturgias» do Processo Penal, que o Procurador-Geral da República (PGR) não devia ter prestado hoje, como o fez, qualquer esclarecimento ao Presidente da República sobre o processo dos registos telefónicos indevidamente existentes no processo Casa Pia e nos quais constam os do próprio Presidente da República, primeira figura da República, diga-se já agora. Afirmou ainda que o PGR deveria ter mantido o que chamou de «dever de reserva». Quando muito apenas deveria ter prestado informações gerais e nunca informações concretas sobre o caso em inquérito. Tudo isto em nome da sacrossanta independência do poder judicial, pilar essencial do Estado de Direito. É absolutamente inacreditável o fundamentalismo absolutista com que este princípio é encarado pelo «pessoal da toga e da beca», ao arrepio do mais elementar bom senso. E quem controla o PGR e os magistrados? São os próprios magistrados em instituições de regulação próprias numa prática concêntrica e necessariamente autofágica que não existe em mais nenhum poder democrático. E assim, na voz deste senhor, e de outros, temos quase fundada em Portugal uma República dos Juízes.

15 de janeiro de 2006

«O estado de graça do poema»

Já aqui tínhamos afirmado que a Alegre faltava «densidade política». Além de densidade política, falta-lhe em absoluto o pragmatismo e o sentido prático que são necessários ao exercício da primeiro cargo da República. Vejamos o que quero dizer como isto. Esta semana, a Visão (n.º 671) fez um inquérito de 30 perguntas, sobre os temas mais diversos (religião, hobbies, gostos, convicções), aos candidatos à presidência da República. Cavaco não se dignou responder. Os restantes responderam. Vamos, então, comparar, apenas as duas primeiras perguntas e as respectivas respostas dos candidatos Alegre e Soares para assim se perceber o que acima se afirma. E já agora as razões por que voto em Soares e nunca votaria em Alegre.
Primeira pergunta da Visão: «Uma ideia de felicidade?» Mário Soares respondeu: «Estar de bem comigo, com a minha consciência, com os amigos e, sobretudo, com a minha mulher, os meus filhos e netos». À mesma questão, Alegre disse: «O estado de graça do poema».
Segunda pergunta da Visão: «E uma [ideia] de miséria?» Mário Soares respondeu: «A extrema pobreza, a fome e o desamparo em que vivem muitos milhões de seres humanos em várias regiões do mundo como na África, por exemplo». À mesma questão, Alegre disse: «Não ter casa, nem pátria, nem pão».

14 de janeiro de 2006

Bigode aparado na Justiça da Pólis

Afinal a «bigodaça» da Justiça da Pólis é apenas um «bigode aparado». Não deixando, porém, de ser um bigode. O tempo vai passando e vão-se conhecendo melhor os contornos da «grande polémica» que abordámos no último «post». Afinal não eram escutas mas apenas os registos das chamadas. O que – valha a verdade – é menos grave, daí fazermos esta adenda. Afinal parece que foi a PT que disponibilizou ao Ministério Público (MP) os dados de 208 telefones de detentores de altos cargos públicos, quando apenas o deveria ter feito de Paulo Pedroso. O mais fantástico é que os técnicos especializados da PT não deram conta de que iam no «pacote» mais 207 números. E os peritos de investigação do MP também não. Mas deu-se conta um simples jornalista. Realmente, o melhor mesmo é pôr os magistrados do MP a investigar os «bigodes» dos candidatos. Andou, por isso, muito bem a Comissão Nacional de Eleições ao pedir-lhes essa investigação. Nomeie-se a presidente do Sindicato dos Jornalistas, Procuradora-Geral da Pólis.

Mais uma «bigodaça» na Justiça da Pólis?

Tivemos esta semana duas polémicas, uma «pequena polémica» e uma «grande polémica». Porém, ambas com consequências. Uma «pequena polémica», mas levada muito a sério pelas instituições da Pólis, sobretudo pelas judiciais, que aliás investigam tudo quanto é «bagatela». A «pequena polémica» foi a célebre «polémica dos bigodes». Alguém se lembrou – com inegável imaginação e humor – plasmar uns quantos bigodes em outros tantos outdoors de vários candidatos presidenciais. Com que intuitos? Não se sabe! Mas pelo menos fez-nos olhar para os candidatos, o que se calhar de outro modo não aconteceria. Alguns disseram que o bigode era um símbolo de seriedade e de honestidade. Eu li aquilo como sendo uma forma de nos mostrar que os candidatos são todos iguais, normalizando-lhes a aparência, através do tal adereço capilar. Só por nos pôr a pensar e permitir diferentes leituras, os bigodes valeram a pena. Os bigodes – que eram autocolantes - apareceram em várias artérias centrais de Lisboa, do Cais do Sodré ao Saldanha, passando pelo Príncipe Real. Parece que escaparam os cartazes de Manuel Alegre, alegadamente por esse já ter barba e bigode. Os outros também já têm «barbas», diga-se. Bem, mas isso é outra história. Mas desta história, o disparate é outro. São as suas consequências. Primeiro, o Correio da Manhã, de quinta-feira, chamava-lhes «cartazes vandalizados». Vandalizados: mas foram arrancados, rasgados ou pintados?! E depois, a Comissão Nacional de Eleições parece que remeteu o caso para o Ministério Público (MP) para investigação. Mas investigação de quê? Será que vai haver magistrados, cujos vencimentos oscilam entre os 2355,87€ e os 5498,55€, a investigar o caso dos «bigodes autocolantes»?!
Uma segunda polémica, a tal «grande polémica», está aparentada com esta – embora não pareça. Diz respeito às escutas telefónicas a detentores de altos cargos públicos: o 24 Horas chamava-lhes «altas personalidades do Estado». Tudo rapaziada com mais de 1,80m, presume-se. Dizia-nos o dito jornal, de ontem, que, no âmbito do processo Casa Pia, a Portugal Telecom teve sob escuta 208 telefones particulares, nos quais se contavam os do Presidente da República. Parece que nenhum juiz autorizou as escutas. E ainda por cima não se percebe qual a relação dessas escutas com o caso Casa Pia. O PR chamou Souto Moura a Belém e este vai instaurar um inquérito «tão rigoroso quanto possível». Palavras sábias, essas. Daqui a uns meses conhecer-se-á certamente uma qualquer resposta gongórica e inconclusiva. Porquê e para que é que o MP fez essas escutas? Essa é a pergunta que deve ser respondida?!
Independentemente das motivações: o MP anda a investigar o que não deve: os «bigodes» dos cartazes e os telefones do PR. Mas deveria era investigar as razões pela quais se fizeram essas investigações: uma e outra. Uma, a primeira, pelo ridículo e pela falta de bom-senso dos magistrados do MP que «pegam» naquilo. Outra, a segunda, espera-se – a bem do Estado de Direito - que apenas pela falta de bom-senso dos ditos magistrados. Os dois casos demonstram apenas o carácter acéfalo a que chegou a investigação criminal em Portugal. Apenas e só.

8 de janeiro de 2006

As pequenas SCUT dos fundos de pensões e os «rótulos»

É fascinante perceber como publicamente se colam «rótulos» às pessoas. É competente ou incompetente, rigoroso ou laxista, metódico ou desorganizado, «bon vivant» ou austero, etc., etc. Justa ou injustamente, Manuela Ferreira Leite ganhou fama de competente, «dura» e muito rigorosa. Enquanto Ministra das Finanças era esse o seu rótulo público. Rótulo para o que também contribuía uma certa assertividade na pose e nas declarações públicas, a par de uma certa «cara de pau», cocktail – mexido não batido - que, em Portugal, tem - como se sabe - muitos adeptos. Soubemos, esta semana, pelo Tribunal de Contas da Pólis, que os fundos de pensões de várias empresas públicas - CTT, RDP, CGD, ANA, NAV-Portugal e INCM - integrados, no seu tempo e no de Bagão Félix, na Caixa Geral de Aposentações, e «contabilizados» como receitas extraordinárias, se revelam hoje um imenso sorvedouro de dinheiro. Ouvi chamar-lhes de pequenas SCUT, pelo que custam e irão custar todos os anos e durante algumas décadas ao País. Essas empresas até agradeceram, pois livraram-se de um peso a curto, médio e longo prazo. Manuela Ferreira Leite também agradeceu pois pôde conservar a sua fama de competente, «dura» e muito rigorosa, mantendo artificialmente um défice abaixo da fasquia definida pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC). Dir-se-ia que Manuela Ferreira Leite «atirou» o problema para a frente, «comprando» tempo. Mas nem sequer isso, já que, como refere o Tribunal de Contas, esses fundos apenas têm um efeito positivo nas contas públicas no próprio ano em que ocorrem, começando a dar prejuízo logo no ano seguinte. Este ano irão custar 198,6 milhões de aérios e em 2014, 303 milhões de aérios aos cofres da Pólis. Dizem alguns que se não cumpríssemos o PEC iríamos perder fundos que teriam custos muito maiores do que o que hoje pagamos por este ruinoso negócio. Gostaria, porém, de ver essas contas muito bem feitas e muito bem explicadas. Também ouvi da boca da própria – qual desculpa de mau pagador demonstrando, também ela, uma «engenharia» argumentativa semelhante à «engenharia» financeira da operação – que a maioria dos fundos de pensões transferidos pertenciam ao sector empresarial do Estado, de onde «fica tudo em casa», o que, como se sabe, não é verdade. Essas empresas têm capitais privados e uma mobilidade na gestão de activos e passivos que o Estado não tem. Gostaria também de saber se é este o critério seguido por Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix nas suas finanças domésticas… Se assim for, lançamos já e aqui à blogosfera da Pólis um peditório nacional para ajudar a «senhora» e já agora o Bagão nas respectivas reformas…

3 de janeiro de 2006

Na companhia do Conde de Cantanhede...

Numa tentativa vã de fazer concorrência a um blogue congénere. Embora não lhe consigamos chegar nem sequer aos calcanhares no que se refere à apreciação dos preciosos néctares da Pólis. Sim, sim, que para chegarmos ao José Quitério & Comp.ª desse blogue ainda nos faltam vários palmos e não só um «bocadinho assim», como o Danoninho. Lá diz o ditado que «cada um é para o que nasce». Porém, há que porfiar... E ser persistente. Lá diz também o Tio Belmiro sobre o protótipo do homem Sonae: 99% de transpiração e 1% de inspiração ou coisa semelhante. Lá chegaremos, pois, que até o calvário tem catorze estações... Vamos ao que interessa. Bebeu-se no dia de Ano de Novo na Pólis um tinto da Bairrada, a saber, um Conde de Cantanhede, Reserva de 1997, de casta Baga. Um néctar que ganhou – assim rezava a garrafa - em 1999, a medalha de ouro no The International Wine & Spirit Competition, em Londres. Foi uma gentil oferta de uma amiga mas muito bem-vinda nesta época. Deus a conserve e a nós. E já agora ao dito néctar. Até porque ficámos rendidos ao sabor do dito. Diferente, sem dúvida, com um sabor marcado, mas com um excelente final muito persistente e apaladado. Na nossa modestíssima opinião é um óptimo vinho. Andávamos mais por outras paragens mas achamos que na Bairrada também não se está nada mal. Bebeu-se – beberam outros – um Domaine du Tariquet – uma «mariquice» adocicada francesa de 2003 que nos foi oferecida. Ainda por cima com rolha de cortiça artificial. O Tio Américo Amorim não lucra nada com os franceses, está visto?! Parece – dizem - que «casou» bem com o marisco. Mesmo com esse - desculpar-nos-ão os puristas - ficámo-nos na companhia do Conde de Cantanhede…
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