30 de setembro de 2005

Crédito Peseiro, esgotado o plafond

O Sporting foi eliminado pelo Halmstads, uma equipa sueca muito fraca táctica e tecnicamente. E o mal é que foi bem eliminado. Peseiro disse há dois dias que tem crédito e não débito no Sporting. A afirmação é no mínimo arrogante. Peseiro ganha – e bem – para fazer o seu trabalho. É um profissional de alto nível. Não há, pois, colunas de «Deve» e de «Haver» mesmo que tivesse ganho tudo. E não ganhou nada. O Sporting não lhe deve nada e ele não deve nada ao Sporting. Embora a notoriedade pública de Peseiro fique a dever-se ao facto de treinar o Sporting. Deviam perguntar-lhe, agora, se ele não acha que já esgotou o plafond…
E não digo isto pelo jogo de ontem…
Peseiro é, sem dúvida, um treinador bem intencionado, tecnicamente preparado e com alguma cultura táctica. Mas isso não chega para treinar o Sporting. Não tem, nem nunca teve um modelo de jogo definido e uma estrutura-base. Na retaguarda, é tacticamente instável, fazendo alterações constantes no figurino da equipa. Em campo, não tem leitura de jogo e as substituições são muitas vezes incompreensíveis. Em campo ainda, não tem atitude. Gesticula de forma histriónica e transmite mais nervosismo do que serenidade. Fora de campo também lhe falta atitude, pelo menos para uma equipa como o Sporting. Nas conferências de imprensa, as palavras por norma pesam-lhe. A reacção ao caso recente de Liedson é o exemplo acabado disso mesmo. Confrontado, adoptou a pior atitude. Negou o que todos viram e atirou a culpa para as televisões que - segundo ele - vêem sempre essas declarações nos jogadores do Sporting. Devia ter dito, não ouvi mas se assim for, o jogador será punido. Ou então, ouvi e o jogador vai ser punido por isso. Apenas isto. E propunha à SAD um castigo pecuniário e quiçá também desportivo. Atenção que a ordem é esta. Primeiro, ir-lhe ao bolso. Além de que não me parece ter a capacidade de liderança nem o carisma suficientes para treinar uma equipa como o Sporting. Falta-lhe músculo e nervo para domar o balneário
. Apetecia-me, porém, aplicar outra palavra...
E ontem… Ontem, mais uma vez ensaiou um esquema táctico novo (mais um): um 4-3-3, com Wender, Douala e Deivid na frente. Os dois primeiros encostados às linhas, e alternando nas alas, e o terceiro no centro. A ideia era boa mas não para ser experimentada num jogo destes. E sobretudo não para ser experimentada ao mesmo tempo que mexia na defesa, desfazendo a dupla Polga e Tonel, e colocando Paíto na esquerda. Curiosamente, no eixo retira Tonel, que tem cumprido, por vezes com brilho, metendo Beto, que vem de uma lesão. Claro: Tonel não tem cartel, nem influência, daí que seja a opção de saída mais fácil. Com as mudanças, Peseiro mexeu, mais uma vez, em toda a estrutura da equipa.
Mas o problema, ontem, não foi o treinador. Se calhar até, e em relação apenas ao jogo de ontem, foi o menos culpado. E, caso raro, até acertou nas substituições: de Luís Loureiro por Custódio que organizou, como podia, o jogo do Sporting e melhorou a transposição defesa-ataque; de Deivid, fatigado, por Pinilla, embora esta pudesse ter acontecido mais cedo.
Ontem, o problema foi sobretudo a equipa: jogou com uma lentidão incompreensível, sem organização, sem colectivo. Muitos jogadores em sub-rendimento, sem forma física (outro problema mal explicado), a jogar contra as possantes torres nórdicas. Além disso, o Sporting, depois da saída de Rochemback, não tem um playmaker, um distribuidor, um organizador de jogo a meio-campo. Pedir isso ao jovem João Moutinho é demais, no momento.
O Sporting perdeu bem um jogo decisivo que tinha obrigação de ganhar e que, sobretudo pela forma como foi eliminado, vai condicionar psicologicamente toda a época. Espera-se que isto não seja o princípio do fim de uma época que ainda agora começou...

Viva o Sporting Clube da Pólis.
Imagem - Site do SCP

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28 de setembro de 2005

Os velhos e a cidade

Ontem, 9H30 da manhã. Dirijo-me a uma caixa Multibanco. À minha frente uma pessoa espera e outra está na caixa. A da caixa era uma velhota – palavra que prefiro a idosa. Após várias manobras para dominar a máquina e crescendo a impaciência da que estava à minha frente e se calhar a minha, a velhota abandona a máquina. Mas permanece por perto, para acabar o que começara. Justifica-se vagamente pela situação, talvez para mim, talvez para ela própria, balbuciando uma justificação algo atabalhoada. Qualquer coisa do tipo: «Vou demorar muito tempo». A outra serve-se e vai à sua vida, mergulhando na multidão anónima da cidade. Já só estou eu e a velhota. Troco um olhar e aceno-lhe para que vá. A economia das palavras e dos afectos. E ela, novamente: «Vou demorar muito tempo». Avanço eu. Entretanto chegam mais duas pessoas e a velhota ali. À saída resolvo-me finalmente a ter um tratamento humano. Com um sorriso de entrada, avanço um: «Precisa de ajuda». E ela aceita, o sorriso e a ajuda, retribuindo-me timidamente. E diz-me qualquer coisa do tipo: «Não estou a conseguir». E eu, finalmente, mais humano: «Não há problema. Meta o cartão, introduza o código e eu depois ajudo-a a fazer a operação». Ela assim faz. No entrementes, os dois recém chegados olham com ar de quem diz: «e eu que pensava que era só este e agora é também a velha». Há olhares assassinos. Falam mais do que a boca. Ainda no entrementes, o meu pensamento já estava noutro lado. Porém, a velhota chama-me de novo à situação: «Queria fazer um levantamento a crédito». Comecei a perceber. Ajudei-a. A máquina informa: «Sobre o valor a levantar será cobrada uma taxa acrescida» ou qualquer coisa semelhante. Os «onzeneiros» que gerem a máquina não perdoam. A velhota selecciona o valor: 20€. Um compasso de espera e a máquina dá-lhe uma nega: «Não é possível efectuar a operação». Digo à velhota: «O problema não é seu, nem da máquina, terá mesmo de ir ao banco ver o que se passa». Ela agradece-me mais com o olhar do que com a boca e vira costas. Também eu vou à minha vida e mergulho na multidão anónima da cidade. Os jornais, os títulos, um telefonema anulam e arquivam a situação. A cidade traga-me. Várias horas depois, num momento de pausa, recupero a situação – curiosos estes fenómenos do cérebro humano - e pergunto-me: «Será que a velhota conseguiu o dinheiro? Para que seria? Porque não tomaste uma atitude e avançaste com aquele dinheiro que não te fazia falta nenhuma?». Contra o esquecimento, pelo menos escrevo. Gostava de voltar a encontrar a velhota. Talvez ainda haja esperança para os humanos...

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27 de setembro de 2005

Ainda a Carbonária - Rachadores e Aspirantes

O Pólis&etc. reproduz em seguida a capa do livro A Carbonária em Portugal. O Pólis&etc. está em condições de garantir que os intervenientes na foto – que se encontram em plena fabricação de uma bomba – são os carbonários João Borges (à esq.ª) e José do Vale (à dt.ª), não tendo por isso nada a ver com os abaixo referidos José Maria Martins e Alberto João Jardim.

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26 de setembro de 2005

A propósito da Carbonária – Choças, Barracas e Vendas; Rachadores e Aspirantes

O Pólis&etc. é bastante eclético e anárquico nas suas leituras. À excepção de um ou outro tema, em que é disciplinado, vai lendo de uma forma pouco organizada um pouco de tudo o que lhe vem parar às mãos. Foi assim que acabou de ler neste fim de semana um ensaio intitulado A Carbonária em Portugal. Trata-se de uma edição de 1999, da Biblioteca Museu República e Resistência, da autoria de António Ventura, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. É um estudo sério e rigoroso que sistematiza o que foi a Carbonária em Portugal.
Bom, mas não é para fazer a apresentação da obra e muito menos a recensão crítica que o Pólis&etc. chama à liça este tema. É porque a dada altura, o autor, citando Rocha Martins, apresenta a organização da Carbonária do seguinte modo:
«Havia os Canteiros, as Choças, as Barracas, as Vendas e a Alta-Venda. Cada Canteiro tinha cinco membro, os Rachadores; o Chefe era Mestre da Choça, que se formava de quatro Canteiros, cinco Choças constituíam uma Barraca e cinco destes Núcleos uma Venda. Os Chefes da Choça eram Mestres da Barraca, o desta Mestre da Venda. […] Os graus eram também singulares: Rachador, Aspirante, Mestre e Mestre Sublime. Todos os filiados se chamavam primos e tratavam-se por tu nas sessões […]».
O Pólis&etc. não conhecia e regista o colorido das designações e das práticas.
O Pólis&etc. afirma mais uma vez a sua crença no regime e não pretende, obviamente, fazer aqui qualquer paralelo destas designações e cargos com a actualidade. Mas considera oportuno, nesta época de eleições autárquicas, e com alguns dos candidatos que se conhecem, deixar aqui esta citação. Porém, as circunvoluções do cérebro do Pólis&etc. ainda vão – apesar de tudo - associando coisas. Melhor ou pior... Daí que ainda há pouco, ao ver José Maria Martins, o mais recente candidato presidencial, em visita ao presidente do governo da Região Autónoma da Madeira, Alberto João Jardim, o Pólis&etc. não pôde deixar de pensar quão bem assentaria ao primeiro o grau de Aspirante
e ao segundo o de Rachador… Mas isto - é claro – é o Pólis&etc. a dizer.

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25 de setembro de 2005

O militar da 1.ª Coluna

Fiquei a saber este fim-de-semana ainda pelo «Expresso»Grande Educador do Povo da Pólis – que o militar que comanda as «tropas» do «reality show» da TVI, 1.ª Companhia, passou à reserva uns dias antes da estreia do programa. Até aqui tudo bem. Damos inclusive de barato a participação de um elemento da instituição militar naquela «coisa». Porém, também nos diz o Grande Educador do Povo da Pólis que o dito militar «embolsa» o vencimento normal por estar na reserva, porém a participar no programa. Mais um artista da «coisa», está visto. Gostava de ouvir o que Exército e o CEMGFA têm a dizer sobre isto.
Será que esta é uma das célebres parcerias «público-privado» para ocupar militares sem guerras…
Ah, e já me esquecia. Na mesma notícia soubemos pelo porta-voz do Exército, e ficámos todos muito mais descansados, que no programa não há qualquer equipamento, farda, emblemas, insígnias ou símbolos daquele ramo das Forças Armadas.
São as guerras da Pólis…


Imagem - Site do programa

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Tragédia de F (3.º acto) ou Uma hipótese para o Day After

O Pólis&etc esforça-se muito por ainda acreditar nas instituições da Pólis. Esforça-se mesmo. Pelo que não gostaria de aqui escrever o terceiro acto da Tragédia de F. Embora já tenha pensado nele… E se, por absurdo, F perdesse as eleições à Câmara de F e no dia seguinte rumasse de novo ao Brasil sem ir a julgamento?!?!
Porém, o Pólis&etc. confia que no «novo contexto de regresso voluntário e implícita disponibilidade perante a Justiça», por parte de F, tal não irá acontecer.
Concomitantemente com o optimismo e a confiança que a Justiça deposita agora em F, o Pólis&etc. faz a exegese possível dos termos do acórdão da juíza Ana Gabriela Freitas. Segundo o mesmo:
1.º F apenas esteve «ausente» de Portugal – a ausência é o contrário de presença; F não esteve cá nos últimos dois anos e meio, pelo que a juíza tem razão;
2.º F esteve ausente «alegadamente no Brasil» - «ver para crer como S. Tomé», a juíza não foi ao Brasil, nem viu com os seus próprios olhos F no Brasil, pelo que toma lá um advérbio de modo; está certo, mas podiam oferecer uma TV à juíza;
3.º F. esteve «ausente, alegadamente no Brasil, numa aparente fuga à Justiça» - claro que é aparente e como todos sabemos «as aparências iludem»;
4.º A análise da prisão preventiva de F deve ser analisada num novo contexto e «é neste novo contexto de regresso voluntário e implícita disponibilidade perante a Justiça» que interessa reavaliar a manutenção de «tão gravosa medida» - traduzindo, obrigado F por teres regressado.
Segundo o Procurador-Geral da Pólis, Souto Moura, que julgava desaparecido em combate, parece que o Ministério Público da Pólis vai recorrer da decisão da juíza Ana Gabriela Freitas.


Imagem - Portugal Diário

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24 de setembro de 2005

As medidas de «coação» do Expresso

Num bom artigo de opinião do mesmo «Expresso», Fernando Madrinha refere-se, a dada altura, falando da fuga de Fátima Felgueiras para o Brasil, à medida de «coação» de prisão preventiva. Claro que se perdeu um «c» pelo caminho. Descuido de Fernando Madrinha. Mas por onde andaram os copydesks do Grande Educador do Povo da Pólis esta semana?! Que isto de erros todos damos e não será o «Pólis&etc.» a atirar a primeira pedra. Mas, reflectindo um pouco, no raciocínio de Fernando Madrinha é bem capaz de estar um «acto falhado» da Psiquiatria. É que realmente a medida de coacção aplicada a Fátima de Felgueiras foi de facto de «coação». Para quem eventualmente não saiba, «Coação» é a acção de coar. E de facto, foi ela que lhe permitiu «coar-se» para o Brasil… À atenção da Justiça portuguesa em posterior revisão do Código Penal e do Código de Processo Penal

Imagem - Expresso, on line

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A princesa do povo e o «Expresso»

Título de uma notícia do «Expresso» - Grande Educador do Povo da Pólis - deste fim-de-semana, a propósito de Fátima Felgueiras: «O regresso da princesa do povo». Nessa mesma notícia, a duas mãos - assinada por Eduarda Freitas e Marta Araújo – faz-se ainda um curioso exercício de sociologia das profissões. A não perder, mesmo. Após umas declarações de uma felgueirense de nome Fátima Oliveira, diz-se: «Esta doméstica de 52 anos […]». E logo no parágrafo seguinte, afirma-se: «Nas franjas menos esclarecidas, a confusão política é ainda maior. Uma bordadeira, de 58 anos, […]».
Moral da história: As domésticas são mais esclarecidas do que as bordadeiras. As bordadeiras incluem-se na categoria de menos esclarecidas.
Conclusão do «Pólis&etc»: As domésticas têm mais tempo para ler o «Expresso» e por isso são mais esclarecidas. As bordadeiras têm de fazer as rendas e os bordados, não têm tempo para ler o «Expresso» e por isso são menos esclarecidas. Com notícias destas, os jornalistas do «Expresso» estão claramente na categoria de «mais esclarecidos».

N. R. do «Pólis&etc.» - Na nossa conclusão seguimos o habitual estilo silogístico do director do «Expresso» - Grande Educador do Povo da Pólis - José António Saraiva.

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23 de setembro de 2005

Fenómenos e epifenómenos da Casa Pia

Mais uma cena indecorosa e de mau gosto na vida da Pólis. Mais um epifenómeno do processo Casa Pia. Ontem, o arguido Carlos Silvino foi levado a uma casa na Av. das Forças Armadas, em Lisboa, onde alegadamente menores da Casa Pia terão sofrido abusos sexuais. Ao que parece os menores entrariam por uma porta lateral da dita casa onde fica sediada uma empresa de estafetas.
Posteriormente à diligência judicial, José Maria Martins, advogado de Carlos Silvino e um dos mais recentes «fenómenos» da Polis – atenção que as aspas são para ser lidas – deslocou-se à tal empresa a fim de arrolar testemunhas. O diálogo não terá corrido bem e ele terá sido convidado a sair. E aí começa o caso e a cena indecorosa. O «nosso homem» é corrido até à porta e então posta-se nela, chamando os jornalistas e dizendo-lhes «filmem isto, filmem isto». Durante uns segundos resiste aos empurrões, a fim de possibilitar a recolha de imagens, até que é empurrado com alguma violência e alguns impropérios e rola pelo chão fronteiro à dita casa. As câmaras filmam. Completado o seu número, o «nosso artista», o «fenómeno», presta declarações à imprensa. O «nosso homem» conhece bem o número, está bem amestrado. Sabe as reacções que provoca, os truques todos, o que pode perder, o que pode ganhar. O «fenómeno» criou um «epifenómeno». Nenhum deles ajuda à Justiça. Não esquecer que antes de ser advogado o «nosso homem» foi polícia. Ontem não foi nem uma coisa nem outra. Mais um artista deste grande circo de habilidades e truques que é Justiça em Portugal. Se repararem, no processo Casa Pia, está lá tudo; está lá o circo todo, o Palhaço Rico e o Palhaço Pobre. Quase me apetece dizer que quem pode pagar tem o Palhaço Rico, e quem não pode tem o Palhaço Pobre…
Numa sequela de «O Exorcista», a dada altura, um oficial nazi ordena a um padre que escolha de um grupo de judeus aqueles que irão morrer. Se o padre não escolhesse, o oficial matava-os a todos. Para o convencer tem a seu lado uma criança sobre a qual dispara um tiro à queima-roupa enquanto diz: «Hoje Deus não está aqui, Padre».
Manifestamente, ONTEM E ANTE-ONTEM A JUSTIÇA NÃO ESTEVE AQUI, NA PÓLIS…
Quo vadis Polis Iustitia


Imagem - Correio da Manhã, on-line

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21 de setembro de 2005

«Tragédia de F»; «Justiça derrotada por Engenharia e Medicina»


Pólis& etc - Pólis, 21 de Setembro de 2005

PÓLIS - NACIONAL

Representou-se na Pólis o segundo acto da «Tragédia de F»

O «Pólis&etc.» recorda aqui o primeiro acto:

F era presidente da Câmara Municipal de F. Após investigações, F foi indiciada por 23 crimes de peculato de uso. O «Espírito Santo» ventilou a F que sobre ela impendia um mandado de detenção e a medida de coacção de «prisão preventiva». F fugiu para o Brasil (fim do 1.º acto).

Dois anos e meio depois, hoje

F informa as autoridades que irá regressar. À chegada, F refere que é candidata autárquica à Câmara Municipal de F, a mesma, a tal sobre cuja gestão havia sido acusada dos tais 23 crimes. Pelo facto de ser candidata autárquica F não foi detida. Presente ao Tribunal de F, a juíza revoga a medida, aplicando-lhe agora apenas a medida de proibição de se ausentar para o estrangeiro (fim do 2.º acto).


Justiça A e Justiça B derrotadas por Engenharia e Medicina

Ainda na Pólis, as equipas de râguebi Justiça A e Justiça B foram vencidas pelas equipas de Engenharia e de Medicina. Os resultados dos jogos realizados hoje foram:

Justiça A – 0 Engenharia – 1

Justiça B – 0 Medicina – 1

Mesmo jogando em casa, Justiça A não conseguiu vencer Engenharia. Segundo o treinador de Engenharia, a táctica para este jogo demorou dois anos e meio a preparar. O avançado F, apesar de uma ausência também de dois anos e meio no Brasil, por lesão, regressou em grande forma e cumpriu plenamente a táctica delineada. O treinador de Engenharia destacou ainda a grande visão de jogo de F. Também a equipa de Justiça B perdeu com Medicina pela mesma margem. O treinador de Medicina justificou a vitória pela utilização da famosa técnica do «bypass», que já era utilizada em operações ao coração e que agora foi aplicada também no raguêbi. O «Pólis&etc.» acha que o facto de os treinadores de Engenharia e de Medicina conhecerem bem a Justiça contribuiu largamente para o êxito das respectivas tácticas. Justiça A e B correm o sério risco de descer à série B.


FORA DA PÓLIS - INTERNACIONAL

Transcrevemos do «Diário de Notícias» on-line a notícia do dia em Portugal

Fátima Felgueiras quer estar no julgamento

«Fátima Felgueiras afirmou esta quinta-feira que quer estar presente no julgamento do caso “saco azul”, em que é acusada de 23 crimes.

A autarca que fugiu para o Brasil disse que cabe à justiça "criar as condições" para que isso aconteça.

Não vejo que se apure a verdade sem a minha presença. E eu quero estar presente. Cabe à justiça criar as condições para que estar presente", disse à Lusa - declarações no mesmo sentido das prestadas à RTP.
Fátima Felgueiras fugiu para o Brasil em Maio de 2003, quando o tribunal ordenou a sua prisão preventiva.»

Até amanhã, na Pólis…

P.S. - O facto de o texto acima estar a cinzento deve-se apenas a um problema técnico do «Pólis&etc.» e não deve ser interpretado de outra forma.

Imagem - Diário de Notícias, on line

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Ainda as «Tábuas do Crato»

Ainda a propósito de «As Tábuas do Crato», uma voz amiga, espírito vivo e atento aos detalhes das coisas, disse-me que Nuno Crato não era jornalista, o que confirmei – sim senhor – na ficha técnica do «Expresso». Aí surge como «colaborador permanente» do jornal. «Mea culpa», ou como diria um ciclista ou um atleta numa ocasião na TV «culpa toda». Onde se lê jornalista, leia-se pois colunista, para não dizer «colaborador permanente»: expressão que – há que convir – até ajudava ao colorido do texto. A correcção podia ser feita no próprio texto, mas assim aproveita-se a oportunidade, não só para «tirar o chapéu» à sagacidade da tal «voz amiga» mas também para disponibilizar mais uma imagem das «Tábuas», onde se vê com nitidez o quadrante/nónio do «nosso» Pedro Nunes. Além do mais, o reparo ainda serviu para conhecer em detalhe o «curriculum vitae» de Nuno Crato… que tinha apenas por jornalista e divulgador de Ciência – desatenção minha – mas afinal é sobretudo professor universitário… Claro que a responsabilidade inerente à profissão ainda reforça o que foi dito no «post»
A bem do rigor, corrijam-se os blogues da Pólis…

P.S. - E como «não há bela sem senão», quer no texto do Nuno Crato, quer nos blogues da Pólis, quer ainda na BN, aproveita-se o ensejo para recomendar à Biblioteca Nacional que deve corrigir o registo existente no Sirius, uma vez que é discrepante do existente no OPAC. E assim, passo a passo, a Pólis avança a rumo à perfeição...

Imagem - Expresso

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Quando a «água sem gás» vira «água lisa»

Vale a pena recordar aqui um curtíssimo episódio de férias. Em pleno Agosto no Algarve, os cafés e as esplanadas são, nesses dias grandes, poiso certo para mim. Aí me entrego à leitura de jornais, revistas, livros, enfim de tudo o que tenha «letras impressas». Por norma, consigo abstrair-me da multidão, perdendo-me na leitura. Ocasionalmente, porém, vou observando o género humano nas suas pequenas misérias e grandezas. Sobretudo quando esse mesmo género humano se impõe a mim com vozes cujos décibeis superam em muito a minha capacidade de abstracção. Aí, não há nada a fazer senão procurar ler, «com um olho no burro e o outro no cigano», que é como quem diz com os olhos na escrita e os ouvidos na conversa. Ou melhor, com os olhos no cigano e os ouvidos nas burras, como adiante se irá ver. Isto para respeitar rigorosamente os agentes do aforismo. Eis, pois, que se sentam ao meu lado duas senhoras, com ar algo «dondoca», mas de série B. E vai uma delas sai-se com esta para a empregada ucraniana: «traga-me um croissant, um café e uma água lisa: lisa, ouviu». A moça confirmou não só que tinha ouvido mas também que havia percebido a «lisura» do precioso líquido. E eu fiquei estarrecido com aquele alardear alarve de um conhecimento linguístico que eu pensava acantonado no jargão técnico-comercial mas que afinal é uma expressão pelos vistos do mais «in» que há. Ilusão pensar que «água lisa» só existe nos talões de supermercado ou nos rótulos de água de garrafões de linha branca… Puro engano, afinal também existe na boca de gente de linha branca que também a há… Gente lisa…
Curiosos alguns dos habitantes da Pólis…

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20 de setembro de 2005

O tesouro «pescada», de Nuno Crato

Nuno Crato, jornalista do «Expresso», publica na «Actual», de 10 de Setembro, um texto sobre as célebres «Tabelas Rudolfinas», de Kepler. Numa legenda de uma «capa» das «Tabulae Rudolphinae», «atira» que: «Já depois de esta fotografia ser tirada, encontrou-se na Biblioteca Nacional, em Lisboa, um exemplar das “Tabelas” que esteve perdido durante muitos anos por estar mal catalogado». Esperava naturalmente que a afirmação estivesse correcta, mas como desconfio sempre destas «tiradas», decidi averiguar, apenas à distância. Pois é comum a muitos investigadores, pseudo-investigadores, para-investigadores e outros quejandos descobrirem «nos» e «para» os jornais supostos tesouros bibliográficos que aprofundando um pouco se vê que há já muito estavam descritos e identificados. Infelizmente, parece ser este um outro caso. Numa simples consulta à PORBASE - a Base Nacional de Dados Bibliográficos - verifica-se que a referida obra se encontra descrita de forma rigorosa e exaustiva, onde a dada altura se pode mesmo ler: «Gravura a seguir à p. de tít. de Wilhelm Schickhardt e Georg Coler, representando a construção do templo de Urânia, com os antigos astrónomos nas colunas e Kepler na base fazendo cálculos numa mesa. No topo, a águia imperial dos Habsburgos deixa cair moedas, que irão financiar a investigação. Provavelmente o instrumento que aparece, junto de Tycho Brahe, seria um quadrante munido do nónio de Pedro Nunes». Consultando o registo bibliográfico em formato UNIMARC – coisa que o referido jornalista não deve saber sequer o que é, embora também não precise (ou talvez sim) – vê-se que o mesmo foi criado em 4 de Março de 2002. Já agora, importa explicar a Nuno Crato que aquilo a que ele chama «Capa das “Tabelas Rudolfinas”» é o frontispício da obra. É que capa é outra coisa… Eis, pois, mais um «tesouro pescada», dos tais que «antes de o ser já o eram». E como bónus, o leitor ainda leva – à maneira do queijo da serra - uma «capa» de tipo «frontispício». Assim vai o rigoroso jornalismo na Pólis…

Imagem - Expresso

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«A Peres», tragicomédia recente ou «Quo Vadis» Justiça

O julgamento do chamado «caso Casa Pia» que vergonhosamente se arrasta por meses e meses, terrivelmente mais do que uma qualquer telenovela para acusadores e arguidos, conheceu hoje mais um triste episódio. Pequeno, quase de pormenor, mas revelador do grau de indigência a que a nossa Justiça chegou – apesar de tudo ainda a grafo com maiúscula. A juíza achou normal um dos acusadores referir-se ao arguido e ex-provedor adjunto da Casa Pia, Manuel Abrantes, como «o Abrantes». O advogado protestou mas a juíza não atendeu. Claro que – imagino eu – a partir daí ter-se-á carregado no tom. E a coisa ter-se-á tornado tão intolerável que, a meio do depoimento, a juíza alterou a decisão e deferiu o protesto do advogado. Julgo que a juíza se chama Ana Peres e tê-la-ei visto de relance, apanhada pelas câmaras de TV – isto porque os tribunais portugueses teimam em não dar quaisquer conferências de imprensa ou esclarecimento e os juízes portugueses não falam à comunicação social – a coberto do chamado «segredo de justiça» que, na prática, não existe. Se calhar ainda bem que não aparecem, pois nenhum dos habitantes da Pólis está interessado em ver o juiz Rui Teixeira a fazer «culturismo» ou o juiz Ricardo Cardoso – o homem do laço - a atirar arrogantemente um maço de papéis, após a leitura de uma sentença. É pertinente, porém, a pergunta: e se os advogados se passassem a referir à juíza por «a Peres disse», a «Peres fez», qual seria a reacção da própria e da sacrossanta corporação judicial que representa? Sim, a sacrossanta corporação que usa e abusa de formas medievais de cumprimentos, deferências, solenidades, tais como a «Digníssima Meretíssima», a «douta Meretíssima Juíza», a «Excelentíssima e Meretíssima Juíza» (tudo devidamente grafado com maiúsculas). Leiam um qualquer acórdão e verão. Enfim, mais um pequeno episódio de como a Justiça se vai apoucando perante os cidadãos da Polis. E assim vai a Pólis…

17 de setembro de 2005

Co Adriaanse, o Estúpido

Pois é, manifestamente o senhor Co Adriaanse não consegue lidar com a pressão de ser treinador de um clube grande, como o FCPorto, e de ter de enfrentar diariamente a imprensa. E o verniz estalou hoje. Claro que já todos conhecíamos vários episódios, como o das tranças do McCarthy, supostamente proibidas pelos regulamentos disciplinares internos, e outras minudências. E embora esteja por provar a influência das tranças e demais penteados no rendimento desportivo, o facto é que os tais regulamentos existem, têm o beneplácito da SAD e dos adeptos - pelo menos de parte deles - que até acham que isso é disciplinador. Hoje, porém, o homem foi mais longe. Numa conferência de imprensa, uma jornalista perguntou-lhe se ele estava irritado com os jogadores. E vai o homem, pergunta-lhe se ela estava lá, se tinha integrado o grupo de trabalho e se tinha ouvido as palavras dele, atirando-lhe logo a seguir que era uma pergunta estúpida. A pergunta era legítima mas a pergunta-resposta dele podia ser - essa sim - seguramente ser classificada de estúpida. Nos bons velhos e civilizados tempos da vida da Pólis, quando se queria desmontar perguntas como essa, dizia-se que essa era uma pergunta retórica ou de algibeira. Agora pelos vistos, impera a má-criação, a grosseria e a rudeza... Por isso, vou ter de remodelar a minha primeira frase deste «post»... Errata: onde se lê o senhor Co Adriaanse, leia-se: o Co Adriaanse.

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Público&Privado e Outsourcings

Hoje fui a uma reunião associativa no Estoril. Supostamente deveria ser das 10H00 às 12H00 mas estendeu-se bem mais para lá. No final, a funcionária que assegurava a vigilância do espaço - não, não era uma funcionária de uma empresa de segurança privada, as dos célebres «outsourcings»; era uma funcionária da Junta de Freguesia, funcionária pública mesmo - despede-se de todos com um sorriso, cortesia e boa educação. Tentando agendar as restantes reuniões mensais, perguntamos-lhe sobre a rigidez do horário de encerramento e a resposta veio célere: «Não há qualquer problema, isso é mais meia hora, menos meia hora». Estava-se mesmo a ver igual resposta de uma empresa privada, não estava...

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Carrilho vs Carmona

Não vi o debate entre Carrilho e Carmona. Apenas o resumo da SIC Notícias. Mas chegou. Espero não tomar a nuvem por Juno, a parte pelo todo ou a árvore pela floresta. Mas pelo que vi, estão muito bem um para o outro. É o nível zero da Política. Não se discute Lisboa, nem os problemas da cidade, mas apenas «fait-divers», pequenos episódios de baixa Política. Há muita agressividade verbal. Foi um debate negativo. E no final um não cumprimenta e o outro chama-lhe «ordinário». Já não é o nível 0, são muitos graus negativos. Gela-se, por cá. Assim vai a vida na Pólis... Por mim, contem com o voto em branco... Acredito no sistema mas não me revejo nos seus agentes...

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15 de setembro de 2005

Verbo

No início era o Verbo. Nesta minha estreia absoluta na blogosfera, informo apenas que nasci. A bem dizer, é preferível a «Teste» ou «Lorem ipsum»

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